Vindo da Basiléia de trem para Genebra (Suíça), desembarcando na Gare Cornavin, uma viagem agradabilíssima, num trem ultra confortável, saindo às 10:03 horas e chegando às 12:46 horas.
Fotos tiradas de dentro do trem.
Genebra é a 2ª maior cidade da Suíça, considerada a 2ª melhor do planeta em qualidade de vida e com um sistema escolar considerado o melhor do mundo. É, ainda, o centro cultural e econômico da Suíça de expressão francesa. Ao mesmo tempo, é também a mais internacional, mais de 43,8% da população de estrangeiros.
Situada às bordas do Lago Léman e na fronteira com a França, Genebra, uma cidade limpa, segura e organizada, fica no extremo sudoeste da Suíça e está rodeada por duas cadeias montanhosas, os Alpes e o Jura.
Os primeiros traços de ocupação humana remontam ao ano 3000 a.C.. Júlio César passou pelo burgo em 58 a.C.. Durante a Idade Média, os “burgondes”, uma tribo germânica, fizeram de Genebra a capital de seu reino. O destino da cidade mudaria no século XVI, com a divulgação das teses de Lutero. A partir de 1536, a história da cidade passa a estar associada à história da Reforma protestante, ganhando Genebra o cognome de “Roma Protestante” ou “Cidade de Calvino”.
O líder protestante francês Jean Calvin (João Calvino) instalou-se em Genebra pela primeira vez em 1536 e definitivamente em 1541, falecendo, em Genebra, em 1564.
A partir de 1536, Genebra passou a ser local de refúgio dos protestantes europeus, tornando-se um “posto avançado do protestantismo” numa paragem de católicos. Entre 1550 e 1560 houve um significativo crescimento da população da cidade, exatamente em razão de ter a cidade se tornado refúgio dos protestantes franceses (os huguenotes*).
*huguenotes, denominação dada aos protestantes franceses, quase sempre calvinistas, pelos seus inimigos, nos séculos XVI e XVII.
No século XVIII, Genebra se tornaria um centro bancário; industrial, se destacando na arte da relojoaria; comercial e, ainda, na capital das ciências e da tipografia.
De 1798 a 1813, Genebra foi anexada a França. Após sua libertação, passou a integrar a Confederação Helvética, tornando-se um cantão suíço em 1815. Toda esta história está inscrita na La Vieille-Ville, seu bairro mais antigo.
A neutralidade Suíça determinou a escolha da cidade de Genebra para albergar um grande número de organizações de cooperação internacional, dentre elas:
. Organização das Nações Unidas (ONU) (Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados – HCR e Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos do Homem – HCDH)

. Organização Mundial do Comércio (OMC)

. Organização Mundial da Saúde (OMS)

. União Internacional de Telecomunicações (UIT)

. Organização Meteorológica Mundial (OMM)

. Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI)

. Organização Internacional do Trabalho (OIT)

. Organização Européia para a Pesquisa Nuclear (CERN)

. Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CIC)

. Organização Mundial do Movimento Escoteiro (OMME)

République et Canton de Genève
“Capital de la paz”,
combina uma tradição humanitária
com um ar cosmopolita.

 

