DESCENDENTES SEBASTIAO FAGUNDES VARELA FOTO 1965

Fagundes Varela – Sobrenome de uma importante e antiga família do Rio de Janeiro. procedente de Fagundes Varela (c. 1583, Viana do Castelo – 1639, RJ), que dexou larga descendência, a partir de 1613, com Maria de Amorim Soares (c. 1593 – a. 1676) (Rheingantz, II, 3,4). Foram senhores do Engenho Real, de açúcar, nas margens da Lagoa Rodrigo de Freitas, marco principal do desenvolvimento urbano da zona sul carioca. Linha Africana: Pertencente à mesma família acima, seus descendente Sebastião Fagundes Varela, deixou um filho de nome Inácio José Fagundes, havido com Ana Maria dos Anjos, “parda”. (Dicionário das Famílias Brasileiras, Volume I, página 926-927)

COM ENORME ENTUSIASMO, LI NA ‘REVISTA O GLOBO’ DE 23 DE FEVEREIRO DE 2014, QUE JÁ EXISTE UM COMITÊ RIO 450, PENSANDO NUM CALENDÁRIO OFICIAL, QUE SE ESTENDERÁ DE 31 DE DEZEMBRO DE 2014 A 1º DE MARÇO DE 2016, O QUE ABRE UM AMPLO LEQUE DE POSSIBILIDADES.

NO COMANDO DAS COMEMORAÇÕES DOS 450 ANOS DO RIO EM 2015, O DIPLOMATA MARCELO CALERO.

www.rio450anos.com.br

ME ENCANTOU O FATO DE ESTAREM PENSANDO NUM PROJETO EDITORIAL SOBRE A HISTÓRIA DA CIDADE, QUE DESCENDE DE 18 TRONCOS POVOADORES. E É EXATAMENTE ESTE ASPECTO DA HISTÓRIA, DOS POVOADORES, QUE EU GOSTARIA DE VER EXPLORADO JÁ QUE A FAMILIA DE MEU MARIDO DESCENDE DE UM DESTES TRONCOS, O DE SEBASTIÃO FAGUNDES VARELA.

QUANDO DAS CELEBRAÇÕES DO IV CENTENÁRIO DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO, EM 1965, O GOVERNO DO ENTÃO ESTADO DA GUANABARA, ATRAVÉS DA SUPERINTENDÊNCIA DO IV CENTENÁRIO, DESIGNOU E CREDENCIOU O COLÉGIO BRASILEIRO DE GENEALOGIA PARA PROMOVER PESQUISA DE IDENTIFICAÇÃO DAQUELES QUE VIERAM COM ESTÁCIO DE SÁ, EM SUA MAIORIA SOLTEIROS, COMO ELE PRÓPRIO E SÓ DEPOIS DAS INTENSAS LUTAS, QUE ASSEGURARAM AOS PORTUGUESES A POSSE DA TERRA, É QUE AS PRIMEIRAS FAMÍLIAS SE ESTABELECERAM NO RIO DE JANEIRO.

FORAM IDENTIFICADAS 18 FAMÍLIAS COMO AS AUTÊNTICAS PRIMEIRAS POVOADORAS DO RIO DE JANEIRO, COM DESCENDENTES VIVENDO NA CIDADE.

. Abreu • Correia de Sá • Mariz
• Aleixo Manoel • Cunha Tenreiro • Muros, origem da família Costa Barros
• Alvarenga Fagundes Varella • Rangel de Macedo
• Azeredo Coutinho • Freire, origem da família Duque Estrada • Sampaio
• Barcelos Machado • Grugel (Gurgel, por corruptela) • Viegas
• Botafogo • Jordão Homem • Villalobos

TODAS ESTAS FAMÍLIAS SÃO REFERIDAS NOS LIVROS DE REGISTRO PAROQUIAIS MAIS ANTIGOS, DATADOS A PARTIR DE 1616, DAS PARÓQUIAS DA SÉ E CANDELÁRIA, QUE CONTAM, AINDA, COM MAIS DE 100 OUTRAS FAMÍLIAS, CHEGADAS DEPOIS E QUE A ELAS SE ENTRELAÇARAM POR MATRIMÔNIO.

