PORTO,

classificada pela UNESCO, em 1996,

como Patrimônio Mundial.

“Debruçado sobre o rio Douro, o Porto é uma das mais antigas cidades da Europa. Nasce e desenvolve-se durante a Idade Média, a partir da margem norte do Rio Douro. Um dos aspectos mais significativos do Porto e do centro histórico é o seu enquadramento paisagístico, fruto da harmonia das suas linhas e da sua estrutura urbanística, que constituem um conjunto de rara beleza. A cidade foi classificada como Patrimônio da UNESCO em 1996.

Descobrir o Porto é ir ao encontro de muitas surpresas. Ao lado do carácter hospitaleiro e conservador há uma cidade contemporânea e criativa. As marcas deste ‘saber estar’ sentem-se nas ruas, na arquitectura e nos monumentos, nos museus, nos espaços de lazer, nas esplanadas e nas zonas comerciais.” (Câmara Municipal do Porto / Departamento Municipal de Turismo)

www.visitporto.travel

www.cm-porto.pt

> 13/05/2013 – 2ª feira

Saímos do Aeroporto de Madri (MAD) para o Aeroporto do Porto (OPO), voando Iberia 8722, às 16:35 horas, chegando às 16:40 horas (1h 5m).

Localizada a sudoeste da Europa, banhada pelo Oceano Atlântico, 589 km separam Madri (Espanha) do Porto (Portugal).

De taxi, por cerca de 11 km, do Aeroporto Dr. Francisco Sá Carneiro para o Hotel Vitoria Village, Rua da Vitoria, 29, onde estivemos de 13/05 a 19/05/2013. www.vitoriavillage.com

Reservado através da booking.com, mereceu o seguinte comentário: “O hotel é excelente, com localização privilegiada, no centro da cidade do Porto, próximo a todas as principais atrações, facilitando muitíssimo os deslocamentos. A equipe do hotel merece destaque, todos, sem exceção, são educadíssimos, gentilíssimos, sempre disponíveis, uma equipe jovem que forma um time de primeira linha. O estúdio em que ficamos por quase uma semana era grande, confortável, dispondo de 3 níveis, cozinha (1º nível), sala e banheiro (2º nível) e quarto (3º nível), uma sensação de amplitude, extremamente agradável. Somos só elogios e satisfação. Parabéns !!!”

Almoçamos bem próximo do hotel, no Restaurante Bragança.

> Porto, Região do Alto Douro

Segundo Mia Ellis, “Para os portugueses, o norte do país significa nascimento. Afinal, foi dessa região para o sul que a nação lusitana floresceu à medida que os mouros eram lentamente expulsos, no século XII.” (Revista Viaje Mais, Fevereiro 2013)

A cidade do Porto é uma das mais antigas cidades da Europa, com resquícios que remetem à ‘Idade do Bronze’, ainda no século VIII a.C., época dos primeiros núcleos, ‘Portus’ e ‘Cale’ (‘Porto’ e ‘Gaia’).

Foram os romanos que começaram a plantar uvas nas encostas das montanhas. Por aí tendo passado ainda os suevos*, os visigodos* e os mouros, estes ficaram até o século XI.

* visigodos, antigos povos germânicos, oriundos da Escandinávia, que invadiram a Itália e a Gália a partir do século II e a Península Ibérica a partir do século IV.

* suevos, povo germânico que invadiu a Península Ibérica no começo do século V, estabelecendo-se na região que vai de Lisboa ao Rio Minho, com Braga por capital.

Foi daí que Afonso Henriques partiu para a reconquista da região tomada pelos mouros desde o século VIII e estabeleceu o reino de ‘Portugal’.

Os monges da ‘Ordem de Cister’* vieram em seguida, quando Portugal já era uma nação, fundando algumas quintas nas proximidades do rio.

*Ordem monástica católica reformada (1098), que surgiu como reação ao relaxamento da Ordem de Cluny, retomando a observância da antiga regra beneditina. São comumente chamados ‘trapistas’, pois sua criação resultou da reforma da abadia da Trapa. Foi no IV Concílio de Latrão (1215) que a palavra ‘beneditino’ surgiu, para designar os monges que não pertenciam a nenhuma ordem centralizada, em oposição aos cistercienses. A Ordem estabeleceu-se em Portugal em Tarouca em 1144, um antigo mosteiro beneditino. Todos os mosteiros cistercienses do século XII mudaram de observância, só Alcobaça foi fundado de novo. Durante o século XII as fundações mais importantes e numerosas foram as das monjas: Lorvão, Celas, Arouca e São Bento de Cástris, protegidas pelas infantas-rainhas Teresa, Sancha e Mafalda, e Odivelas todas dependentes de Alcobaça. Durante este período não houve em Portugal ordem mais poderosa, devido sobretudo à riqueza de Alcobaça que foi também o centro artístico e intelectual da Ordem. No século XVIII entram em decadência e foram extintos em 1834.

O Porto prosperou como importante centro comercial na ‘Idade Média’, quando nasceram dois de seus filhos mais ilustres: o Infante D. Henrique, o Navegador, no fim do século XIV, e Pero Vaz de Caminha.

A cidade do Porto, a cerca de 300 km ao norte de Lisboa é a segunda maior cidade de Portugal e a alcunha de ‘Cidade Invicta‘ decorre de nunca ter perdido uma batalha contra os mouros, definitivamente expulsos da Península Ibérica em 1492.

A cidade do Porto, também é chamada de ‘terra de tripeiros‘, apelido que vem da época das navegações, quando as melhores carnes abasteciam os navios que partiam para os descobrimentos e o povo se virava com o que sobrava, incluindo tripas de animais.

As primeiras muralhas que deram a volta na cidade, circundando o Morro da Sé, foram erguidas ainda em tempos romanos, mas reconstruídas no século XII. É possível ver parte de suas ruínas no alto da Avenida Dom Afonso Henriques, ao lado da Igreja de Santa Clara, no bairro da Sé, construída em 1416, no Largo 1º de Dezembro. O interior da igreja foi transformado por mestres do trabalho em madeira e ouro do século XVII. Praticamente cada metro quadrado é coberto com trabalhos em madeira entalhada e dourada. O clerestório (galeria superior sobre as naves laterais das igrejas) permite que o sol inunde o interior, fazendo uma coroa dourada nas partes superiores. de 2ª a 6ª feira, das 9 às 12 horas e das 15:30 às 18 horas; sábado, das 15 às 18 horas e domingo, das 10 às 11 horas.