Comemorando em 2009 os 500 anos de nascimento de Calvino, 1509 – 2009.
A Federação Suíça de Igrejas Protestantes, juntamente com a Aliança Mundial de Igrejas Reformadas, lançaram um concurso mundial de sermões e composições de hinos religiosos como parte destas comemorações.
João Calvino (Jean Cauvin) (1509 – 1564) foi um teólogo cristão francês. A tradução do sobrenome de família “Cauvin” para o latim “Calvinus” deu origem ao nome “Calvin”, pelo qual se tornou conhecido. Inicialmente preparava-se para ser padre, mas viu-se obrigado pelo pai a enveredar pelo estudo do direito, retornando mais tarde ao caminho da Teologia, contudo, nunca chegando a ser ordenado sacerdote.
“Se Deus me deu forças para que eu cumprisse a vontade de meu pai, determinou ele pela providência oculta que eu tomasse finalmente um outro caminho (o da Teologia)”.
“Direitos e leis: Calvino, o teólogo, é no fim, também, Calvino, o jurista. O seu pensamento fica marcado pela austeridade, a adstringência e a geometria da lei, pelo seu fascínio ou aspiração a ela. No início do século XVI assiste-se no Direito a uma verdadeira revolução. A retórica de Cícero toma a primazia sobre a filosofia medieval, que se sustenta nos seus silogismos. Com a interpretação de textos jurídicos, Calvino toma contato pela primeira vez com a Filologia humanista.” (Bernard Cottret)
O humanismo e o renascimento são, pois, os movimentos culturais que o vão influenciar em primeiro lugar. Em 1531, num prefácio do livro de um amigo, fica demonstrado que Calvino ainda não era um reformador, não havia aderido à nova fé, mas, era, acima de tudo, um humanista. A conversão de Calvino ao protestantismo permanece envolta em mistério. Sabe-se, apenas, que se deu entre 1532 e 1533. Em 1557, um texto escrito por Calvino oferece algumas poucas indicações:
“Após tomar conhecimento da verdadeira fé e de lhe ter tomado o gosto, apossou-se de mim um tal zelo e vontade de avançar mais profundamente, de tal modo que apesar de eu não ter prescindido dos outros estudos, passei a ocupar-me menos com eles. Fiquei estupefato, quando antes mesmo do fim do ano, todos aqueles que desejavam conhecer a verdadeira fé me procuravam e queriam aprender comigo – eu, que ainda estava apenas no início ! Pela minha parte, por natureza algo tímido, sempre preferi o sossego e permanecer discreto, de modo que comecei a procurar um pequeno refúgio que me permitisse recolher dos Homens. Mas, pelo contrário, todos os meus refúgios se tornavam escolas públicas. Em resumo, apesar de eu sempre ter pretendido viver incógnito, Deus guiou-me por tais caminhos, onde não encontrei sossego, até que ele me puxou para a luz forte, contrariando meu caráter, e, como se costuma dizer, me colocou em jogo. E, na verdade, deixei a França e dirigi-me para a Alemanha para que ali pudesse viver em local desconhecido, incógnito, como sempre tinha desejado.”
Em fins de 1533, o papa exortava à “aniquilação da heresia Luterana e de outras seitas que ganhavam influência”. Vítima das perseguições aos protestantes na França, fugiu para diversos destinos até chegar a Basiléia em janeiro de 1535, onde viveu até março de 1536, até depois seguir para Genebra. Na sua estadia na Basiléia, sua teologia adquiriu contornos mais marcados e mais autônomos em relação ao Luteranismo, tendência que se fortaleceria no futuro. O ano de 1536 marcou uma virada na cidade de Genebra. Naquele ano, ainda que sem a influência de Calvino, a reforma foi adotada oficialmente pela cidade. Em janeiro de 1537, as autoridades da cidade de Genebra aprovaram o documento que se destinou a servir de confissão de fé e orientação para todos os habitantes de Genebra. Em 1538, expulso de Genebra, Calvino se refugiou em Estras burgo, onde durante três anos dirigiu uma igreja de protestantes franceses. Estrasburgo foi a cidade onde Calvino se tornaria verdadeiramente Calvino. Em 1540 se casou. Em 1541 a peste negra recrudesceu em Estrasburgo, Calvino, então, aceitou o convite para regressar, desta vez, definitivamente, a Genebra. A partir de 1542 e sobretudo na década de 1550, a cidade de Genebra conheceu um grande crescimento demográfico, com a chegada de refugiados franceses, protestantes perseguidos na França. Genebra tornou-se um centro do protestantismo europeu e João Calvino permanece como uma figura central da história da cidade e da Suíça. Para muitos, Calvino foi para a língua francesa o que Lutero foi para a língua alemã, uma figura quase paternal. Lutero era dotado de uma retórica mais direta, por vezes grosseira, enquanto Calvino tinha um estilo de pensamento mais refinado e geométrico, quase de filigrana.
“Quando se observa estes dois homens pode-se dizer que cada um deles se insere já num imaginário nacional: Lutero o defensor das liberdades germânicas, que se dirige com palavras arrojadas aos senhores feudais da nação alemã; Calvino, o filósofo pré-cartesiano, precursor da língua francesa, de uma severidade clássica, que se identifica pela clareza de estilo.” (Bernard Cottret)
Um contratempo nos levou a nos hospedarmos, inicialmente, em Gaillard, na França, no My Suite Gaillard-Genève, a 8 kms do centro de Genebra, na 102 Rue de Genève.
Para tanto, nos dirigimos de volta a Gare Cornavin, onde pegamos o tram 16 até Moillesulaz, num percurso de cerca de 35 minutos e 18 estações e, então, atravessamos a pé a fronteira para na própria via principal chegar ao nosso hotel.
O que aconteceu foi que nossa reserva no Hotel Capitole não havia sido confirmada pela Agência de Viagens, Genebra estava recebendo para um evento, todos os hotéis estavam lotados, pelo menos nas imediações que havíamos definido, deste modo, muito gentilmente o Gerente nos indicou o My Suite Gaillard-Genève, entregando-nos, também, bilhetes de mobilidade, que permitiam utilizar gratuitamente os transportes públicos durante o período de nossa estadia/hospedagem.
Fotos tiradas do quarto do hotel.

