Portugal,

 

também chamado, desde o seu alvorecer,

 

Terra de Santa Maria,

 

proclamou, oficialmente, em 1646,

 

a Mãe de Cristo sua Rainha e Padroeira.

. dia 03/06/2006

Embarcamos no Aeroporto Charles de Gaulle, pela EasyJet, às 12:25 horas, com destino ao Aeroporto de Lisboa.

 

Após o desembarque, compramos passes de Aero-Bus Aeroport-City Center, fazendo o percurso do Aeroporto até a Praça Marquês de Pombal.

 

O Aero-Bus funcionava das 7:45 às 20:45 horas, com partidas a cada 20 minutos, saindo do Aeroporto e indo até Cais do Sodré, com pontos em Entrecampos, Avenida República, Saldanha, Picoas, Fontes Pereira Melo, Marquês de Pombal, onde descemos, Avenida da Liberdade, Restauradores, Rossio, P. Comércio.

 

Tomamos a decisão de ir à Lisboa, já estando em Paris, deste modo, não tínhamos hotel reservado em Lisboa e buscamos informação no próprio Aeroporto de Lisboa e ficamos muito bem hospedados no “Hotel Vip Diplomático****”, Rua Castilho, 74.

 

. dia 04/06/2006

 

Nosso 1º destino, Fátima, saindo e retornando de Sete Rios pela Rede Expressos. Se for do seu interesse, nos siga em Nosso Roteiro em Fátima.

 

. dia 05/06/2006

 

Praça Marquês de Pombal, homenagem ao principal responsável pela reconstrução de Lisboa após o grande terremoto que destruiu a cidade em 1755.

 

Avenida da Liberdade, principal avenida de Lisboa, liga a Praça Marquês de Pombal ao Centro.

 

Praça dos Restauradores, ao centro obelisco que comemora a independência de Portugal, em 1640, depois de 60 anos de domínio espanhol.

 

Praça do Rossio/Praça Dom Pedro IV, centro de Lisboa, ao redor da qual encontramos o “Café Nicola” e o “Teatro D. Maria II“.

 

Bairro do Chiado, onde se encontra o Elevador de Santa Justa, que nos leva direto ao Museu Arqueológico do Carmo.

 

O Convento de Nossa Senhora do Vencimento do Monte do Carmo foi construído por ordem de D. Nuno Álvares Pereira, O Condestável, em 1389.

 

O solo arenoso e a escarpa instável levou ao desmoronamento dos alicerces por duas vezes, chegando D. Nuno a ameaçar que, se os alicerces caíssem de novo, os havia de construir em bronze. Não foi necessário.

 

Em 1392, O Condestável convidou os frades carmelitas do Mosteiro de Moura a ingressarem no convento.

 

Doze anos depois, D. Nuno Álvares Pereira doou ao convento o seu patrimônio e, depois de ficar viúvo, em 1423, entrou ele próprio para o Mosteiro do Carmo, mudando o nome para Frade Nuno de Santa Maria.

 

Por ter dedicado os seus últimos dias à Igreja e a ajudar os pobres, depois da sua morte, em 1431, o povo batizou-o de Santo Condestável. Um título que nunca foi verdadeiro, mas que sairia reforçado com a sua beatificação em 1918.

 

Em 01/11/1755, grande parte do Convento ruiu com o terremoto e o incêndio que se lhe seguiu. Restaram as capelas absidais, a fachada que dá para o Largo do Carmo e os dois vãos de arco que se seguem à porta de acesso.

 

A extinção das Ordens Religiosas em 1834, converteu o Convento em estância de madeira e em depósito de detritos.

 

Em 1836, aí se instalou a Guarda Municipal e, em 1860, foi proposto que as ruínas fossem transformadas num estabelecimento de banhos.

 

Em 1864, instalou-se no local a Real Associação de Arqueólogos e Arquitetos Portugueses, que aí se encontra até hoje.

 

Igreja e Convento de São Domingos de Lisboa

 

Castelo de São Jorge ergue-se no topo da colina mais alta de Lisboa, onde proliferam testemunhos de fenícios, romanos e muçulmanos. Os vestígios mais antigos aí encontrados remontam ao século VI a.C. Porém, a existência de um castelo, propriamento dito, data do século X-XI, período em que Lisboa era uma importante cidade portuária muçulmana.