HOUVE INÚMERAS CERIMÔNIAS DE CELEBRAÇÃO À DATA DURANTE TODO AQUELE ANO. NA EXTENSA PROGRAMAÇÃO HOUVE UMA SOLENIDADE, AO AR LIVRE, CONCENTRANDO DESCENDENTES DOS PRIMEIROS POVOADORES DA CIDADE AOS QUAIS FORAM ENTREGUES MEDALHAS COMEMORATIVAS ESPECIALMENTE CUNHADAS AOS DESCENDENTES, JUNTAMENTE COM O DIPLOMA GENEALÓGICO.

DE FORMA MUITO AMADORA E NO POUCO TEMPO DE QUE DISPONHO PARA ESTE FIM, SEMPRE ESTOU EM BUSCA DE SABER UM POUCO MAIS SOBRE ESTE PORTUGUÊS, EM PARTICULAR, VINDO DE VIANA DO CASTELO, QUE SE CONSTITUIU NUM DOS TRONCOS FUNDADORES DA CIDADE, CUJOS REGISTROS PODEM SER ENCONTRADOS EM: 

https://nossosroteiros.com.br/blog/descendencia-sebastiao-fagundes-varela/ 

PARA A REEDIÇÃO DO MESMO CERTIFICADO AOS DESCENDENTES DAQUELES QUE O RECEBERAM EM 1965, O COLÉGIO BRASILEIRO DE GENEALOGIA, SEM CONDIÇÕES DE EFETUAR NOVA PESQUISA, EXPEDIRÁ CERTIFICADOS AOS DESCENDENTES DAQUELES COMPROVADAMENTE ‘DIPLOMADOS’ POR OCASIÃO DO IV CENTENÁRIO.

PORTANTO, SE VOCÊ É DESCENDENTE DIRETO DE DIPLOMADO EM 1965, CLIQUE NO LINK ABAIXO PARA DEMAIS INSTRUÇÕES PARA SUA OBTENÇÃO, EM PAPEL DE GRAMATURA 220G/M², NOS TAMANHOS A3 (30 x 42 cm), ACONDICIONADO EM CARTUCHO DE PAPELÃO APROPRIADO OU TAMANHO A4 (21 x 29,7 cm) EM ENVELOPE CARTONADO, QUE PODERÁ SER ENTREGUE PELOS CORREIOS OU RETIRADO NA SEDE DO COLÉGIO BRASILEIRO DE GENEALOGIA.

É IMPRESCINDÍVEL A APRESENTAÇÃO DO CERTIFICADO CONCEDIDO EM 1965 AO ASCENDENTE, POR MEIO DE CÓPIA XEROGRÁFICA OU DA IDENTIFICAÇÃO PELO COLÉGIO BRASILEIRO DE GENEALOGIA DA PESSOA QUE RECEBEU O CERTIFICADO NAQUELE ANO. SERÁ NECESSÁRIA, AINDA, A APRESENTAÇÃO DE DOCUMENTAÇÃO QUE COMPROVE QUE O REQUERENTE DESCENDE EM LINHA DIRETA DA PESSOA QUE CONSTA DO CERTIFICADO ORIGINAL.

AS MUITAS EXIGÊNCIAS OBJETIVAM MANTER O RIGOR HISTÓRICO E O ZELO PELA VERACIDADE DAQUILO EM QUE APÕE SEU SELO.

http://www.cbg.org.br/certificado-povoador/

DE REGINA CASCÃO, PRESIDENTE DO COLÉGIO BRASILEIRO DE GENEALOGIA, EM 04/03/2015, COMENTANDO O POST DO SITE DICAS DE VIAGEM DE SILVIA GRUMBACH:  “OBRIGADO POR DIVULGAR, FICAMOS CONTENTES QUE AS PESSOAS SE APOIEM NO CBG PARA SE ORGULHAR DE SUAS ORIGENS.”

DE REGINA CASCÃO, EM 05/03/2015: “SILVIA, MUITO BOM O QUE VOCÊ COMPÔS PARA CONTAR DAS CELEBRAÇÕES ‘GENEALÓGICAS’ DO IV CENTENÁRIO E A DIVULGAÇÃO QUE FEZ. AGRADECEMOS HONRADOS E COMOVIDOS TAMBÉM.”