Ali está também o que restou do segundo anel de muralhas, que envolveu a cidade, chamado de Muralha Fernandina, erguida no século XIV, entre 1368 e 1437, por D. Fernando, existindo ainda dois trechos que podem ser vistos, à Rua Arnaldo Gama, ‘Trecho dos Guindais’ e junto às Escadas do Caminho Novo, ‘Trecho do Caminho Novo’.

O antigo Convento de Santa Clara, Largo 1º de Dezembro, foi construído ainda na primeira metade do século XV e é um belo exemplar da época.

O sobe e desce pelas ladeiras de paralelepípedos revela a riqueza arquitetônica da Ribeira, região considerada Patrimônio Mundial pela UNESCO: a Igreja de São Francisco, século XVIII; o Palácio da Bolsa, século XIX, com seu maravilhoso salão árabe; a Catedral da Sé, grande ícone medieval, e sua imponente estrutura de fortaleza dos séculos XII e XIII, ornamentada com uma rosácea na fachada oeste e um mirante estupendo.

Ao lado, a Estação de São Bento e as cenas históricas retratadas nos magníficos azulejos azuis e brancos que adornam seu interior, assim como também adornam a Igreja do Carmo.

O azulejo foi introduzido em toda a Península Ibérica pelos mouros. A partir do século XVI, a arte começou a ganhar força em Portugal e, no século XVIII, o país atingia seu auge, com as figuras pintadas no clássico azul e branco, se transformando no maior e mais importante centro produtor de azulejos de toda a Europa.

E foi justamente na cidade do Porto, que os azulejos ganharam as fachadas, deixando de ser usados apenas nos interiores, costume posteriormente trazido para as colônias portuguesas.

O barroco mudou a cara da cidade nos século XVII e XVIII, transformando-a num canteiro de obras com artistas vindos de vários lugares.

Da região norte de Portugal, partiram oito entre dez portugueses rumo ao Brasil, no início do século XX.

“O que aqui se vê, e além de ver-se vislumbra, fixa-se para sempre na retina, prende-se entranhadamente à alma, e ficará a vibrar numa impressão porventura dolorosa e inesquecível.” (Manuel Mendes, sobre a região do Douro)

A classificação da região do Alto Douro Vinhateiro como Patrimônio da Humanidade, em 2001, considerou o fato da região produzir vinho há cerca de 2000 anos, de ser uma obra de arte da natureza e também resultado do trabalho árduo do homem, que a moldou para torna-la o que é hoje.

Desta região fazem parte 13 municípios, que, para além dos vinhedos, fornecem o contexto cultural e histórico em que se desenrola a vida desta região, uma área rica em termos de patrimônio arquitetônico.

No meio a montes, quintas e vinhas destacam-se grandes casas senhoriais do século XVIII, com suas fachadas imponentes, que demonstram a importância das famílias que nelas habitavam.

De quando em quando, alguns núcleos urbanos, dos quais se destacam as cidades de Régua, Lamego e Vila Real.

Já na Idade Média, Lamego estava ligada à produção de vinho, o Vinho Doce de Lamego, como era conhecido.

Existem várias explicações para a origem do nome ‘Douro’.

Uma lenda conta que era costume ver-se rolar umas pedritas pequenas e brilhantes, que se veio a descobrir serem de ouro.

Há quem diga ainda que o nome se deve à cor barrenta das águas do rio, consequência das grandes quantidades de detritos que as enxurradas arrastavam encosta abaixo e que, por serem de um amarelo vivo, lhe davam uma cor de ouro.

Mas há ainda quem defenda que este nome deriva do latim ‘Durius’, ou seja, ‘Duro’, devido à dureza dos seus contornos tortuosos de escarpas altas e rochosas.

O Rio Douro nasce na Serra de Urbión, no norte da Espanha, a cerca de 2000 m de altitude e percorre um total de 927 km.

É o segundo maior Rio de Portugal, ainda que só percorra 210 km em território português.

É navegável ao longo de todo o percurso, graças às cinco barragens que são também uma atração, devido ao seu desnível. A Barragem do Carrapatelo tem um desnível no nível da água de 35 m, um dos maiores desníveis da Europa.

Em séculos passados, este rio representou um desafio e um perigo para os que nele navegavam. Repleto de fortíssimas correntes e pedras submersas, apenas um pequeno barco de madeira, o ‘Rabelo‘, conseguia navegar nestas águas e fazer o transporte do vinho desde o Vale do Douro até à foz, em cujas margens se situam as cidades do Porto e de Vila Nova de Gaia, uma de cada lado do Rio Douro.

‘O Vinho do Porto é o Rei dos Vinhos – Vinho dos Reis’.

“… um fogo potável nos espíritos, uma pólvora incendiada no queimar, uma tinta de escrever na cor, um Brasil na doçura e uma Índia no aromático …” (Manuel Carvalho, no livro Ilha de Xisto, sobre o vinho do Porto)

O surgimento do ‘Vinho do Porto’ resultou de uma sucessão de experiências dos negociantes ingleses, radicados na cidade do Porto. Devido às sucessivas guerras entre a Inglaterra e a França, os comerciantes ingleses, privados dos seus habituais fornecimentos de vinho de Bordéus, viraram a sua atenção para os robustos e frutados vinhos portugueses. No entanto, estes vinhos nem sempre chegavam ao seu destino nas melhores condições e os comerciantes   adicionavam-lhes aguardente durante a fermentação e assim nasceu o Vinho do Porto tal como o conhecemos hoje.

Com a passagem do tempo, os pioneiros do comércio do Vinho do Porto descobriram que a adição de aguardente no mosto durante a fermentação trazia outros benefícios para além da simples proteção do vinho: realçava as suas qualidades, permitindo que se transformasse, ao envelhecer nos frescos e calmos armazéns de Vila Nova de Gaia, no vinho opulento e complexo que conhecemos hoje como Vinho do Porto.

A primeira referência escrita de que se tem conhecimento, ligada ao ‘Vinho do Porto’, data de fins do ano de 1678.

