Barcelos, Viana do Castelo e Ponte de Lima

> 16/05/2013 – 5ª feira

Alto Minho Tour, por Barcelos, Viana do Castelo e Ponte de Lima, Região do Minho, com a Clevertours Travel Agency, apenas eu e meu marido, portanto, com nosso personal guia Luís, saindo do hotel às 9 horas, em pick-up e retornando às 18 horas. www.clevertours.pt

Este tour foi contratado através da ATC-Porto Tours – www.portotours.comreservas@portotours.mail.pt

> itinerário: partida do Porto para Barcelos, percorrendo 65,4 km.

A famosa lenda do Galo de Barcelos, ícone nacional português (século XIV), lembra a todos que o verdadeiro inocente é aquele que nunca se cala e proclama sempre sua inocência.

Diz a lenda, tal qual divulgada na própria Barcelos, que andava o povo de Barcelos alarmado com um crime, cujo suspeito era um peregrino, que levado ao tribunal, foi condenado à forca. Insistindo na sua inocência o peregrino, como último desejo, pediu para ser levado de novo à presença do juiz, que se encontrava a almoçar. Apontando para o galo assado que estava sobre a mesa do juiz o peregrino disse: ‘juro que estou tão inocente que quando me enforcarem esse galo vai cantar’. O juiz ignorou o apelo e eis que, ao começar o enforcamento do peregrino, o galo ergueu-se da mesa e cantou. Salvo a tempo, o peregrino foi mandado em paz.

Chegando a Barcelos fomos diretamente à Igreja do Senhor Bom Jesus da Cruz.

Nas origens da devoção ao Senhor Bom Jesus da Cruz está o milagre do aparecimento de uma cruz de terra escura junto ao Campo da Feira, como está inscrito na pedra entre o altar do Senhor da Cruz e a capela-mor da atual Igreja, cuja tradução da inscrição latina é: “Em 20 de Dezembro de 1504, numa sexta-feira, pelas 9 horas da manhã, apareceu neste lugar a primeira cruz que, cercada por uma pequena Capela, veio a servir de solo ou altar do Senhor com a Cruz às costas, em honra do qual o mesmo século, para memória sempiterna com esmolas e expensas públicas, erigiu este Templo.”

No ano seguinte, 1505, um rico mercador barcelense teria trazido a imagem que, desde então, se venera em Barcelos.

Com a fundação de uma Irmandade, a Real Irmandade do Senhor Bom Jesus da Cruz de Barcelos, muito provavelmente no século XVI, o culto ao Senhor Bom Jesus da Cruz ganhou fama e rapidamente se espalhou por dezenas de localidades do Norte de Portugal, vindo a impor-se igualmente na comunidade portuguesa da antiga colônia do Brasil, como no Rio de Janeiro, Bahia e Pernambuco.

As obras da atual Igreja tiveram início em 1705, tendo sido inaugurada em 1710, mas as obras continuaram por toda a década seguinte, se prolongando nos anos 30.

A ladear a porta principal pode se ver as inscrições alusivas à edificação da primeira capela e ao início das obras da atual Igreja.

Da Igreja do Senhor Bom Jesus da Cruz, seguimos pela Avenida da Liberdade, atravessando o Campo da Feira, indo para a Igreja Beneditina de Nossa Senhora do Terço, onde fomos recepcionados e acompanhados do guia Francisco, uma pessoa espetacular, que nos cobriu de atenção e informações. Uma benção !!!

A Igreja faz parte do antigo convento de freiras beneditinas, construída nos finais do século XVII e princípios do século XVIII, inaugurada em 1713.

As Guerras da Restauração criaram situações de perigo, sobretudo nas regiões fronteiriças, como o caso de Monção, obrigando as monjas beneditinas a abandonar seu convento na referida vila, em 1657 e 1659, devido às incursões espanholas e em 1704, por causa da decisão régia de demolir o convento para obras de ampliação das muralhas, tendo, então, as 85 monjas sido alojadas inicialmente em Braga e posteriormente em Barcelos, onde foi autorizada a construção de um novo convento.

Com a Lei de 1834, o mosteiro foi vendido e completamente descaracterizado, salvando-se somente a Igreja, que foi entregue aos cuidados da Confraria de Nossa Senhora do Terço, e o portal do antigo convento.