Uma vez hospedados, retornamos à Gare Cornavin, para atravessá-la e buscar a Rue Carteret, 33, onde funcionou a Delegation du Brezil em Genebra e onde trabalhou nossa querida Dinda Helena.

Helena Souto Grumbach nasceu em 26/01/1910 e, desde 20/05/1936 trabalhava no Ministério das Relações Exteriores, onde exerceu as funções de arquivista, datilografa, auxiliar de escrita, auxiliar de escritório, criptógrafa, auxiliar do Chefe do Departamento de Administração e Secretária, tendo sido designada, em 28/04/1966, para exercer suas funções na Delegação do Brasil em Genebra.

Após o que, seguimos para o Lago de Genebra ou Lago Léman (Lac de Genèva ou Lac Léman).

 

 

Genebra (Genève) se situa no ponto onde o Lago se transforma no Rio Ródano (Rhône), importante rio europeu, com 812 km de comprimento, que tem sua fonte na Suíça (231 km), acabando seu curso na França (581 km), onde deságua no Mar Mediterrâneo. Mais caudaloso e importante rio europeu a desaguar no Mediterrâneo.

O Lago de Genebra é o 2º maior lago da Europa Ocidental, com 72 km de comprimento e 582 km² de superfície, entre a França e a Suíça. A fronteira passa dentro do lago, a parte do lago pertencente a Genebra é conhecida como Petit Lac (Pequeno Lago).
Lacus Lemannus foi seu nome na época do Império Romano. Tornou-se Lacus Lausonius, Lacus Losanetes e, então, Lac de Lausanne na Idade Média. Com a crescente importância de Genebra, tornou-se Lac de Genève. No século XVIII, o nome foi revigorado em francês, Lac Léman.
Após atravessar a Pont du Mont-Blanc, os Jardin Anglais (Jardim Inglês), criado em 1854, no lugar do antigo porto, onde se encontra o famoso relógio de flores, símbolo do renome mundial da indústria relojoeira de Genebra, com 5 metros de diâmetro, que indica a hora desde 1955. O ponteiro dos segundos tem 2,5 metros de comprimento. São utilizadas cerca de 6.500 plantas para decorá-lo duas vezes por ano, na primavera e no verão.