Em 1756, por Alvara Régio de El-Rei D. José I, foi instituída a Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto-Douro, também denominada Real Companhia Velha, formada pelos principais lavradores do Alto-Douro, com a missão de sustentar a cultura das vinhas e conservar a produção delas na sua pureza natural.

Uma das ações mais importantes da Companhia foi a ‘Demarcação Pombalina da Região do Douro’, entre 1758 e 1761, e a delimitação da região dos vinhos de Feitoria do Douro, que é a mais antiga região demarcada do mundo.

A linha de atuação da Companhia, caracterizada por uma legislação de grande rigor e controle, lançou sólidos alicerces para uma política que muito prestigiou o Vinho do Porto, que, em 1810, alcançava 20 mil pipas exportadas, contra as 800 exportadas entre 1680 e 1715.

Em 1799, o Vinho do Porto representava mais de 50% das exportações portuguesas.

O Vinho do Porto alcançava a fama.

Durante as invasões francesas (1809), os vinhos da Real Companhia Velha faziam parte da ração dos soldados franceses. Assim também, o exército inglês (1811) consumia estes mesmos vinhos.

Nos anos 1851 / 1852 a Companhia possuía entrepostos comerciais para os seus vinhos em quase todos os portos do mundo.

O Vinho do Porto é, por definição, um vinho generoso e encorpado, produzido na Região do Douro.

Ao falar da Região do Douro, na realidade se fala em três sub-regiões com características bastante específicas: ‘Baixo Corgo’, ‘Cima Corgo’ e ‘Douro Superior’, cada uma caracterizada por um microclima que confere diferentes características às uvas que depois irão ser utilizadas na produção dos diferentes tipos de Vinho do Porto, nomeadamente, ‘Tawny’, ‘Ruby’ e ‘Branco’.

O Vinho do Porto é um vinho fortificado, produzido exclusivamente com uvas provenientes da Região Demarcada do Douro, em que o processo de fermentação é parado antes de estar completo, através da adição de aguardente vínica (com cerca de 77º de álcool), o que lhe confere uma doçura natural, visto que o açúcar das uvas não se transformou totalmente em álcool.

O que distingue as três categorias de Vinho do Porto não é a proveniência das uvas, embora sua qualidade também seja um fator relevante, mas a forma como o vinho é envelhecido.

O Vinho do Porto Branco é feito exclusivamente a partir de uvas brancas (malvasia fina, viosinho, gouveio, rabigato, …) e envelhece em grandes balseiros de madeira de carvalho. São vinhos jovens e frutados, a única categoria de Vinho do Porto que se distingue quanto à sua doçura, nomeadamente, brancos secos, meio-secos e doces.

No caso do Vinho do Porto Ruby, é um vinho tinto que também envelhece em balseiros. Como tem pouco contato com a madeira e através dela pouco contato com o oxigênio, conserva durante mais tempo suas características iniciais, devido á baixa oxidação. São vinhos frutados de uma cor escura (rubi), com sabores de frutas vermelhas e com característica de vinhos jovens. Dentro desta categoria se destacam os LBV (Late Bottled Vintage) e os Vintage. Este último, considerado por muitos a joia da coroa dos Vinhos do Porto, produzido a partir das uvas da colheita de um único ano e engarrafado dois a três anos após a vindima*. É um vinho que pode ser guardado, pois continua a envelhecer em garrafa. O LBV envelhece em grandes cubas de madeira entre quatro a seis anos, daí no nome ‘Late Bottled’, engarrafado tardiamente.

* vindima – época de colheita das uvas, de dia, e pisa das uvas, durante a noite, ao som de música, meados de setembro

outros termos:

largar – antiquíssimos tanques de pedra onde as uvas são pisadas, sob o olhar atento do enólogo

roga – grupo de homens e mulheres, grupo de vindimadores) por vezes toda a população válida de uma ou mais aldeias de Trás-os-Montes e da Beira, que, na época própria, se desloca para o Alto Douro, para trabalhar nas vindimas

corte – ritual através do qual os pés humanos extraem com maestria os ingredientes da película e grainhas das uvas

O Vinho do Porto Tawny é, também, um vinho tinto, mas que envelhece em pipas de 550 l, que permitem um maior contato do vinho com a madeira e daí com o ar, o que faz com que oxide e envelheça mais rapidamente, o que lhe confere uma cor diferente, em tons de âmbar. O aroma, também, é diferente, com frutos secos, madeira, tostado, café, chocolate, mel, em evidência. São vinhos de lotes de vários anos, dos quais se destacam os Tawny com indicação de idade (10, 20, 30 e 40 anos).

Há várias maneiras de consumir Vinho do Porto: como aperitivo, digestivo ou vinho de sobremesa. E, muito embora a forma mais popular de consumo seja como aperitivo, o Vinho do Porto é reputado como o ‘melhor vinho de sobremesa do mundo’, figurando entre as bebidas de mais classe do mundo.

O Vinho do Porto, produzido na região banhada pelo Rio Douro, agradou não só os ingleses, mas o planeta inteiro.

Terminada a vindima, lavados os cestos, fechadas as adegas, o frio vem ocupar o lugar do agradável e quente outono. É, então, que o jovem Vinho do Porto inicia seu estágio, ganhando em estrutura e complexidade. Na primavera seguinte, as adegas serão abertas e se dará início ao caminho para as seculares caves da Real Companhia Velha em Vila Nova de Gaia, na margem oposta do Rio Douro.

Esta viagem era feita, outrora, nos históricos ‘barcos rabelos’. Era uma viagem longa e tumultuosa pelo leito de um rio que nunca se deixou domar. Mas era absolutamente necessário que o Vinho do Porto respirasse os ares de Gaia.

Uma das particularidades do Vinho do Porto é, além de ter uma região demarcada para sua produção, ter, também, uma zona vocacionada para seu envelhecimento, o entreposto de Vila Nova de Gaia.

 A proximidade marítima lhe confere condições climáticas determinantes no processo de envelhecimento do Vinho do Porto, caracterizado pela evolução da cor e do aveludar do paladar, e que consiste num processo de oxidação natural, uma misteriosa forma de ‘respiração’, através da porosidade da madeira, provocando a precipitação da matéria corante.

