APARECIDA (SP)

Aí estarei sempre que uma oportunidade se apresentar, porque aí é meu lar espiritual. 

Aparecida já foi visitada por três Papas: João Paulo II (1980), Bento XVI (2007) e Francisco (2013). O Santuário é um grande centro evangelizador do Brasil, confiado ao zelo apostólico dos Missionários Redentoristas, que desde 1894 são responsáveis pela pastoral e pela administração, no atendimento aos romeiros e peregrinos, que chegam de todas as partes do país e do exterior. Em sua visita ao Brasil em 2013, o Papa Francisco expressou o que todo devoto sente quando visita Aparecida:

“Há algo de perene para aprender sobre Deus e sobre a Igreja, em Aparecida; um ensinamento, que nem a Igreja no Brasil nem o próprio Brasil devem esquecer. Sua beleza refletida na Mãe, concebida sem pecado original, emerge da obscuridade do rio. Em Aparecida, logo desde o início, Deus dá uma mensagem de recomposição do que está fraturado, de compactação do que está dividido. Muros, abismos, distâncias ainda hoje existentes estão destinados a desaparecer. A Igreja não pode descurar esta lição: ser instrumento de reconciliação.”

BASÍLICA VELHA

Construída no Morro dos Coqueiros, onde hoje está o centro da cidade de Aparecida (SP), com obras iniciadas em 1845, no lugar da antiga capela que ali existia desde 1745, foi inaugurada em 1888. De estilo barroco, foi tombada como monumento de interesse histórico, religioso e arquitetônico pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo (Condephaat), em 1982. Além de retratar a fé do povo, na Basílica Velha está vinculada a história cultural e religiosa do Brasil, abrigando um acervo de obras históricas e artísticas. Recebeu da Santa Sé, em 1908, o título de Basílica Menor. Nela permaneceu até 1982 a imagem original encontrada pelos pescadores. Ali a Princesa Isabel, dentre outros devotos, visitou Nossa Senhora Aparecida, em companhia de seu esposo, em 1868, suplicando a graça de um herdeiro para o trono. Em novembro de 1884 voltou para agradecer a graça alcançada.

 

SANTUÁRIO NACIONAL DE APARECIDA

MONUMENTO DOS 300 ANOS

Em 1717 três pescadores, João Alves, Domingos Garcia e Felipe Pedroso, foram encarregados de conseguir peixe para o banquete que a Vila de Santo Antônio de Guaratinguetá ofereceria a Dom Pedro de Almeida e Portugal, Conde de Assumar, então, Governador da Capitania de Minas e São Paulo, que estava passando pela região. Após várias tentativas de pesca, os três pescadores retiraram das águas escuras do Rio Paraíba uma imagem de Nossa Senhora, que veio nas redes em dois pedaços: primeiro o corpo e em seguida, rio abaixo, a cabeça. Depois de perceberem que se tratava da imagem da Mãe de Deus, os pescadores, que antes não tinham conseguido pescar nada, encheram suas redes com uma quantidade abundante de peixes. Após a pesca, entregaram os pedaços da imagem a Silvana da Rocha Alves, que reuniu as duas partes com cera e a colocou num pequeno altar na casa da família, agradecendo a Nossa Senhora “Aparecida” das águas o milagre dos peixes. Nascia ali uma devoção que hoje já possui mais de 300 anos de história e se tornou o principal símbolo do Brasil Católico.

O Monumento dos 300 anos está localizado nos Jardins do Santuário, ao lado de uma das rampas, no acesso principal ao Santuário. A obra retrata uma canoa na base, os três pescadores e uma rede, que recorda o momento do encontro da Imagem nas águas do Rio Paraíba do Sul em 1717.