 

 

 

 

 

. dia 07/05/2011

Retornamos de Gaillard, na França, para fazer o check-in no Le Capitole Hôtel***, em Genebra, na Suíça, mas recomendamos o My Suite Gaillard-Genève, pelo conforto de um amplo quarto, a melhores preços.
Nosso destino neste dia era a Ville de Carouge, portanto, se for do seu interesse, nos siga, em Nosso Roteiro na Ville de Carouge.
De volta a Genebra, descemos na Rue de Rive, principal endereço de compras da cidade, aos pés da cidade velha.
Caminhamos ao longo da margem esquerda do Lago Genebra, de onde se enxerga o topo do Mont Blanc, coberto pelas nevas eternas, a mais alta montanha da Europa Ocidental, com 4.808 metros de altitude, dividindo-se entre França e Itália.
Seguimos até a Jetú des Eaux-Vives, uma passarela que leva à Jet d’Eau (Jato d’Água), uma das maiores fontes do mundo, sete mil litros de água, projetados a 200 km/hora, a uma altura de 140 metros, símbolo da cidade, visível de muitos de seus pontos.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Uma espécie de taxi aquático, “les mouettes”, Mouettes Genevoises Navigation, permite atravessar de uma margem a outra do Lago Léman. Saímos do Cais Gustave Ador para o Port des Mouettes (Ligne M2: Eaux-Vives a Pâquis).

 

 

 

Monumento Brunswick

 

 

. dia 08/05/2011

 

Nosso destino neste dia era Salève, na França, portanto, se for do seu interesse, nos siga, em Nosso Roteiro na Montanha de Salève.
Na volta a Genebra, nos dirigimos à Route de Malagnou, 15, Museu da Relojoaria e Arte de Esmaltar, com uma coleção de objetos dos séculos XVI a XIX: relógios de bolso, de pulso, de água, de areia, solar, cronômetros, esmaltes, etc.
No princípio era o tempo. Depois surgiram os objetos inventados para domá-lo. Relógios de campanários, de pêndulos, de bolso, de pulso. Minúsculos, majestosos, essenciais, complexos. Ou simplesmente belos: há para todos os gostos. Vêem de uma época em que a precisão ainda não estava na ordem do dia. Somente falta o cuco para soar as horas, contudo, o cuco é alemão, não é suíço. Foi inventado na Floresta Negra.
Durante milhares de anos, a vida do homem foi ritmada pelas fases solares e lunares. Com a necessidade de fracionar o dia, surgiu a invenção da clessidra, de meridianos e de outros métodos não mecânicos de medir o tempo.
A partir do século XIII, com a invenção da roda dentada, que regula o movimento dos relógios de peso, foi possível ler as horas nos campanários, indicados somente por uma agulha dos minutos. Seria inútil, pois os relógios eram muito pouco precisos, podendo haver variação até de uma hora por dia. Para regular o mecanismo, recorria-se à tradicional meridiana.

A descoberta da mola no século XV favoreceu o aumento da precisão e com este importante passo chegou-se ao começo do movimento do quartzo e do relógio atômico do século XX.

Fora o aspecto prático, um relógio é também uma obra de arte. Um relógio pode se transformar num broche, num bibelô ou numa jóia. A decoração sempre foi um aspecto fundamental da arte relojoeira. Já os primeiros modelos de relógios de mesa eram suntuosamente adornados.

 

 

Passeamos pela Rue du Rhône, com suas lojas recheadas de diamantes e ouro, afinal esta é a capital de relógios do mundo. No número 45 a “Bucherer” especializada em relógios, jóias e pedras preciosas e que possui a maior coleção de Rolex do mundo. No número 56 o “Senso Ristorante Bar”, cozinha italiana, inspirada em antigas receitas dos séculos XV-XVIII.

 

 

Mais uma vez utilizamos o taxi aquático, “les mouettes”, para atravessar de uma margem a outra do Lago Léman, saindo do mesmo Cais Gustave Ador para o Port des Mouettes (Ligne M2: Eaux-Vives a Pâquis).

Observe: a bicicleta puxa um pequeno carrinho, onde vai um bebê protegido do frio e da chuva.