Apesar do seu modesto exterior, a Igreja nos proporciona um deslumbrante espaço interior, um dos mais excelentes e densos interiores barrocos de Portugal, pela quantidade de azulejos azuis e brancos, datados de 1713, mostrando cenas da vida de São Bento e lições moralizantes, que cobrem todas as paredes; pela talha dos seus três altares e pelas pinturas do teto, estas verdadeiramente um deslumbre.

O teto de toda a igreja, incluindo a capela-mor, é de caixotões, com pinturas setecentistas da vida de São Bento, da Sagrada Família e de outros santos pertencentes à Ordem Beneditina.

Interessantíssimas, também, são as ‘janelas fingidas’, que espelham as do lado sul do tempo, que, na verdade, são painéis de azulejo que buscam equilibrar simetricamente a decoração.

Nosso carro estava estacionado próximo ao Parque da Cidade, razão pela qual no retorno ao carro passamos por dentro do parque, onde havia uma feira de artesanato.

Tanto nos percursos de ida para as visitas, quanto no de volta, tivemos a feliz oportunidade de ver uma infinidade de arcos. Segundo nos explicou nosso guia Luis, cada arco é preparado por uma das 85 freguesias do Concelho de Barcelos.

> itinerário: partida de Barcelos para Viana do Castelo, percorrendo 48  km.

Viana do Castelo, ‘Cidade de Paixões’,

no estuário do Rio Lima.

Viana de Foz de Lima, a partir do século XIX, Viana do Castelo.

O que nos levou a Viana do Castelo ? Nossa genealogia.

A família descende de Sebastião Fagundes Varela, natural de Viana do Castelo, um dos 18 troncos de famílias povoadoras da Cidade do Rio de Janeiro, com certificação do Colégio Brasileiro de Genealogia. Nascido em 1583, filho de Francisco Fernandes Varela e Gracia Vaz Fagundes, falecido no Rio de Janeiro, em 29/07/1639, aos 56 anos.

Rodeada pelas montanhas verdejantes, onde nasce o sol, pelos reflexos de azul intenso do Oceano Atlântico e pela serenidade do Rio Lima, este quadro de contrastes, oferecido pelo mar, com as suas praias de areia fina e dourada, pelo Monte de Santa Luzia e sua citânia, que desenha o horizonte e pelo Rio Lima que banha as suas tranquilas praias fluviais, constitui, sem dúvida, um dos mais belos cenários que a natureza produziu e que o homem soube, felizmente, preservar.

Nossa primeira visita foi ao Templo-Monumento do Sagrado Coração de Jesus, uma réplica da Basílica de Sacré-Coeur, em Paris, no Monte de Santa Luzia. Obra de 1898, de um dos arquitetos de maior projeção nacional e internacional à época, Miguel Ventura Terra.

Santa Luzia

Protegei, Senhor, o Vosso povo com a intercessão da gloriosa Virgem e Mártir Santa Luzia para que, celebrando o seu martírio na terra, contemplemos um dia o seu triunfo do céu.

Dai-nos saúde no corpo, dai-nos saúde na alma, para termos nesta vida o sossego, a paz e a calma. Confraria de Santa Luzia

Que vista !!! E estava frio, nublado e chuvoso. Imagine num dia claro e ensolarado !

Do telhado da Igreja se  deve ter  uma vista ainda mais magnífica, mas, lamentavelmente, o acesso estava fechado.

Há uma estátua do Navegador Vianense João Álvares Fagundes, do qual descende Sebastião Fagundes Varela.

É possível acessar o Monte por um Funicular, que percorre 650 m em 6 a 7 minutos, diariamente das 10 às 17 horas.

Descemos do Monte de Santa Luzia para o centro da cidade, mais precisamente para a Avenida dos Combatentes da Grande Guerra, junto ao Largo 5 de Outubro, de frente para o Monumento ao 25 de Abril.

Aí, na esquina da Rua Viana, numa loja de artesanato, compramos uma imagem de Santo Antônio, de cerâmica branca, pintada reproduzindo os famosos ‘lenços dos namorados‘, em que eram bordadas com linhas coloridas, quadras românticas, num pano de linho branco.

Conta a tradição que, à época dos descobrimentos, as moças ofereciam lenços aos amados para que delas não esquecessem enquanto estivessem em suas aventuras. Como as moças da época eram, na maior parte, analfabetas, as quadras continham erros ortográficos, característica preservada.