DESCENDENTE RICARDO

ENTRE 1500 & 1600 – PRIMEIRO DE MARÇO, 1565, POR PEDRO DORIA (JORNAL O GLOBO, CADERNO RIO 450 ANOS, DOMINGO, 01.03.2015)

“O CAPITÃO ESTÁCIO DE SÁ SALTOU À PRAIA NA MANHÃ DAQUELE 1º DE MARÇO EM MEIO A TEMPO CHUVOSO. COM ELE, UNS 180 HOMENS. ONDE ESTAVAM, DUAS MASSAS DE GRANITO OS PROTEGIAM. À DIREITA, O MONÓLITO DO PÃO DE AÇÚCAR. À ESQUERDA, O CARA DE CÃO. ERA UM CANTO ESCOLHIDO A DEDO. MUITO ANTES DOS ATERROS QUE FORMARAM UM BOM NACO DA URCA, NÃO HAVIA LIGAÇÃO POR TERRA COM O CONTINENTE. SÓ O PAREDÃO DE PEDRA E AS BATIDAS DO MAR INTERNO DA GUANABARA. A EXPEDIÇÃO OCUPARIA UMA NESGA DE CHÃO COM VISTA PRIVILEGIADA. DE UM LADO, O ATLÂNTICO. NENHUMA NAU ESTRANGEIRA PODERIA SURPREENDÊ-LOS. DO OUTRO, A BAÍA. SE OS TAMOIOS VIESSEM POR CANOAS, VERIAM DE LONGE. O ÚLTIMO CAPÍTULO DA LONGA GUERRA DE CONQUISTA DO SUDESTE ESTAVA PARA COMEÇAR.

NÃO SE TRATAVA DE UMA FROTA IMPONENTE. A SANTA MARIA, SUA NAU CAPITÂNIA, ERA UM BOM NAVIO. QUASE NAUFRAGOU PERTO DA ILHA GRANDE PERANTE O TORÓ, MAS TINHA PORTE. OS TRÊS BARCOS QUE VIERAM DA BAHIA APENAS DOIS DIAS ANTES ERAM TAMBÉM DIREITOS. MAS, A ELES, SOMAVAM-SE DOIS OUTROS VELEIROS MIÚDOS, TRÊS BARCOS A REMO E OITO IGARAS TUPIS. CENTO E OITENTA HOMENS, UMA FROTA MODESTA, CONTRA UNS DOIS MIL TAMOIOS LÁ DENTRO. SE NÃO MAIS. ‘LEVANTEMOS ESTA CIDADE, QUE FICARÁ POR MEMÓRIA DO NOSSO HEROÍSMO’, DISSE ESTÁCIO. AO MENOS ASSIM O DEIXOU REGISTRADO UNS TANTOS MESES DEPOIS, EM CARTA, O NOVIÇO CHAMADO JOSÉ DE ANCHIETA: ‘SERÁ EXEMPLO DE VALOR ÀS VINDOURAS GERAÇÕES’, CONCLUIU. 

OS TUPIS ESTAVAM DIVIDIDOS. A SUA ERA UMA CULTURA QUE, 450 ANOS DEPOIS, AINDA COMPREENDEMOS POUCO. DESDE FLORESTAN FERNANDES TENTAMOS RECONSTRUÍ-LA PELOS DEPOIMENTOS DEIXADOS POR EUROPEUS QUE OS ENTENDIAM MAL. MAS QUANDO, EM 1554, OS JESUÍTAS SUBIRAM O PLANALTO PAULISTA E FUNDARAM SÃO PAULO, UM ALDEAMENTO PARA CONVERSÃO DOS ÍNDIOS, HOUVE  ENTRE ELES UM RACHA. UM GRUPO, QUE OS PORTUGUESES CHAMAVAM TUPINIQUINS, SE TORNOU ALIADO. SEU MORUBIXABA, O CHEFE MILITAR, ERA TIBIRIÇÁ. ARARAY, IRMÃO DE TIBIRIÇÁ, INICIOU UMA INSURGÊNCIA. A ELE SE UNIRAM GRUPOS DÍSPARES QUE VIVIAM NO EXTENSO LITORAL. OS DE IPEROÍGUE, ONDE HOJE FICA UBATUBA. OS LIDERADOS POR CUNHAMBEBE, EM ANGRA. OS DE URUÇUMIRIM E PARANAPUAÍ, NA GUANABARA. NO CONJUNTO, FORMAVAM O QUE OS PORTUGUESES BATIZARAM DE CONFEDERAÇÃO DOS TAMOIOS.