Com o decorrer dos primeiros anos, ao jovem Vinho do Porto, retinto, de carregada cor púrpura, com nuances violeta, sucede um Porto Rubi, de cor vermelho vivo, evocando a pedra preciosa de mesmo nome.

Mais tarde, com o avançar do tempo, o vermelho vivo perde sua intensidade e esbate-se, dando lugar a um Vinho do Porto aloirado, com nuances de topázio.

No que diz respeito aos Vinhos do Porto Brancos, a evolução da cor é, precisamente, oposta a dos Tintos. Assim, com o envelhecimento, o Vinho do Porto Branco escurece, extremando-se de uma leve cor palha, enquanto jovem, para um sombrio dourado velho, quando envelhecido.

Nas caves da Real Companhia Velha e no silêncio de seus armazéns, o Vinho do Porto repousa em cascos de madeira nobre, o trabalho secular executado por hábeis tanoeiros, que tem servido à Companhia ao longo de muitas gerações.

Ali adormecido, numa paz única, as pipas e os balseiros estão como que perdidos no tempo …, 10, 20, 30 anos … que importa ! O tempo necessário para que cada vinho atinja seu ponto exato de maturação.

Há barricas de até 15 mil litros, com dezenas de anos de uso.

A cidade do Porto é a segunda do país em número de habitantes e é conhecida como capital do norte, embora nunca tenha sido capital de Portugal, que foram Coimbra e Lisboa.

> 14/05/2013 – 3ª feira

Começamos o dia descendo a Rua dos Clérigos, artéria importante na malha urbana do Porto, atravessando a Praça da Liberdade, chegando à Igreja de Santo Antonio dos Congregados, onde nos confessamos na Capela da Reconciliação e assistimos à missa.

Na Praça Almeida Garrett, homenagem ao famoso escritor português, a Estação de Trens São Bento, edificada no lugar do extinto Convento de São Bento de Ave-Maria, 1896-1916, um prédio belíssimo, cujas paredes internas são revestidas por painéis de azulejos, com 500 m², que retratam a conquista do território Ceuta pelo Infante Dom Henrique.

Seguindo pela Avenida de D. Afonso Henriques, passando pela Muralha Fernandina e pela Avenida Vimara Peres para chegar e atravessar a Ponte Luís I até o Jardim do Morro.

Uma vez em Vila Nova de Gaia, descemos caminhando pela Avenida de Diogo Leite.

De um lado as caves, do outro o Rio Douro e os ‘barcos rabelos’, embarcação típica do Rio Douro, de fundo chato, sem quilha externa, bicuda nas duas extremidades, que tem por leme um remo muito comprido e grosso e que era utilizado para transportar pipas de vinho.

Subimos a Rua do Choupelo em direção ao Hotel The Yeatman Oporto, a cave Taylor’s e o Restaurante Barão de Fladgate, no nº 250, de 2ª a 6ª feiras, das 10 às 18 horas; sábados e domingos, das 10 às 17 horas.

“Em meu entender, a Taylor’s detém uma posição cimeira. Descrevi-a frequentemente como o Château Latour dos Vinhos do Porto, traduzindo forte carácter, firmeza e capacidade de vida prolongada. Outra característica inimitável da Taylor’s é conseguir, quando ‘cria’ o vinho, dar-lhe uma força semelhante à de um Château Latour.” (Michael Broadbent, “Master of Wine”, diretor da casa Christie’s)

Inicialmente Gaia era um entreposto comercial, por esta razão, embora a Taylor’s exista desde 1692, só a partir do século XVIII começa a atuar como produtora e não mais apenas comprando, envelhecendo, vendendo e exportando. A bem da verdade, a Taylor’s foi uma das primeiras empresas exportadoras a comprar terrenos para produzir os seus próprios vinhos, como a conhecida Quinta de Vargellas, comprada pela empresa em 1893, considerada por muitos como uma das melhores quintas do mundo. A outra grande quinta da Taylor’s é a Quinta da Terra Feita.

Um firma estritamente familiar, nunca tendo sido vendida ou comprada.

Curiosidade: 1 kg 300 gr de uvas para fazer 1 garrafa de 700 ml de Vinho do Porto

Após a visita guiada, almoçamos no Restaurante Barão de Fladgate, dentro da cave Taylor’s, uma das mais premiadas casas de vinho do Porto, a preferida da família real inglesa, uma das três marcas da Fladgate, as outras são Fonseca e Croft. de 2ª feira à sábado, das 12:30 às 15 horas e das 19:30 às 22 horas e aos domingos, das 12:30 às 15 horas.

Nossa escolha foi bacalhau com crosta de broa e ervas, batata a murro grelos salteados e azeitona do Alentejo. Supimpa !!!

www.taylor.pt

http://taylorsportwinelodges.wordpress.com

Uma segunda visita foi à Cave Adriano Ramos Pinto (1880), da companhia francesa de champanhe Roederer desde 1991. Avenida Ramos Pinto, 380. de outubro à maio, de 2ª a 6ª feira, das 9 às 13 horas e das 14 às 17 horas e de junho à setembro, de 2ª feira à sábado, das 10 às 16 horas, fechado nos feriados.

Além do percurso da empresa, feito da história dos seus vinhos, dos rótulos das suas garrafas, das medalhas ganhas, da publicidade encomendada aos melhores artistas, há, ainda, a área museológica, Casa Ramos Pinto, um palácio transformado por Adriano Ramos Pinto na sede da empresa.

www.ramospinto.pt

Outras Caves de Vinho do Porto:

. A. A. Cálem, Avenida Diogo Leite, 344, www.calem.pt

. CockBurn’s Port, Rua Serpa Pinto, 346, www.cockburns.com

. Croft, Travessa Barão de Forrester

. Ferreira, Avenida Ramos Pinto, 70, www.sograpevinhos.eu

. Offley Forrester, Rua do Choupelo, 54, www.sograpevinhos.eu

. Real Companhia Velha, Avenida D. João II, 314, www.realcompanhiavelha.pt

. Rozès, Rua Cândido dos Reis, 526/532, www.rozes.pt

. Sandeman, Largo Miguel Bombarda, 3, www.sandeman.eu

. Vasconcelos, Avenida Diogo Leite, 8

. W. & J. Graham, Rua Rei Ramiro, 514, www.grahams-port.com

. Wiese & Krohn, Rua Serpa Pinto, 149, www.krohn.pt

. Burmester, Largo da Ponte Luís I, 1

. Churchill Graham, Rua da Fonte Nova, 5

> A melhor vista para o Porto e Gaia

Seguindo pela Avenida Ramos Pinto, em direção ao Cais de Gaia, o Teleférico de Gaia, na Calçada da Serra, 143. Uma viagem de 5 minutos, nos quais se percorre 600 metros, que levam da Estação Baixa, junto ao Mercado Municipal no Cais de Gaia à Estação Alta, junto ao Jardim do Morro na Avenida da República. a partir de 09/04/2013, das 10 às 20 horas (verão) e a partir de 10/10/2013, das 10 às 18 horas (inverno). www.gaiacablecar.com

> Nem só de barco se sobe o Douro.