 

Em 1147, D. Afonso Henriques, o primeiro Rei de Portugal, conquistou o Castelo e a cidade dos mouros.

 

De meados do século XIII até início do século XVI, o Castelo conheceu seu período áureo.

 

Nele Vasco da Gama foi recebido por D. Manuel depois de regressar da Índia e nele foi representada a primeira peça de teatro português, o Auto do Vaqueiro, por ocasião do nascimento do futuro Rei D. João III.

 

Com a transferência da residência real e da corte para a parte baixa da cidade, os terremotos de 1531 e 1755 e o retomar da função militar no século XVIII, a descaracterização do Castelo foi se acentuando.

 

Declarado Monumento Nacional em 1910, recebeu importantes intervenções de restauro no decorrer do século XX, lhe conferindo a imponência atual.

 

Castelejo, situado na área de mais difícil acesso ao topo da colina, com suas 11 torres, das quais se destacam a Torre de Menagem (do Observatório), a Torre de Ulisses, a Torre do Paço, as Torres Central Norte e Noroeste, a Torre da Cisterna e a Torre de São Lourenço. No seu interior são visíveis os vestígios de antigas construções, de uma cisterna e a pequena porta da Traição.

 

Fantástica!!! a visita à Torre de Ulisses, onde um Periscópio, sistema ótico inventado por Leonardo Da Vinci no século XVI, único existente em Portugal, permite observar Lisboa a 360º em tempo real.
Conta a lenda que Ulisses fundou a cidade de Lisboa. Foi também nessa Torre que se guardou o Tesouro Real.

 

 

Terreiro do Paço/Praça do Comércio e a Estátua do Rei D. José I ao centro, onde hoje se encontram os principais Ministérios, outrora o Palácio Real.

 

Igreja Paroquial de Santa Maria Madalena, século XII.
. dia 06/06/2006

 

Museu Nacional dos Coches

 

Pegamos o ônibus na Rua Bramcamp, passamos pelo Largo do Rato, descendo pelas Ruas de São Bento, Calçada de Estrela, Avenida Infante Santo, Ruas do Sacramento, do Arco, passando pelo Largo do Calvário para percorrer as Ruas 1º de Maio e da Junqueira, descendo em frente ao Museu dos Coches.

 

Instalado na antiga escola de equitação, possui uma coleção única de coches em todo o mundo. Bastante interessante !!!

 

Mosteiro dos Jerónimos, Praça do Império, magnífica construção, erguida no mais puro estilo manuelino e um dos monumentos mais representativos e originais da arquitetura portuguesa.

 

Data de 1496 o pedido feito pelo Rei D. Manuel I à Santa Sé, no sentido de ser concedida autorização para erigir um grande mosteiro à entrada de Lisboa, perto das margens do Tejo.

 

Em 1501 começaram os trabalhos e, aproximadamente, um século depois as obras estavam concluídas.

 

As razões da construção do Mosteiro dos Jerónimos prendem-se, por certo, à vontade do monarca de reunir num panteão o ramo dinástico por ele iniciado (Avis-Beja). D. Manuel I e os seus descendentes foram sepultados em túmulos de mármore colocados na capela-mor da Igreja e capelas laterais do transepto.

 

A dedicação do Mosteiro à Virgem de Belém foi outro fator que pesou na decisão régia. O Mosteiro dos Jerónimos, como é conhecido, veio substituir a igreja outrora existente no mesmo local, cuja invocação era Santa Maria de Belém e onde freis da Ordem de Cristo prestavam assistência aos mareantes em trânsito.

 

O edifício exibe uma extensa fachada de mais de trezentos metros, obedecendo a um princípio de horizontalidade que lhe confere uma fisionomia calma e repousante. Foi construído em calcário de lioz que se extraía muito próximo ao local de implantação, na Ajuda, no Vale de Alcântara, Laveiras, Rio Seco e Tercena. Estonteantemente belo, parece um gigantesco castelo de areia, de precioso efeito rendado. Considero-o imperdível !!!