AS ALDEIAS TUPIS NÃO TINHAM GOVERNANTES CENTRAIS. DECISÕES DELICADAS FICAVAM A CARGO DOS CONSELHOS DE ANCIÃOS: HOMENS QUE JÁ HAVIAM MATADO EM GUERRAS E VELHOS O SUFICIENTE PARA TER NETOS. ERAM BÉLICOS. POUCO APÓS A DERROCADA DO GÉRMEN DE COLÔNIA FRANCESA QUE FOI A FRANÇA ANTÁRTICA, OS JESUÍTAS CONSEGUIRAM TRAVAR UM ACORDO COM OS TAMOIOS DE IPEROÍGUE. OS TUPIS DA GUANABARA, QUE OS FRANCESES CHAMAVAM TUPINAMBÁS, PERMANECERAM INCLEMENTES. INSISTIAM EM ATAQUES AOS ALDEAMENTOS, ENGENHOS E CIDADES PAULISTAS. SÃO  PAULO QUASE CAIU.

FUNDAR O RIO ERA ESTRATÉGIA DE DEFESA. LEVAR A GUERRA AO CAMPO DO ADVERSÁRIO. O RIO NASCEU, IRONIA DO DESTINO, PARA QUE SÃO PAULO SOBREVIVESSE.

OS FUNDADORES DA CIDADE SE DIVIDIAM EM QUATRO GRUPOS. DOIS, QUE FORMAVAM A MAIORIA, ERAM TUPIS OU MAMELUCOS. OS TUPINIQUINS ERAM DE SÃO PAULO. OS TEMIMINÓS, LIDERADOS POR ARARIBOIA, VINHAM DO ESPÍRITO SANTO. E NÃO ESTAVAM ALI À TOA. SUA TERRA ORIGINAL ERA A BAÍA DE GUANABARA. TINHAM SIDO EXPULSOS PELOS TUPINAMBÁS. AQUELA, PARA ELES, ERA UMA GUERRA DE RECONQUISTA. HAVIA ALGUNS PORTUGUESES, ENTRE ELES ESTÁCIO, QUE SEGUIAM ORDENS DE LISBOA. A MAIORIA DOS EUROPEUS, PORÉM, PENSAVA EM SUA PRÓPRIA SOBREVIVÊNCIA, EM SUAS FAMÍLIAS, EM SEUS NEGÓCIOS. DERROTAR OS TAMOIOS ERA ESTABELECER UM AMBIENTE NÃO APENAS DE SEGURANÇA, MAS DE SOBREVIVÊNCIA.

PAOLO E GIUSEPPE ADORNO, DOIS IRMÃOS GENOVESES, HOMENS NOBRES, TINHAM FAZENDA PRÓXIMO A SÃO PAULO. JOÃO PEREIRA DE SOUZA, CUJO TRABALHO ERA PÔR FOGO NA BUCHA DO CANHÃO, VIERA FUGIDO DE PORTUGAL. TINHA DÍVIDAS QUE NÃO PODIA PAGAR. MESMO ENTRE OS EUROPEUS, HAVIA GENTE DE TODO TIPO O APELIDO DE SOUZA: BOTAFOGO.

NOBRES OU PLEBEUS, ELES ERAM POUCOS E O TERRITÓRIO PERTENCIA AO INIMIGO. NOS QUADROS E NAS IMAGENS DOS LIVROS ESCOLARES, TODOS VESTEM ROUPAS DE GALA PARA A FUNDAÇÃO. MAS ESTÁCIO, OS ADORNO, BOTAFOGO, ARARIBOIA SALTARAM À PRAIA NAQUELE 1º DE MARÇO HÁ 450 ANOS E TRABALHARAM. NÃO HOUVE CERIMÔNIA. TINHAM DE ERGUER UM FORTE E ERA PRECISO FAZÊ-LO RÁPIDO. ROÇARAM A TERRA UNS, FORAM DERRUBAR ÁRVORES OUTROS. JÁ NA NOITE DAQUELE DIA, DORMIRAM EM TERRA FIRME. SE VIERAM PARA CONQUISTAR, NÃO SE RECOLHERIAM AOS NAVIOS. TODOS CARREGARAM PESO ÀS COSTAS. ERGUERAM UMA PALIÇADA À MODA TUPI, UM CERCADO FEITO DE TRONCOS QUE OS PROTEGESSE.