Entre a zona histórica de Gaia e a história do Vinho do Porto, há uma viagem por fazer.

> Acima de tudo, aproveite a viagem.

Retornamos pelas mesmas Avenidas Vimara Peres e D. Afonso Henriques, até a Catedral do Porto.

A Sé do Porto é um edifício de estrutura românica, dos séculos XII e XIII, tendo sofrido grandes remodelações no período barroco (séculos XVII – XVIII). São elementos da época da sua fundação parte das torres gêmeas, a rosácea e as naves.

A imagem de Nossa Senhora da Vandoma (século XIV), entronizada desde 1984, é a padroeira da cidade do Porto.

O importante claustro gótico foi começado nos fins do século XIV. Apresente sete grandes painéis de azulejos do 2º quartel do século XVIII, com cenas do ‘Cântico dos Cânticos’, numa referência ao diálogo místico entre Deus e a Virgem Padroeira da Catedral.

Uma escadaria nobre, concluída em 1736, da acesso ao pátio superior do claustro gótico. No pátio, observa-se a vista panorâmica e painéis de azulejos com cenas campestres e mitológicas.

Uma paradinha para um rápido lanche na Confeitaria Bella Doce.

Finalizando o dia passeando na Praça da Liberdade, pela Avenida dos Aliados, indo até os Paços do Concelho, então, retornando ao hotel.

> 15/05/2013 – 4ª feira

Começamos o dia na Rua dos Clérigos, na Igreja e Torre dos Clérigos.

A Irmandade dos Clérigos resultou da união de três irmandades que, em meados do século XVII, existiam na cidade do Porto: a da Senhora da Misericórdia, criada em 1642, a de São Pedro ad Vincula, de 1655 e a de São Filipe Néri, de 1666.

A ‘Irmandade de Nossa Senhora da Assunção, São Pedro ad Vincula e São Filipe Néri, do Socorro dos Clérigos Pobres da Cidade do Porto’, popularmente designada por ‘Irmandade dos Clérigos’ nasceu por decreto de Roma, em 1710, tendo como Padroeira principal Nossa Senhora da Assunção e segundos padroeiros São Pedro e São Filipe Néri.

Assim, na década de vinte, começou a ser equacionada a possibilidade de construção da Igreja e casa própria, que só na década seguinte se concretizou, quando em 1731, dois padres ofereceram à Irmandade um terreno que possuíam no então lugar designado lugar da Cruz da Cassoa. Um espaço localizado paredes meias com o adro dos enforcados, o sítio mais tenebroso da cidade, onde eram executadas as sentenças de morte, por enforcamento, e onde os condenados eram sepultados.

A urgente necessidade de espaço próprio suplantou todos os estigmas e levou a Irmandade a avançar para a edificação do templo.

A construção da Igreja se deu de 1732 a 1749, como atestam as datas gravadas nas duas pias de água benta: ‘P. R. 1732’ e ‘FIN 1749’.

Um dado curioso é que a primeira missa se realizou em 1748, antes mesmo da obra estar concluída e sua sagração se deu em 1779.

Na Capela do Santíssimo repousa um pelicano fêmea. Reza a lenda que o pelicano fêmea é o único animal que, em caso de extrema necessidade, se mata para que as suas entranhas sirvam de alimento aos filhos, ou seja, mata-se pro amor aos filhos. Alusão clara a Cristo, que deu a vida pelos homens.

Para esta Igreja foram trazidas as relíquias de Santo Inocêncio, mártir do século III, decapitado por não recusar a profissão de fé em Cristo. Contemporâneo de Santa Cecília, São Sebastião, São Lourenço, São Tarcísio e Santa Inês, suas relíquias foram depositadas pelos primeiros cristãos no século III, nas catacumbas de São Calisto, em Roma, como era costume na época e oferecidas pelo Papa Bento XIV à D. Tomás de Almeida, bispo do Porto em 1709. Transportadas de barco de Roma para o Porto, num documento guardado no arquivo da Irmandade pode se ler: “Em 24 de Março de 1752 aportaram à barra da foz desta cidade estas insignes relíquias, resguardadas em uma decente Urna de fino cristal e do mais polido bronze, dentro da qual se divisavam não só a veneranda caveira do invictíssimo mártir, com todos os seus dentes, mas também os distintos ossos artificiosamente acomodados e no meio há um vaso de vidro com o seu próprio sangue congelado e incorrupto.” 

Torre dos Clérigos – Uma história de granito,

como a definiu Secundino Cunha (Março de 2013).

Um dos cartões postais da cidade, torre sineira, construída no final do século XVIII (1749-1763), com 75 m de altura, quatro campanários dos sinos grandes, que suporta o carrilhão de concerto, com 49 sinos, e que já foi o edifício mais alto de Portugal. Junto, o chamado conjunto dos clérigos, do qual faziam parte a Igreja e uma enfermaria.

Toda em granito, obra-prima do arquiteto italiano Nicolau Nasoni, conta com uma escada interior, estreita, em forma de caracol, com íngremes 220 degraus, que nos proporcionou uma vista panorâmica de 360º, que compensa o cansaço da subida.

À época, no alto da Torre, uma peça em ferro, em forma de canhão ou morteiro, que chamavam ‘meridiana’, disparava um tiro de pólvora seca, anunciando que era meio-dia.

Quatro mostradores de relógio dizem as horas à cidade.