Junto com nosso guia Luís, almoçamos na Casa de Pasto Maria de Perre, na Rua Viana, 118, onde experimentei um cara-pau com batatas cozidas.

Com suas ruas estreitas, alinhadas por casas manuelinas, o centro da cidade é o antigo Campo do Forno, depois Praça da Rainha, e a partir do século XIX,  Praça da República, uma das mais bonitas de Portugal, com sua Fonte Chafariz, do século XVI. Foi durante vários séculos o ponto de abastecimento de água potável da população vianense e, pela sua monumentalidade e localização, uma das referências urbanas do burgo.

A construção mais impressionante desta praça é a Igreja da Misericórdia, do século XVI, com seus três andares.

Outra construção que domina a praça é o Paço do Concelho, de 1502, com seus brasões reais de armas.

Antiga Igreja de Santa Maria Maior, hoje Sé, teve sua construção iniciada no século XV. Na porta de entrada, seis esculturas, dos apóstolos São Pedro, São Paulo, São João, São Tiago, São Bartolomeu e Santo André.

“Quem gosta vem, quem ama fica.”

> itinerário: partida de Viana do Castelo para Ponte de Lima, percorrendo 29,5 km.

Ponte de Lima, Terra Rica da Humanidade

Ponte de Lima é a vila mais antiga de Portugal.

Fundada no local de antigo assentamento celta, se desenvolveu a partir dos romanos que deram a ela o nome de ‘Fórum Limicorum’.

Em 04 de março de 1125, a Rainha D. Teresa outorgou carta de foral à vila, referindo-se a ela como ‘Terra de Ponte’.

No século XIV, D. Pedro I, atendendo à posição geoestratégica de Ponte de Lima, mandou amuralha-la, pelo que o resultado final foi o de um burgo medieval cercado de muralhas e nove torres, das quais ainda restam duas, além de vestígios das restantes e de toda a estrutura defensiva de então, fazendo-se o acesso à vila através de seis portas.

A ponte, que de nome a esta nobre terra, era a única passagem segura do Rio Lima em toda a sua extensão, até os fins da Idade Média.

Construída pelos romanos, com 27 arcos, dela ainda resta um troço significativo na margem direita do Lima, sendo a medieval um marco da arquitetura, percorrida por peregrinos que demandavam a Santiago de Compostela e que ainda a transpõem nos dias de hoje, com a mesma finalidade.

A partir do século XVIII, com a expansão urbana, prosperava a opulência das casas senhoriais que a nobreza da época se encarregou de disseminar, tendo tido início a destruição da muralha.

O Rio Lima, denominado pelos romanos de ‘Lethes’ – o Rio do Esquecimento, por acreditarem que quem o atravessasse perderia para sempre a memória do passado, foi a mais importante via de comunicação até a construção das estradas reais.

> história do Beato Francisco Pacheco, natural de Ponte de Lima

Ainda menino, fez voto de ser mártir. Entrou na Companhia de Jesus em Coimbra em 1585. Em 1592, estudante de Filosofia, partiu para a Índia, onde foi ordenado sacerdote. Em Macau (China), ensinou Teologia por alguns anos. No Japão, trabalhou, também, alguns anos, até ser chamado para Reitor do Colégio de Macau. Acabado o governo, voltou ao Japão em 1612. No ano de 1614, sobrevindo perseguição, foi desterrado com outros missionários para Macau. No ano seguinte, entrou disfarçado no Japão. Por ordem do Sumo Pontífice foi governador daquele bispado e Superior dos religiosos da Companhia de Jesus que andavam escondidos no Japão. Em 1625, entregue aos Governadores, foi preso e levado para o cárcere de Timabara, de onde foi conduzido a Nangasáqui. Com ele, foram queimados vivos pela confissão da fé outros 17 companheiros, todos beatificados por Pio IX a 7 de julho de 1867.

www.cm-pontedelima.pt

www.solaresdeportugal.pt

> itinerário: partida de Ponte de Lima de volta ao Porto, percorrendo 82,5 km.

Passando por Póvoa do Varzim, cidade de veraneio dos Reis, razão de ter sido a primeira cidade a ter luz elétrica.

E pelo Outlet BriCor, à aproximadamente 12 km da cidade do Porto, tido como o de melhores preços de toda a Europa.