 

Dada a grandiosidade do projeto e a riqueza da execução, sucederam-se as empreitadas de construção e os mestres responsáveis por elas.

 

D. Manuel canalizava para as obras de Belém grandes somas. Boa parte da chamada Vintena da pimenta (aproximadamente 5% das receitas provenientes do comércio com a África e o Oriente, o equivalente a 70 kg de ouro por ano) servia para custear os trabalhos, que desde o início decorreram em estreita dependência do próprio Rei.

 

No século XIX, o Mosteiro assistiu a intervenções arquitetônicas pontuais que, embora não alterando sua estrutura primitiva, vieram dar-lhe a forma que tem hoje.

 

O Mosteiro dos Jerónimos é habitualmente apontado como a ‘joia’ do estilo manuelino. Este estilo, exclusivamente português, integra elementos arquitetônicos do gótico final e do renascimento, associando-lhe uma simbologia régia, cristológica e naturalista, que o torna único e digno de admiração.

 

Para ocupar o Mosteiro, D. Manuel escolheu os monges da Ordem de São Jerónimo, que teriam como funções, entre outras, rezar pela alma do Rei e prestar assistência espirirtual aos mareantes e navegadores que da praia do Restelo partiam à descoberta de outros mundos.

 

Durante quatro séculos essa comunidade religiosa habitou estes espaços, mas em 1833 foi dissolvida e o lugar desocupado, passando o Mosteiro dos Jerónimos a integrar os bens do Estado e o espaço conventual foi destinado a colégio dos alunos da Casa Pia de Lisboa, instituição de solidariedade social, destinada especialmente ao apoio à crianças, que aí permaneceram até cerca de 1940.

 

Desde sempre intimamente ligado à Casa Real Portuguesa, o Mosteiro dos Jerónimos, pela força da Ordem e suas ligações à Espanha, pela produção intelectual de seus monges, pelo fato de estar inevitavelmente ligado à epopéia dos Descobrimentos e pela sua localização geográfica, na capital, à entrada do porto, é, desde cedo, considerado um dos símbolos do páis. As referências ao Mosteiro não escapam nem aos cronistas, nem aos viajantes e artistas. Foi acolhimento e sepulcro de reis, mais tarde de poetas.

 

Declarado Monumento Nacional em 1907 e em 1983 a UNESCO o classificou como Patrimônio Mundial de toda a Humanidade.

 

 

Esta visita ao Mosteiro dos Jerônimos tinha uma aspecto particular e familiar que divido aqui com vocês.

 

O trisavó de meu marido, Antonio José Alves Souto, nasceu no Porto em 28/03/1813, na Rua Nova de São João.

 

Aos 16 anos emigrou para a capital imperial do Brasil, onde chegou em 27/01/1830, começando a trabalhar como caixeiro na casa Ferreira & Cohn, até instalar-se como corretor de fundos e mercadorias.

 

Em 30/08/1834 casou-se com Maria Jacintha de Freitas Caldas.

 

Na década seguinte (1840) tornou-se o primeiro banqueiro de que se tem notícia no Brasil. Sua casa bancária, A. J. A. Souto & Cia., ficava na Rua Direita, 59, conhecida como Casa Souto.

 

Amigo do Imperador D. Pedro II, comprou uma grande propriedade, que confinava com a Quinta Imperial da Boa Vista, onde construiu uma ampla residência, cercando-a de um dos mais belos jardins do Rio de Janeiro. Numa das extremidades da propriedade, conhecida como ‘Chácara do Souto’, criou um zoológico, o primeiro da capital imperial, com espécimes da fauna brasileira e animais importados da Europa, Ásia e África, que franqueava à visitação pública aos domingos e feriados.

 

No ano de 1850, o então Visconde Souto comprou do espolio do Conde de Gestas (Aymar Marie Jacques Gestas, morto em 1835) a Fazenda Bela Vista (as vezes mencionada como Boa Vista), fazenda esta que pertencera a uma Sesmaria dos Viscondes de Asseca e que fora adquirida em 1810 por Gestas.