Por baixo da Igreja existe a Capela da Senhora da Lapa. Não tem acesso interior para o tempo e teria funcionado, nos séculos XVIII e XIX, como capela mortuária.

Entre a Igreja e a Torre, encontra-se o edifício construído para albergar todos os serviços para que foi criada a Irmandade: apoio aos clérigos da cidade, particularmente os mais pobres. Foi, por assim dizer, a primeira casa sacerdotal do País. Era residência do reitor, salão nobre e arquivo, enfermaria e quartos onde residiam os padres que não tinham onde morar.

Na primeira versão dos seus estatutos consta o objeto principal da instituição: “(…) É o socorro dos clérigos pobres, tanto sãos como doentes. – Como sãos: socorrendo-os, segundo as circunstâncias o exigem, com esmolas pecuniárias e às vezes vestindo-os, havendo necessidade. – Como doentes: pagando-lhes o curativo e dando-lhes grandes auxílios para o seu tratamento, e isto até ao final; e quando são chamados ao Tribunal Divino lhes dão as vestes sacerdotais, e sendo preciso os sepultarão na sua igreja, fazendo-lhes os competentes sufrágios (…)”

Rua São Filipe Nery, igreja: diariamente, das 9 às 18 horas e torre: diariamente, das 9 às 19 horas, www.portopatrimoniomundial.com

Após as visitas, contornamos a Igreja e a Torre dos Clérigos, pelas Ruas de São Filipe de Nery e da Assunção.

Na Rua Assunção, na loja ‘Arte Sacra Aroso Ribeiro‘ compramos uma imagem de ‘Nossa Senhora do Leite’, que não conhecíamos, mas muito comum nas igrejas do Porto, Maria amamentando o Menino Jesus.

Da Torre dos Clérigos, seguimos caminhando, passando em frente de um lado da Praça da Cordoaria e de outro do Centro Português de Fotografia, que funciona num prédio que abrigou uma prisão e onde está uma preciosa coleção de máquinas e artefatos dos primórdios da fotografia.

Prosseguimos pela Rua das Taipas, Rua do Belomonte e Rua de Ferreira Borges, passando pela Praça do Infante D. Henrique, pelo Mercado Ferreira Borges e pelo Palácio da Bolsa, contornando a Igreja de São Nicolau, infelizmente fechada, para chegar ao ponto da Linha 1 ou Linha da Marginal do Porto Tram City Tour.

O Mercado Ferreira Borges foi construído em ferro, no final do século XIX (1885), para substituir o velho Mercado da Ribeira, porém, pouco tempo funcionou como mercado, tendo sido utilizado para diversos fins. Atualmente, serve como espaço de animação cultural.

O Porto Tram City Tour é uma rede de carros elétricos históricos da STCP, história que remonta a 1872, ano em que foi inaugurada a primeira linha de ‘carros americanos’ da cidade do Porto, totalmente restaurados, atualmente constituída por 3 linhas distintas, que percorre as zonas mais emblemáticas da cidade.

A Linha 1 ou Linha da Marginal faz o percurso entre o centro histórico do Porto e o Jardim do Passeio Alegre (Cantareira), num trajeto único pelas margens do Rio Douro até a Foz do Douro, passando:

. pela Alfandega Nova do Porto, construção iniciada em 1859 e inaugurada em 1869, onde funciona o Museu dos Transportes e Comunicações.

. pelo Museu do Carro Eléctrico, inaugurado em 1992, no edifício da antiga Central Termoeléctrica de Massarelos, onde se produzia e transformava a energia necessária à rede de carros eléctricos da cidade. www.museudocarroelectrico.pt

. pela Ponte da Arrábida, de 1963.

. pelo Farol, de 1527, um dos mais antigos da Europa.

. descendo no ponto final para um passeio pelo Jardim do Passeio Alegre, construído em finais do século XIX, muito bonito, um agradável passeio.

Retornamos ao mesmo ponto, voltando no mesmo trem, contudo, descendo no Museu do Carro Elétrico, onde fica o heliporto para voos turísticos de helicóptero.

Daí tomamos o trem da Linha 18 ou Linha da Restauração, que faz o percurso entre Massarelos, perto do Museu do Carro Elétrico, e o Carmo, perto da Praça dos Leões e da Reitoria da Universidade do Porto, num trajeto que liga a zona histórica da freguesia de Massarelos ao Jardim da Cordoaria e sua envolvente.

Descemos na Praça da Parada Leitão, onde almoçamos no Restaurante Piolho D’Ouro, aí experimentando a ‘francesinha‘, prato típico do Porto, servido com filé mignon, coberto com queijo gratinado, presunto, linguiça, salsicha, ovo, um molho rico à base de vinho do Porto, pimenta e temperos diversos, servido com fritas sequinhas e crocantes.

Após o almoço, visitamos a Igreja dos Carmelitas Descalços e a Igreja do Carmo.

A pedra fundamental do Convento  das Carmelitas foi colocada em maio de 1619. Em junho de 1622, os frades entraram na parte construída do prédio, a Igreja de Nossa Senhora do Carmo Igreja estaria pronta logo depois. Passou por uma renovação profunda em torno de 1730, quando uma nova capela-mor foi construída. Dois anos depois, obras foram feitas em outras partes da igreja. O campanário ficava no lado direito da fachada e foi transferido para o lado esquerdo em 1754 mediante acordo com a Ordem Terceira do Carmo para a construção da igreja. A fachada atual data da década de 1850 e é atribuída ao arquiteto Nicolau Nasoni. O convento foi utilizado como quartel por um regimento durante as invasões francesas. Após a extinção das Ordens Religiosas, em 1834, a Guarda Municipal, e, posteriormente, a Guarda Nacional Republicana, ocuparam as instalações do convento.

Retornamos ao mesmo ponto, tomando a Linha 22 ou Linha da Baixa, que percorre as artérias mais emblemáticas do centro da cidade do Porto, num percurso circular entre o Carmo e a Batalha/Guindais, passando nas principais artérias da baixa da cidade, como a Rua dos Clérigos, Praça da Liberdade, Rua 31 de Janeiro, Praça da Batalha, Rua de Santa Catarina, Avenida dos Aliados e Rua de Ceuta.