À noite fomos ao Restaurant Typic-Suisse Edelweiss, no Hôtel Edelweiss***, Place de la Navigation, 2, para um jantar com show típico.

 

 

 

 

 

http://www.manotel.com/

. dia 09/05/2009

Começamos o dia indo à La Vieille-Ville, cidade velha, que se desenvolveu num monte rochoso, ruas estreitas, belas casas de pedra e a austera Cathèdrale Saint-Pierre de Genève-Paroisse Protestante de Saint-Pierre (Catedral de São Pedro), Place du Bourg de Four, Cour Saint-Pierre,6, uma construção do século XII, que começou em 1160 e terminou em 1232.

 

Originalmente de arquitetura romana, suas abóbadas e arcos foram, mais tarde, prolongados em estilo gótico. Com afrescos de anjos do século XV, contrastando com a austeridade da nave da catedral, que foi despida de sua decoração no século XVI pelos protestantes, em decorrência da Reforma Protestante, cujos ideais surgiram com Calvino, um dos ilustres moradores de Genebra.

 

Nesta Catedral, Calvino pregava entre 1536 e 1564. É possível ver a “Cadeira de Calvino”, as cadeiras esculpidas da parte da igreja reservada ao Clero e um monumento e uma estátua que honram o Duque de Rohan, que atuou como líder dos protestantes franceses sob Henrique IV e Luís XIII e cujos restos mortais descansam na Catedral.

 

 

Um frontal com colunas greco-romanas e uma cúpula inspirada no panteão de Roma foram acrescentados no século XVIII.

A “Chapelle des Frères Macchabèes” foi construída em 1405, originalmente, como capela mortuária e colegial, transformada num armazém durante a reforma. Perto do final do século XVII, novamente transformada, desta feita num auditório da academia. No final do século XIX, os serviços religiosos eram aí realizados.

É possível ir a torre, onde se chega após subir 157 degraus de uma escadaria em espiral e de onde se tem uma vista incrível para a cidade de Zurique e seus lagos encantadores. O carrilhão muda sua melodia todos os meses do ano.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Visitamos, também, o Site Archéologique, sob a catedral, uma das maiores zonas arqueológicas subterrâneas da Europa, onde se pode ver as fundações de edifícios religiosos anteriores. Imperdível !!!

 

 

Ao lado da Catedral de Saint-Pierre, o Musée International de la Réforme de Genève (Museu Internacional da Reforma Protestante), 4, Rue du Cloitre, inaugurado em 15/04/2005, na Maison Mallet Genève, edifício construído em 1723, precisamente no local em que ficava o Convento de Saint-Pierre, onde em 21/05/1536 os habitantes de Genebra decidiram adotar a Reforma (Adoption de la Réforme par le Conseil General Genève).
O Museu enfoca a história da Reforma Protestante e, particularmente, os capítulos dessa história que se passaram na própria Genebra. Estão expostos alguns documentos históricos que relatam as guerras de religião na França, incluindo os do “Massacre da noite de São Bartolomeu”.

O Massacre da noite de São Bartolomeu foi um episódio sangrento da repressão dos protestantes na França pelos reis franceses católicos. As matanças, organizadas pela casa real francesa, começaram em 24/08/1572, dia de São Bartolomeu, e duraram vários meses (até outubro), inicialmente em Paris e depois em outras cidades francesas (Toulouse, Bordéus, Lyon, Bourges, Rouen e Orléans), vitimando entre 70 a 100 mil protestantes franceses, conhecidos por huguenotes. Este episódio foi relatado por Alexandre Dumas em sua obra “La Reine Margot”, romance de 1845, adaptado para o cinema em 1994.