CAMPANÁRIO

O som gerado pela batida do bronze representa a voz de Deus, que toca no coração, ou seja, no ser de cada um. O Campanário faz parte do conjunto dos monumentos externos do Santuário Nacional. Localizado no Jardim Norte, conta com 13 sinos, sendo 12 dedicados aos 12 apóstolos, e o maior de todos dedicado à Virgem de Aparecida e a São José. O Campanário também homenageia bispos e cardeais, que marcaram a história da Padroeira do Brasil desde 1717, e ainda os colaboradores da Família Campanha dos Devotos, que mantém as obras de construção do Santuário Nacional de Aparecida. O projeto foi um dos últimos desenhados pelo famoso arquiteto Oscar Niemeyer. A parte maior do Campanário mede 37,5 metros de altura, equivalente a um prédio de 12 andares. Os sinos do Campanário do Santuário Nacional funcionam de duas formas: com toques comuns ou reproduções musicais personalizadas por meio de teclado próprio. A obra foi um dos marcos da celebração do Jubileu dos 300 anos do encontro da Imagem de Nossa Senhora Aparecida.

TORRE BRASÍLIA

Em virtude da expansão da devoção a Nossa Senhora, aparecida das águas, e do número sempre maior de peregrinos, ao longo dos anos, foi preciso reformar e aumentar o espaço da pequena capela originalmente construída. Até que em 1955 deu-se início à construção da atual Basílica de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, também chamada “Basílica Nova”, conforme projeto do arquiteto Benedito Calixto. A Basílica dedicada a Nossa Senhora Aparecida é repleta de simbolismos, expressos nos pisos e nas paredes. A Torre Brasília domina a visão. Sua estrutura metálica foi doada pelo Presidente Juscelino Kubitschek, de porte majestoso, nos seus 100m de altura, 18 andares, 440 degraus, abriga o Museu Nossa Senhora Aparecida e o Mirante. A obra foi inaugurada no ano de 1961, e a imensa cruz, colocada sobre ela, guarda uma cápsula com uma relíquia do Santo Lenho. No ano de 2007, a Torre ganhou um relógio de quatro faces, fabricado em Madrid.

CAPELA DAS VELAS

A fé e  devoção levam todos os anos milhões de fiéis ao Santuário Nacional de Aparecida, maior templo mariano do mundo. São pessoas e histórias de todo o mundo que se encontram e se sentem acolhidas na casa de Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil. Um dos lugares mais visitados pelos devotos, espaço onde os romeiros acendem suas velas e fazem suas preces e seus agradecimentos a Nossa Senhora. A vela significa a fé daqueles que rezam, significa a presença de Deus em nossa vida, sobretudo, a presença do Cristo ressuscitado, Luz do mundo. Nesta Capela o piso remete à passagem bíblica da Sarça Ardente, momento em que Deus aparece a Moisés em forma de fogo, recordando que Deus está presente naquele lugar. A Capela possui uma cruz de 4 m em aço trabalhado a laser.

CÚPULA

No centro da Basílica de Nossa Senhora Aparecida, sobre o altar central, encontra-se a grande Cúpula. A obra é de autoria do ARTISTA SACRO PLÁSTICO CLÁUDIO PASTRO. A arte desse espaço transmite Deus, que se reflete na própria natureza, primeiro elemento de santidade do mundo: “Todas as coisas foram feitas por Ele, e sem Ele nada do que foi feito se fez. Nele estava a vida e a vida era a luz dos homens.” (Jo 1, 3-4). A Árvore da Vida na Cúpula sob o Altar Central traz em sua arte a representação do centro da fé dos cristãos, que é Jesus, por isso tem como extensão a cruz vazada, com 8 metros de altura, simbolizando o caule ou grande tronco dessa árvore. A Cúpula faz alusão à parábola do grão de mostarda, que se torna a grande árvore, onde os pássaros se aninham. As espécies de pássaros brasileiros ali representados recordam os peregrinos que neste lugar chegam de todas as partes para se aninhar e refazer suas forças. No Alto, no centro da Cúpula, temos o sol (luz), primeiro elemento da criação, e o pássaro, que corresponde ao Espírito de Deus, que anima a criação e a vida do universo. A Cúpula Central está sustentada pelo Baldaquino, os quatro pilares onde encontramos representados os diversos animais e plantas brasileiros e as etapas da vida humana.