Descemos no ponto final, Batalha/Guindais, onde há ligação com a estação do Funicular dos Guindais, Batalha – Ribeira – Batalha, de domingo à 5ª feira, das 8 às 20 horas e 6ª feira e sábado, das 8 às 24 horas.

Atravessamos, desta vez, por baixo, a Ponte Luís I, os Pilares da Ponte Pênsil, caminhando pelo Cais dos Guindais, Cais da Ribeira, Praça da Ribeira, Postigo do Carvão, Largo do Terreiro, Cais da Estiva, onde há muitos bares, restaurantes, lojas e até uma feira de artesanato, além de muita história, é claro.

De volta ao Funicular, para subir da Ribeira à Batalha.

Visitamos a Capela dos Alfaiates. O que tem de pequenina tem de linda.

São Bom Homem e Nossa Senhora de Agosto foram os padroeiros e protetores da Confraria dos Alfaiates e a imagem da primeira era, no início do século XVI, venerada no primeiro andar de uma casa junto à Sé, cujo piso térreo servia de celeiro do Cabido. Em 1554, porém, iniciou-se a construção de uma nova capela frente à fachada principal da Sé, em edifício cedido á Confraria pelo bispo. Onze anos depois, em 1565, só as paredes tinham sido levantadas e, com o empenho do prelado, o mestre-pedreiro contratado com a Irmandade concluiu o templo.

A capela teve, em 1853, obras de beneficiação promovidas pela Associação dos Alfaiates e, em 1935, devido às obras de demolição programadas para a abertura do terreiro da Sé, foi expropriada pela Câmara. Em 1953 foi reedificada na sua atual implantação. É Monumento Nacional desde 1927.

Retornamos ao mesmo ponto e tomamos o mesmo trem, desta feita, descendo na parada Aliados, Rua de Passos Manuel, seguindo e atravessando a Avenida dos Aliados e seguindo pela Rua Elísio de Melo até a Praça de Filipa de Lencastre, parando na Confeitaria Tamisa, onde experimentei a especialidade da casa, o ‘bolo de arroz’, gostoso, mas nada de excepcional.

Seguindo pela Rua Cândido dos Reis até a Rua das Carmelitas, onde fica a Livraria Lello, no nº 144. Inaugurada em 1906, em estilo neogótico, possui uma magnífica fachada, de realçar o rendilhado que encima o edifício, todo ele um autêntico monumento artístico que já mereceu classificação de patrimônio nacional. O interior é de faltar palavras, tamanha beleza e riqueza. Deslumbrante a escada ornamental, assim como o amplo vitral de seu teto.

Curiosidade: Um fato interessante nos acompanhou nesta viagem. Em Málaga, do nosso quarto do hotel víamos bem de perto a Catedral e num terraço de um prédio também bem próximo, um casal de gaivotas se revezava cuidando de seu ninho. Neste hotel do Porto, da janela do nosso quarto igualmente víamos a Catedral bem próxima e num terraço de um prédio também bem próximo, um casal de gaivotas se revezava cuidando do ninho.

> 16/05/2013 – 5ª feira

Imaginem que no Marrocos vivemos a experiência de temperatura de 46º e nesse dia no Porto a temperatura era de 8º, ou seja, em poucos dias, uma diferença de 38º ???

Pela primeira vez nesta viagem, um dia chuvoso e bastante frio, que, contudo, não nos impediu de nada.

Tour por Barcelos, Viana do Castelo e Ponte de Lima, Região do Minho, com a Clevertours Travel Agency. Se desejar saber mais, nos siga em Nossos Roteiros em Barcelos, Viana do Castelo e Ponte de Lima (Portugal) 2013.

> 17/05/2013 – 6ª feira

Wine Tour no Vale do Douro/Espumante, Douro, Vinho do Porto e Verde, com a Living Tours Portugal. Se desejar saber mais, nos siga em Nosso Roteiro no Wine Tour no Vale do Douro (Portugal) 2013.

> 18/05/2013 – sábado

Começamos nosso dia na Igreja das Carmelitas, onde já tínhamos estado, passando pela Praça de Gomes Teixeira.

Em frente à Praça da Cordoaria, tomamos o City Sightseeing, linha vermelha, na parada Torre dos Clérigos, percorrendo com audioguide as paradas: Praça da Liberdade, Sé Catedral, Praça da Batalha, Praça D. João I, Avenida dos Aliados, Praça Filipa de Lencastre, Igreja das Carmelitas, Museu de Soares dos Reis, Palácio de Cristal, Rotunda da Boavista, Casa da Música, Bessa, Foco, Avenida Marechal Gomes da Costa, Casa de Serralves, Parque da Cidade, Castelo do Queijo, Molhe, Pérgola da Foz, Praia do Ourigo, Pilotos, Fluvial, Massarelos, Museu do Vinho do Porto, Ribeira, Calém, descendo na parada Ramos Pinto, para almoçar na Casa Adão Restaurante, Avenida Ramos Pinto, 252, indicação de um casal de amigos, Costa & Isabel, onde experimentamos os rissoles de camarão, as tripas à moda do Porto, sardinha assada na brasa com pimento e de sobremesa o leite creme para queimar.

Após o almoço, na mesma parada em que havíamos descido, tomamos o mesmo ônibus turístico, percorrendo as paradas Cais de Gaia, Porto Cruz, descendo na parada Palácio da Bolsa, seguindo para visitar a  Igreja Monumento de São Francisco.

O clero secular e os religiosos de outras ordens não aceitavam os franciscanos, chegando mesmo a hostiliza-los e persegui-los. De tal modo era difícil a vida dos franciscanos em Portugal que o Papa Gregório IX expediu uma bula em 1233 em que se queixava dos bispos, abades, priores, prepósitos, deães, arcediagos e outros prelados por colaborarem nas perseguições que lhes moviam. Mesmo assim, foi no Porto que mais sofreram.

Apesar disto, atraíam a devoção e a generosidade dos fiéis.

Foi assim que, no Porto, um devoto deu terreno no lugar chamado da ‘Redondela’ na encosta vizinha de Miragaia para edificação do Mosteiro.

Entretanto, as querelas entre os franciscanos e o bispo e o cabido não tinham tréguas e os frades acabaram por aceitar a proposta de saírem da cidade e fundarem o convento em Gaia.