 

Quando o Visconde Souto adquiriu a propriedade havia ali um palacete de colunas toscanas, a direita do qual, no ano de 1860, mandou erguer uma capela em louvor de Nossa Senhora de Belém, como indica a estrela branca de cinco pontos no alto da fachada. Em 1864, a Fazenda foi vendida ao Sr. Jose Francisco de Mesquita, Barão, Visconde, Conde, Marques de Bonfim, que ao falecer em 1873 deixou a propriedade ao filho Jerônimo José de Mesquita, o Barão de Mesquita, tendo como padroeira Nossa Senhora do Carmo. Ao falecer em 1886 sua filha Francisca Elisa de Mesquita herdou a propriedade, que vendeu em 1888 ao Conselheiro Francisco de Paulo Mayrink, passando a ser conhecida pelo nome de Capela Mayrink e Nossa Senhora da Imaculada Conceição tornou-se a padroeira. Este mais tarde transferiu a propriedade ao Governo Federal. Réplicas dos painéis de Candido Portinari reproduzem Nossa Senhora do Carmo, São Simão Stock, São João da Cruz e o Purgatório, estando os originais no Museu Nacional de Belas Artes. As estátuas externas representam a Fé e a Caridade e vieram da Igreja do Bom Jesus, demolida por ocasião das obras de abertura da Avenida Presidente Vargas. A capela passou por uma grande reforma entre 1969 e 1987, tendo sido demolida a sacristia e retiradas todas as interferências arquitetônicas inseridas anteriormente, voltando ao seu desenho original. Num trabalho de resgate de sua memória, uma nova imagem de Nossa Senhora de Belém foi acrescida ao acervo da capela, figurando atualmente as três padroeiras, permanecendo Nossa Senhora do Carmo como sua padroeira oficial.

 

Em maio de 2006 iniciaram-se novas obras de reforma. Nessa ocasião, estive com meu filho Ricardo Pinheiro Grumbach na administração do Parque Nacional da Tijuca, conversando e passando informações sobre o Visconde Souto, seu construtor.

 

Nosso interesse girava em torno de Santa Maria de Belém, por acreditar ser esta uma devoção trazida de sua origem portuguesa.

 

Padrão dos Descobrimentos, Avenida Brasília, foi erguido pela primeira vez em 1940, de forma efêmera, integrado na Exposição do Mundo Português. Sua construção definitiva data de 1960, quando se celebrou o 5º centenário da morte do Infante D. Henrique, fundador da Escola de Sagres e principal artífice das glórias marítimas de Portugal nos séculos XV e XVI.

 

O Infante D. Henrique (1394-1460) era filho de D. Filipa de Lencastre e de D. João I. Sob sua orientação foram dados novos mundos ao mundo. Estudioso das ciências exatas, fundou em Sagres uma vila de apoio à navegação. A ele se deve o grande incremento à navegação que leva à descoberta da Madeira, em 1418, dos Açores, em 1427 e Cabo Verde, em 1444. A passagem do Cabo Bojadro, em 1434, marcou o início do reconhecimento da costa ocidental da África. Deste modo, o Infante D. Henrique simboliza para a história a glória dos descobrimentos.

 

A República da África do Sul ofereceu para decoração do terreiro de acesso, uma Rosa-dos-Ventos com 50 m de diâmetro, executada em mármores de vários tipos, contendo um planisfério de 14 m. Naus e caravelas embutidas marcam as principais rotas dos Descobrimentos Portugueses.

 

 

Torre de Belém

 

Lisboa, na época dos Descobrimentos, viu crescer a sua importância como cidade cosmopolita, tornando-se rapidamente um ponto de referência e encontro de culturas, gentes e conhecimentos.

 

A política naval portuguesa do século XVI e o progresso das viagens marítimas fizeram do porto de Lisboa uma paragem obrigatória para os que navegavam nas rotas do comércio internacional. A praia de Belém foi testemunha da partida para muitas viagens com destino às novas terras de África e do Oriente.

 

A riqueza e culturas provenientes destes Novos Mundos foram introduzidas em Portugal, contribuindo decisivamente para a construção de grandes monumentos como o Mosteiro dos Jerónimos e a Torre de Belém.