FOI UM MÊS INTENSO, AQUELE MARÇO. NO DIA 6, OS ÍNDIOS FLERTARAM COM UM ATAQUE, NO DIA 10 ATACARAM DE FATO E A CERCA AINDA NÃO ESTAVA PRONTA. CERTO DIA, APARECEU NO FUNDO DA BAÍA UM NAVIO CORSÁRIO FRANCÊS. DEVIA ESTAR SE CARREGANDO DE PAU-BRASIL. OS PORTUGUESES O DEIXARAM SAIR, MAS CONFISCARAM SEUS CANHÕES. OS FUNDADORES ATACARAM UMA ALDEIA MIÚDA. SEU ALVO ERA A HORTA, DONDE ROUBARAM RAÍZES DE MANDIOCA PARA PLANTAR. OS MANTIMENTOS QUE TROUXERAM IAM ACABANDO, PRECISAVAM ECONOMIZAR. PASSARAM FOME.

MAS, NO PRIMEIRO MÊS DA CIDADE, A CERCA ESTAVA PRONTA, FEITA COM TORAS E BARRO MISTURADO A CONCHAS NOS ESPAÇOS VAZIOS. TALVEZ FORMASSE UM PENTÁGONO, POIS ERAM CINCO AS GUARITAS DE OBSERVAÇÃO NO ARREDOR. TALVEZ FOSSE UMA ELIPSE, COMO PREFERIAM OS NATIVOS. AS GUARITAS TINHAM TELHAS QUE TROUXERAM DE SÃO VICENTE. UM LUXO. NO CENTRO, UMA CAPELA À MODA TUPI. TETO DE SAPÊ, PAREDE DE TAIPA, UMA IMAGEM DE SÃO SEBASTIÃO. O RIO DE JANEIRO TINHA POÇO, AINDA QUE DE ÁGUA SALOBRA. E OCARAS, SEM PAREDES, MAS COBERTAS COM PALHA, ONDE OS FUNDADORES DORMIRAM PROTEGIDOS.

O OBJETIVO INICIAL DOS COLONOS, DE CESSAR OS ATAQUES A SÃO PAULO E ARREDORES FOI CONQUISTADO. OS FRANCESES, EM MEIO A UMA VIOLENTA GUERRA CIVIL DE CUNHO RELIGIOSO, SEQUER COGITAVAM RETORNAR À AVENTURA BRASILEIRA. MAS, POR QUASE DOIS ANOS, OS FUNDADORES DO RIO NÃO TIVERAM VIDA FÁCIL. PORQUE, TODO DIA, OLHAVAM AO LONGE PARA O INTERIOR DA BAÍA E VIAM, ESPARRAMADA AO PÉ DAQUELE QUE HOJE CHAMAMOS MORRO DA GLÓRIA, A IMENSA ALDEIA DE URUÇUMIRIM. LÁ DENTRO, AIMBERÊ. POUCOS GUERREIROS TUPIS EVOCARAM TANTO RESPEITO QUANTO ELE. MUITOS ANOS DEPOIS, QUANDO A VITÓRIA JÁ ESTAVA GARANTIDA E A CIDADE CRESCIA, ANCHIETA ESCREVERIA PARA QUE SEUS ALUNOS MENINOS ÍNDIOS ENCENASSEM UMA PEÇA CUJO PERSONAGEM PRINCIPAL SE CHAMAVA AIMBERÊ. ERA, NA VISÃO DO JESUÍTA, O DIABO FEITO GENTE.

DOIS ANOS DE SÍTIO. SÓ EM 1567, NUM 20 DE JANEIRO, DIA DE SÃO SEBASTIÃO, OCORRERIA A BATALHA FINAL. UMA BATALHA SANGRENTA QUE DEIXARIA SEUS DOIS LÍDERES, ESTÁCIO E AIMBERÊ, MORTOS. QUE SE ENCERRARIA COM CENTENAS DE ESTACAS FINCADAS NA PRAIA DO FLAMENGO, EM CADA UMA CRAVADA A CABEÇA DE UM ÍNDIO. ASSIM NASCEU O RIO.