 

Ainda na La Vieille-Vielle, o Hôtel de Ville (Câmara Municipal), edifício do século XV, com destaque para a rampa com pavimento de pedras arredondadas que no final do século XVI facilitava a chegada dos altos funcionários a cavalo. Destaque também para a Sala Alabama, assim chamada depois da disputa conhecida como Alabama entre os Estados Unidos e a Inglaterra e seu arbítrio internacional, que nela teve lugar em 1872. No rés-do-chão, nela foi assinada, em 1864, a primeira Convenção de Genebra, que marcou o nascimento da Cruz Vermelha. No seu pátio interno, todos os verões, são realizados concertos ao ar livre. Inclui a Sala do Grande Conselho ou Parlamento Genebrês.

 

 

 

Na La Vieille-Ville, o Antigo Arsenal, construído no século XV para armazenar trigo, tornou-se depósito de armas em 1720 e hoje abriga no 2º andar arquivos do estado de Genebra. No pátio estão cinco canhões dos séculos XVII e XVIII. Os três mosaicos na parede representam a chegada de Júlio César a Genebra, as feiras no Bourg-de-Four durante a Idade Média e o acolhimento dos refugiados huguenotes.

 

 

Restaurant Genève Les Armures, no Hôtel Les Armures*****, Rue du Soleil-Levant, 1 e Rue Puits-Saint-Pierre, 1, com vigas de madeira e armas na parede, ainda no centro histórico, é uma instituição, onde comemos um legítimo fondue suíço e por onde passaram ilustres visitantes: Jimmy et Rosalynn Cartes, os Clinton, Paul Mac Cartney, Sophia Loren, Pelé e outros, dentre eles nós.

A Place de Neuve (Praça Nova) é o pulmão da Genebra artística. No centro a estátua eqüestre do General Guillaume-Henri Dufour (1787-1875), professor na universidade, editor do mapa mais completo das montanhas suíças, comandante-chefe dos exércitos da confederação em 1847 e, aos 76 anos de idade, membro da famosa “comissão de cinco”, grupo que foi autor do primeiro conceito da Cruz Vermelha. À sua volta, o Museu Rath (1825), o Grand Théàtre (1879), o Conservatório de Música (1856) e o Victoria Hall (1893).

 

 

 

 

 

 

 

 

O Museu Rath, construído pelas irmãs de Simon Rath (Tenente-General) para abrigar a coleção de obras raras do irmão, foi o primeiro edifício da Suíça dedicado a exibir obras de arte.

O Grand Théàtre, construção inspirada no Teatro de Ópera de Paris, está decorado com esculturas e bustos de compositores famosos. Destruído pelo fogo em 1951, reabriu em 1962.

O Conservatório de Música assemelha-se a fachada da casa de campo de Perle du Laca, que foi propriedade de François Bartholoni, que financiou sua construção. Todos os outonos se realiza um concurso para executores musicais.

http://www.cmusge.ch/

Victoria-Hall, financiado pelo Consultor da Inglaterra Daniel Fitzgerald Barton e dedicado à Rainha Vitória. Depois de um incêndio em 1984, foi inteiramente reconstruído. O novo teto presta uma homenagem a Ernest Ansermet (1883-1969), maestro que fundou a Orchestre de la Suisse Romande em 1918.

No antigo jardim botânico, hoje Parc des Bastions (ou Promenade des Bastions), o Muro dos Reformadores (Murs des Réformateurs), edificado no início do século XX (1909) para homenagear as grandes figuras do protestantismo; o Palácio Eynard, edifício do século XIX, antiga residência privada de um banqueiro, abriga o “Mairie de la Ville de Genève” e a Academia fundada por Calvino no século XVI, hoje a Universidade.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Uma das ruas antigas melhor conservadas é a Grand-Rue, onde nasceu, em 1712, Jean-Jacques Rousseau, no número 40, onde hoje se encontra o Espaço Rousseau. Durante uma viagem audiovisual de 25 minutos pode-se acompanhar a vida deste famoso cidadão de Genebra, escritor, músico, filósofo do iluminismo e precursosr do Romantismo. Autor do Contrato Social.