 

Proteger Lisboa e a sua barra tornou-se uma necessidade. O Rei D. João II (1455-1495) teve a iniciativa de traçar um plano inovador e eficaz, que consistia na formação de uma defeza tripartida entre o baluarte de Cascais, a fortaleza de São Sebastião da Caparica (também chamada Torre Velha), na outra margem do rio, e uma terceira fortaleza que, devido à sua morte, coube a D. Manuel I, seu sucessor, a tarefa de mandar construir.

 

Assim, em homenagem ao santo patrono da cidade de Lisboa, São Vicente, foi construída a Torre de Belém, no local onde antes estava ancorada a Grande Nau, que cruzava fogo com a fortaleza de São Sebastião, perpetuando em pedra aquela estrutura de madeira.

 

Iniciou-se a sua construção em 1514, sob a orientação do mestre de obras do reino, que dirigia os trabalhos do Mosteiro dos Jerónimos, sendo visíveis as influências islâmicas e orientais dos elementos decorativos, bem como a simbologia própria do manuelino, ressaltando, assim, prestígio do Rei.

 

Em 1520, a Torre estava concluída.

 

Com o passar do tempo e com a construção de novas fortalezas, mais modernas e mais eficazes, a Torre de Belém foi perdendo sua função de defesa da barra do Tejo. Durante os séculos que se seguiram desempenhou funções de controle aduaneiro, de telégrafo e até de farol.

 

Foi também prisão política, viu seus armazéns transformados em masmorras a partir da ocupação filipina (1580) e em períodos de instabilidade política.

 

Em 1983, foi classificada pela UNESCO como Patrimônio Cultural de toda a Humanidade.

 

Há uma imagem de Nossa Senhora do Bom Sucesso ou Nossa Senhora das Uvas, século XVI, no terraço do baluarte.

 

Praça do Comércio
. dia 07/06/2006

 

Seguimos no ônibus 53 de Lisboa para Almada, atravessando a Ponte 25 de Abril, para visitar o Santuário de Cristo Rei, do outro lado do Tejo.

 

Em 1940, os bispos portugueses, reunidos em Fátima e confiantes na proteção de Maria, fizeram o voto de erigir, em frente da capital, um grandioso monumento à realeza de Cristo, se Portugal fosse poupado na guerra que se alastrava pelo mundo (1939-1945).

 

“Tal Monumento quer atestar o Amor, o Reconhecimento de toda a Nação a Cristo-Rei, ao mesmo tempo que é o cumprimento de um Voto Solene pela Pátria e pela Igreja, em boa hora feito, quando Portugal corria o risco eminente de correr para a guerra.” (Radiomensagem de João XXIII)

 

Era este também o sonho do Cardeal Cerejeira, desde que visitara o Brasil, mais precisamente o Cristo Redendor, em 1934.

 

Este monumento é, no dizer do Cardeal Cerejeira, complemento do Santuário de Fátima.

 

Construído com ofertas de todo o país, foi inaugurado em 17/05/1959, como símbolo de gratidão nacional pelo dom da paz.

 

A imagem de Cristo-Rei ostenta um coração à flor do peito, num gesto demonstrativo do modo como Jesus deseja conquistar, pelo amor, toda a humanidade.

 

O pedestal, formado por quatro arcos, lembra os quatro pontos cardeais, como símbolo da Realeza Universal de Cristo.

 

Oramos diante da imagem de Nossa Senhora da Capelinha das Aparições, vinda expressamente de Fátima.

 

Senhor,

 

tendo vindo aos pés da Vossa Imagem,

 

não quero despedir-me sem me consagrar ao Vosso Coração,

 

implorando para a minha vida e a vida de toda a minha família,

 

a graça de Vossa benção misericordiosa.

 

Por intercessão de Maria Santíssima, Vossa Mãe e minha Mãe,

 

amparai-me nos trabalhos e sofrimentos de cada dia.

 

Dai a paz a Portugal, arauto do Vosso Reino,

 

e renovai no Espírito Santo a face da Terra.

 

Amém !

 

De Cristo Rei seguimos para Cacilhas, em Almada, no ônibus 101, que pegamos às 11:55 horas.

 

De Cacilhas rumamos para Setúbal, no ônibus rápido 583, às 12:52 horas.