Mais tarde, o Papa Inocêncio IV, pela ‘Bulla Dolentes Accepimus’, mandou restituir aos frades o lugar de onde haviam saído em 1244.

A obra principiada pelos franciscanos em 1245, foi reconstruída em 1383 e só terminada em 1410. O Mosteiro sofreu outra reconstrução, a mais importante delas, pelo patrocínio de D. João I, concluída em 1425.

Como testemunho desta estima, D. João I teria escolhido este convento para se alojar quando de seu casamento com D. Filipa de Lencastre.

 Nos séculos XV e XVI, algumas famílias nobres da cidade elegeram esta igreja para seu Panteão.

Nos séculos XVII e XVIII foi todo ele revestido de talha-dourada, expressão de uma riqueza decorativa muito marcada na cidade. Cerca de 200 kg de ouro, que chegava do Brasil, revestem as paredes, as colunas, os pilares, as esculturas e até o teto, demonstrando o trabalho excepcional dos entalhadores portuenses.

No final do Cerco do Porto, em 1833, um incêndio provocado pelo tiroteio miguelista destruiu o antigo claustro e parte da igreja. Da primitiva fachada subsiste a rosácea, símbolo da Rosa Fortunae,  que, junto  com as aberturas sobrepostas às naves laterais, ilumina a nave central.

Destaque para o retábulo que representa a Árvore de Jessé, esculpido entre os anos de 1718 e 1721, árvore genealógica de Jesus Cristo, formada por doze imagens dos reis de Judá, que, de pé, se apoiam nas ramificações de um tronco que sobe do corpo deitado de Jessé, e arremata, lá no alto, com uma escultura da Virgem e o menino, precedida da figura de São José.

Chamou nossa atenção o Altar e Retábulo dos Santos Mártires do Marrocos, talvez pela coincidência de estarmos vindo exatamente do Marrocos.

Esta Igreja, juntamente com a Casa do Despacho e o Cemitério Catacumbal, formam o Museu de São Francisco.

A Casa do Despacho fica em frente à Igreja e teve sua construção iniciada em 1726, abrigando as Salas do Tesouro e das Sessões da Venerável Ordem Terceira de São Francisco do Porto – VORSFP. Na Sala das Sessões, aonde quer que se vá, os olhos dos quadros dos bispos o seguirão, comprovadamente.

No Cemitério Catacumbal, foram sepultados todos os benfeitores da Ordem no período de 1749 a 1866, ano a partir do qual os enterramentos cessaram no local por proibição estatal. Estima-se que 30 mil esqueletos estejam enterrados em seus porões.

Rua do Infante D. Henrique

museu@ordemsaofrancisco.pt

Na mesma parada Palácio da Bolsa, tomamos mais uma vez o ônibus turístico, percorrendo as paradas Alfandega, Cais das Pedras, Torre dos Clérigos, Praça da Liberdade, Sé Catedral, descendo na parada Praça da Batalha, sempre ouvindo o audioguide.

A partir da Praça da Batalha, caminhamos pela Rua de Santa Catarina.

Nos casarões estreitos da Rua de Santa Catarina, além das diversas lojas, o Shopping Via Catarina, no nº 312 a 350, que funciona diariamente, das 10 às 21 horas. www.viacatarina.pt

Nesta mesma rua, a Capela das Almas, do século XVIII, toda trabalhada em azulejos, que representam a vida de São Francisco de Assis e da própria Santa Catarina em um mosaico de 360 m. Rua de Santa Catarina, 428, às 2as., 3as. e sábados, das 7:30 às 13 horas e das 15:30 às 19 horas; 4as., 5as. e 6as. feiras, das 7:30 às 19 horas e domingos, das 7:30 às 13 e das 18 às 19 horas.

Terminamos nossa incursão pela Rua de Santa Catarina, no Majestic Café, nº 112, de 2ª feira à sábado, das 9:30 às 24 horas. www.cafemajestic.com

Aberto desde 1921, um luxuoso café, o Elite, que passados poucos meses tomaria o nome de Majestic e que, ainda, mantém a atmosfera ‘art nouveau’.

Entre as especialidades estão as rabanadas envoltas em ovos moles que, claro, saboreamos.

Consta que a autora de Harry Potter, J. K. Rowling, que morou no Porto, ali passava horas escrevendo o que seria o primeiro livro da saga.

A ‘Illustração Portugueza’ escrevia, em 1923, em crónica de André de Moura: ‘Os cafés em Portugal têm sido até agora exclusivamente alfobre de revolucionários, ponto de reunião transacional de comerciantes milicianos ou apagado espairecimento do caturrismo da velhice.’ ‘Acaba de dar-se entre nós o exemplo do que deva ser um café. Trata-se do novo estabelecimento desta classe, que vem de inaugurar-se num dos grandes pontos centrais do Porto, à entrada da Rua de Santa Catarina. É um dos mais nobremente sumptuosos que conhecemos, pelo que se justifica bem o seu título: Majestic. (…) As senhoras da melhor sociedade portuense frequentam-no e aqui está o exemplo aberto para uma nova e grata função do café no nosso país.’

Terminamos o dia assistindo pela TV a final da Liga Francesa e despedida de Beckham dos campos, aos 38 anos.

> 19/05/2013 – domingo

Nos despedimos da cidade do Porto no café desta manhã, já sentindo saudades !!!

Nosso destino, o Aeroporto Francisco de Sá Carneiro para embarcar para Madri (Espanha).

PORTO, CIDADE A DESCOBRIR ! CIDADE A REPETIR !

” O Porto é uma cidade hospitaleira que gosta de receber que a visita e mostrar o seu melhor.

Descubra uma cidade com alma, deslumbre-se com a paisagem, desfrute do agradável clima, renda-se aos olhares e sorrisos prontos a acolher, viva a aventura e as experiências únicas ! Encontre uma cidade segura, sedutora e diferente !

Regresse e vibre com as sensações e sabores diferentes, as sonoridades, os ritmos e deixe-se fascinar pela magia da noite de S. João.

Onde quer que vá, o que quer que decida fazer no Porto, um sorriso aguarda-o !

Aceite o desafio e escolha o Porto como o próximo destino.

Tudo isto é Porto ! Tudo isto é belo !” (Câmara Municipal do Porto / Departamento Municipal de Turismo)