COLUNATA DOS APÓSTOLOS

As colunas localizadas no lado Sul da Basílica, na Esplanada São João Paulo II, local onde o pontífice celebrou missa campal em 1980, comportam as estátuas dos 12 apóstolos, pilares da Igreja. São obras do artista plástico Alexandre Morais, feitas em cimento com decoupage em cobre, pesam cerca de 4 toneladas e medem 4 metros de altura cada uma. O projeto é inspirado na estrutura da Basílica de São Pedro, em Roma, com dois braços que representam os braços da Mãe Igreja.

PRESÉPIO

O presépio é uma tradição antiga dos lares cristãos, um ícone que relembra o nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo, criado por São Francisco de Assis em 1223. Ele montou o primeiro presépio em uma gruta, na Itália. O objetivo de São Francisco era facilitar a compreensão do nascimento de Jesus. A palavra “presépio” tem origem no latim e significa estrebaria ou curral. A presença do Menino Jesus no estábulo demonstra a grandeza de Deus representada na fragilidade de uma criança. O Evagenlista Lucas diz, em poucas palavras, que Maria deu à luz seu filho primogênito, envolveu-o em faixas e reclinou-o numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na hospedaria (Lc 2,7). A tradição, com muita imaginação, sitou esse lugar como sendo uma gruta ou estábulo com feno, animais, cochos. No meio de tudo isso, Maria, José e o menino. O Morro do Presépio está localizado no pátio do Santuário Nacional e possui mais de 70 esculturas que representam o nascimento de Jesus e outros fatos históricos. O espaço inclui gruta, cascatas, lago e mirante. Todas as peças em tamanho natural.

CAMINHO DO ROSÁRIO

Localizado próximo à Cidade do Romeiro, o Caminho do Rosário é um percurso que segue margeando o Rio Paraíba do Sul e liga a Basílica ao Porto Itaguaçu, local do encontro da Imagem de Aparecida, em 1717. O espaço foi construído com a ajuda dos membros da Família Campanha dos Devotos, e tem o objetivo de ser um local acolhedor para oração e lazer em família. Todo o percurso é composto de 20 cenários, com um total em 128 esculturas criadas pelos artistas paraguaios Blas e Angela Servin, apresentando os quatro Mistérios do Rosário e oferecendo ao devoto uma experiência de museu a céu aberto.

PORTO ITAGUAÇU

Itaguaçu quer dizer “Pedra Grande” em tupi-guarani. Nesse local, na curva do Rio Paraíba do Sul, os três pescadores, João Alves, Domingos Garcia e Felipe Pedroso, encontraram a imagem de Nossa Senhora Aparecida. No Porto Itaguaçu encontra-se uma singela capela, cuja parede de vidro, que fica atrás do altar, uma visão belíssima do rio, localizado logo em frente. No Porto Itaguaçu, os devotos podem também usufruir de um serviço de barco para passeio pelo Rio Paraíba do Sul, aprovado pela Marinha do Brasil. Uma imensa cruz em aço marca o ponto do Rio Paraíba do Sul, no Porto Itaguaçu, onde a imagem de Nossa Senhora Aparecida foi encontrada pelos pescadores, em 1717. O acesso ao Porto Itaguaçu pode ser feito com segurança e conforto pela Cidade do Romeiro e Caminho do Rosário.

BONDINHO

Os Bondinhos Aéreos Aparecida oferecem, além da vista privilegiada do Santuário de Aparecida, uma experiência única aos milhares de romeiros que buscam um destino religioso. Com tecnologia suíça, os bondinhos ligam o Santuário Nacional ao Morro do Cruzeiro, onde o visitante contempla toda a beleza da região em um passeio tranquilo e confortável.  São 47 cabines com capacidade para 6 pessoas em cada cabine, em uma extensão aproximada de 1.100m sobre a cidade de Aparecida e a Rodovia Presidente Dutra, vencendo um desnível de 115m. Os embarques e desembarques são realizados tanto na Estação Santuário, localizada no Santuário Nacional, quanto na Estação Cruzeiro, no Morro do Cruzeiro.

Fonte: Diário Aparecida 2020