De Lisboa à Setubal são 49 km.

E de Setúbal para Palmela, no ônibus 767, às 14:03 horas.
Talvez vocês não acreditem na minha motivação: buscar informações sobre Nossa Senhora de Belém.

 

Em Palmela foi necessário tomar um taxi que nos levasse ao Mosteiro das Monjas de Belém e que nos aguardou, levando-nos de volta até Cacilhas.

 

Fomos extremamente bem recebidos nesta incursão ao Mosteiro das Monjas de BelémMosteiro Nossa Senhora Vestida do Sol, Quinta de Calbariz, Diocese de Setúbal, contudo, sem qualquer relação com Nossa Senhora de Belém.

 

No primeiro dia de novembro de 1950, Sua Santidade o Papa Pio XII promulga o dogma segundo o qual Maria de Nazaré, que deu à luz em Bém Jesus, o Filho do Altíssimo, foi elevada por Ele da terra ao céu, em corpo e alma.

 

Entre as centenas de milhares de pessoas que participavam desta proclamação solene da Assunção de Maria, na Praça de São Pedro, em Roma, encontrava-se um grupo de peregrinos franceses, acompanhados por um religioso, o Padre Ceslas Minguet.

 

No coração destes sete peregrinos estabeleceu-se uma relação entre a presença de Maria, elevada na Glória do Pai com Seu Filho e o projeto do Pai de chamar todos os homens e todas as mulheres de boa vontade de todas as gerações para serem também eles com Jesus, com Maria, em presença do Pai, santos e imaculados no Amor, na terra como no Céu e por toda a Eternidade.

 

Como consequência, surge nos seus corações uma pergunta: Não será necessário que nasçam por todo o mundo comunidades ? Os seus membros poderiam tentar, já durante a vida terra, em plena fraqueza humana, começar a responder ao projeto do Pai. Com Jesus e Maria glorificados, na presença do Pai, no Espírito Santo. Assim receberiam no seu coração e na sua vida de pobres pecadores, a Santidade, a Pureza imaculada, o Amor, que caracterizam o coração de Cristo e o Coração da Virgem Imaculada; pois Maria, a discípula mais atenta de Cristo, recebe tudo dele.

 

No silêncio de seus corações, cada um destes sete peregrinos prometeu à Deus e à Virgem Maria consagrar a sua atenção e suas forças ao projeto, descobrindo cada um deles depois que a mesma luz teria visitado os outros peregrinos e juntos decidem colocar em prática o que chamaram de Projeto da Virgem.

 

Doze semanas depois, na povoação de Chamvres, na Diocese de Sens, constituiu-se a primeira comunidade.

 

O primeiro oratório foi preparado num pobre estábulo, evocando a gruta onde o Filho de Deus se fez Menino, onde a Virgem e São José Adoraram com Ele o Pai. Por isso, o pequeno mosteiro nascente recebeu o nome de ‘Natividade’ e, mais tarde, ‘Belém’.

 

O segundo nome desta família monástica, ‘Assunção da Virgem ‘ foi recebido das circunstâncias particulares de sua fundação. Maria, que não é Deus, recebeu de seu Filho a graça de viver à semelhança da sua vida plenamente divina e plenamente humana. É por isso que ela se compromente no caminha da santa Virgindade, da santa Pobreza, da santa Obediência, que caracterizam o caminho de Jesus. É por isso que, seguindo Jesus, ela vive no maior Amor, morre de Amor, ressuscita. No seu corpo e na sua alma é atraída por Jesus elevado da terra, permanencendo para sempre na Glória de Amor do Pai.

 

Esta família monástica recebeu também o nome de ‘São Bruno’.

 

Monges e Monjas de Belém, da Assunção da Virgem e de São Bruno, cujas celebrações litúrgicas são inspiradas na tradição do Oriente cristão.

 

O trabalho artesanal dos monges e das monjas de Belém, esculturas românicas ou góticas, concebidas segundo a tradição do Ocidente na idade de ouro da Arte Sacra, é belíssimo.

 

O taxi nos deixou de volta em Cacilhas e nos atravessamos o Tejo num dos barcos da Transtejo (Terminal Fluvial do Cais do Sodré), desembarcando no Cais do Sodré.