 

Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) – Sua mãe morreu após o parto e seu pai quando ele tinha 10 anos. Precisou trabalhar desde cedo e sentiu o que significava ser maltratado e explorado. Vagando pelo mundo, conheceu uma rica senhora de quem se tornou amante e sob seus cuidados estudou música e filosofia. Obteve sucesso com uma de suas óperas: “O Adivinho da Vila”. Aos 37 anos participou e venceu um concurso escrevendo o “Discurso sobre as Ciências e as Artes”. Com sua nova amante de Paris, teve 5 filhos, que acabou por colocar em um orfanato. Uma ironia, já que anos depois escreveu sobre como se deve educar crianças – “Emílio, ou Da Educação”. Rejeitava a religião revelada, adepto de uma religião natural, em que o ser humano poderia encontrar Deus em seu próprio coração, o que o levou a ser fortemente censurado. Em seu romance “A Nova Heloísa”, mostra-se defensor da moral e da justiça divina. No fundo revela-se um cristão rebelado, desconfiado das interpretações eclesiásticas sobre os Evangelhos. Sempre proferia a frase: “Quantos homens entre mim e Deus!”, o que atraia a ira tanto de católicos como de protestantes. Politicamente expôs suas idéias no Contrato Social, na busca de um Estado social legítimo, próximo da vontade geral e distante da corrupção, onde a soberania do poder deveria estar nas mãos do povo, através do corpo político dos cidadãos. Ainda segundo suas idéias, a população tem que tomar cuidado ao transformar seus direitos naturais em direitos civis, afinal “o homem nasce bom e a sociedade o corrompe”. Para Rousseau, o que faz o indivíduo em estado de natureza parecer bom é, justamente, o fato de conseguir satisfazer suas necessidades sem estabelecer conflitos com outros indivíduos, sem escravizar e não sentindo vontade de impor sua força a outros para sobreviver e ser feliz. Na transição para a vida em sociedade, o que o homem perde pelo contrato social é a liberdade natural e um direito ilimitado a tudo quanto aventura e pode alcançar. O que ele ganha é a liberdade civil e a propriedade de tudo o que possui. Esta perda representa não apenas o desenvolvimento de faculdades racionais e emocionais do indivíduo como também abre os precedentes para toda a violação da liberdade, da segurança e da igualdade entre os sujeitos em coletividade. Depois de toda uma produção intelectual, das fugas às perseguições e ua vida de aventuras e errância, Rousseau passou a levar uma vida retirada e solidária, dedicada à natureza, uma de suas paixões. Seus relatos desta época estão no livro “Devaneios de Caminhante Solitário”. Faleceu aos 66 anos, no Castelo de Ermenonville, onde se encontrava hospedado. Ao defender que todos os homens nascem livres e a liberdade faz parte da natureza do homem, inspirou todos os movimentos que buscaram a liberdade: as Revoluções Liberais, o Marxismo, o Anarquismo, entre outros. Até os dias de hoje, ainda é um provocador, que leva muitos a acreditarem na bondade natural do ser humano e de como a sociedade acaba destruindo essa bondade. E, por muitos, não é esquecido por sua forte crítica à propriedade privada, como causa da miséria entre as pessoas.

Uma caminhada pelas ruínas medievais estreitas, seguindo até a Place du Bourg-de-Four, antigo mercado medieval, no coração histórico, um dos pontos de encontro preferidos da cidade. Uma dúzia de restaurantes e cafés circunda a pequena fonte de mármore do século XVIII. Uma das melhores opções é o Tiny La Clémence, 20.

 

A leste encontra-se o Palácio da Justiça, que foi primeiro um convento e depois um hospício geral, passando a abrigar o poder judicial a partir de meados do século XIX. Outra opção é o Chez Ma Cousine On y Mange du Poulet (Na casa da Minha Prima Nós Comemos Frango) na mesma Place du Bourg-de-Four, número 6.

 

 

 

 

. dia 10/05/2009
Também de trem, partindo de Genebra, da Gare Cornavin, em 4 horas e 30 minutos, para chegar a Milão (Itália).