E O PÃO DE AÇÚCAR AINDA ESTÁ LÁ, COMO O CARA DE CÃO, COMO O GLÓRIA. O DOIS IRMÃOS E O CORCOVADO. QUE LUGAR LINDO. FAZ, HOJE, 450 ANOS.”

ESTA HISTÓRIA EM VÍDEO: http://glo.bo/1vGWZaU

MENSAGEM DO PAPA FRANCISCO PELO 450º ANIVERSÁRIO DO RIO DE JANEIRO Querido povo brasileiro, é com grande alegria que me dirijo a vocês, às vésperas do Ano Novo, que marcará o início das comemorações pelos 450 anos de fundação da Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, para saudar, numa tão feliz circunstância, o amado povo carioca, que me recebeu de braços abertos por ocasião da Jornada Mundial da Juventude de 2013, e acender o novo sistema de iluminação da Estátua do Cristo, como fez o Beato Papa Paulo VI há 50 anos, simbolizando a luz que o Senhor quer acender nas nossas vidas. Quatrocentos e cinquenta anos já representam uma venerável história; a história de um povo corajoso e alegre que nunca se deixou abater pelas dificuldades, a exemplo de seu santo padroeiro, o mártir romano Sebastião, que mesmo depois de ter sido alvejado por flechas e dado como morto, não deixou de dar testemunho de Cristo aos seus contemporâneos; a história de uma cidade que desde o seu nascimento esteve marcada pela fé. Querido povo carioca: “crê em Deus, e Ele cuidará de ti; endireita os teus caminhos e espera n’Ele. Conserva o seu temor, e n’Ele envelhecerás” (Eclo 2,6) ! Hoje, se pudéssemos nos colocar na perspectiva do Cristo Redentor, que do alto do Corcovado domina a geografia da cidade, o que é que nos saltaria aos olhos ? Sem dúvida, em primeiro lugar, a beleza natural que justifica seu título de Cidade Maravilhosa; porém, é inegável que, do alto do Corcovado, percebemos igualmente as contradições que mancham esta beleza. Por um lado, o contraste gerado por grandes desigualdades sociais: opulência e miséria, injustiças, violência. Por outro, temos o que poderíamos chamar de cidades invisíveis, grupos ou territórios humanos que possuem registros culturais particulares. Às vezes parece que existem várias cidades, cuja coexistência nem sempre é fácil numa realidade multicultural e complexa. Mas, diante deste quadro, não percamos a esperança ! Deus habita na cidade ! Jesus, o Redentor, não ignora as necessidades e sofrimentos de quantos estão aqui na Terra ! Seus braços abertos nos convidam a superar estas divisões e construir uma cidade unida pela solidariedade, justiça e paz. E qual seria o caminho a seguir ? Não podemos ficar “de braços cruzados”, mas abrir os braços, como o Cristo Redentor. Por isso, o caminho começa pelo diálogo construtivo. Pois, “entre a indiferença egoísta e o protesto violento, há uma opção sempre possível: o diálogo. O diálogo entre as gerações, o diálogo no povo, porque todos somos povo” (Discurso à classe dirigente do Brasil, 26 de julho de 2013). Neste sentido, é preciso reconhecer que, independentemente do seu grau de instrução ou de riqueza, todas as pessoas têm algo para contribuir na construção de uma civilização mais justa e fraterna. De modo concreto, creio que todos podem aprender muito do exemplo de generosidade e solidariedade das pessoas mais simples; aquela sabedoria generosa de saber “colocar mais água no feijão”, da qual o nosso mundo se ressente tanto. Queridos amigos, tenho a certeza de que a Cidade Maravilhosa tem muito a oferecer ao Brasil e ao mundo. Por isso, ao acender as luzes do Corcovado, faço minhas as palavras pronunciadas pelo Beato Papa Paulo VI no dia 1º de janeiro de 1965: que “esta luz, iluminando a cidade do Rio de Janeiro, se espalhe por todo o Brasil” (Paulo VI, Insegnamenti, III). Assim, depositando aos pés de Nossa Senhora Aparecida estes votos e agradecendo ao cardeal Dom Orani Tempesta pela oportunidade de poder lhes dirigir esta mensagem, felicito todos os cariocas e o povo brasileiro por esta “festa de aniversário”, pedindo por favor, que rezem sempre por mim. E desejando um feliz ano de dois mil e quinze, à todos e cada um envio a minha Bênção Apostólica. Obrigado.