Os barcos nos quais se atravessa o Tejo são chamados ‘barcos cacilheiros’, daí decorre o nome Cacilhas.

 

 

Igreja Nossa Senhora da Encarnação

 

Igreja Nossa Senhora do Loreto, onde assistimos a Missa e a Adoração ao Santíssimo.

 

Basílica de Nossa Senhora dos Mártires, Rua Garrett 1200-1203, criada em 1147, logo depois de D. Afonso Henriques, primeiro Rei de Portugal, ter conquistado Lisboa aos mouros.

 

Começou como uma pequena ermida, com a intenção de nela ser prestado culto à sagrada imagem de Nossa Senhora, trazida pelos cruzados ingleses, diante da qual o Rei Afonso teria pedido auxílio e proteção para conseguir aquilo que se propunha, ou seja, fazer de Lisboa uma cidade cristã. O povo começou a invocá-la como a Nossa Senhora dos Mártires ou Santa Maria dos Mártires, em memória de todos os soldados cristãos que, movidos pela fé, morreram em combate.

 

No ano de 1750, após a conclusão do restauro iniciado em 1746, a Basílica dos Mártires era uma igreja barroca com a grandiosidade que hoje ostenta. Este templo foi completamente destruído pelo terremoto que devastou Lisboa em 01/11/1755.

 

A atual Basílica foi dedicada em março de 1784. Nela trabalharam os melhores artistas e os melhores artífices da época e também os melhores recursos disponíveis: pedra, mármores, madeiras, ferragens.

 

Encerramos nosso dia no Café Restaurante Nicola, desde 1783 presente na cultura portuguesa.
. dia 08/06/2006

 

Começamos o dia indo ao Arquivo Histórico, Avenida da Liberdade 193, ainda em continuidade à pesquisa sobre Nossa Senhora de Belém. Localizamos um autor, José da Felicidade Alves, e três volumes escritos por ele, que integram a Coleção Cidade de Lisboa, sob o título O Mosteiro dos Jerónimos:

 

Volume I – Descrição e Evocação

 

Volume II – Das Origens à Actualidade

 

Volume III – Para um inventário do recheio do Mosteiro de Santa Maria de Belém,

 

De acordo com o autor, a denominação de Santa Maria de Belém vem dos tempos do Infante Dom Henrique, que edificara (ou reedificara …) na praia do Restelo uma igreja com funções paroquiais, a que ligara aquele título, e que doara (em 1460) à Ordem de Cristo.

 

Curiosamente, esta mesma invocação absorvia acaso outra mais antiga, mas do mesmo significado mistérico: Nossa Senhora da Estrela. A misteriosa estrela que conduzira os Reis (Magos), vindos do Oriente, até Belém de Judá, para homenagear o Menino: continuava irradiando o seu mistérico simbolismo, agora que Lisboa, qual nova Jerusalém, via chegarem-lhe as especiarias do Oriente.

 

O que de imediato me interessou. Tomei todas as anotações dos títulos, nomes e Editora (Livros Horizonte).

 

Igreja de Nossa Senhora da Conceição Velha

 

Enfeite as janelas e as montras.

 

Lance pétalas de flores à passagem do Santissimo Sacramento.

 

É Cristo Vivo a passar na sua rua !

 

dia 15/06/2006 – 5ª feira Santa

 

A instituição da Sagrada Eucaristia celebra-se no decurso do Tríduo Pascal, em Quinta-feira Santa, pois foi na véspera da Paixão que Jesus legou o memorial do Seu Sacrifício Redentor.

 

No século XIII a Igreja entendeu que o amor do povo cristão a esta presença real de Jesus deveria ser reafirmado ainda mais uma vez no decorrer do ano litúrgico, instituindo a Festa do Corpus Christi.

 

A partir do século XV, em Lisboa a procissão tornou-se um verdadeiro espectáculo de rua. Em tempos de D. João V, Lisboa foi a primeira e principal cidade onde o brilho da solenidade se tornou notado.

 

Em 1973, depois de vários anos de interrupção, o Cardeal Ribeiro restaurou a Procissão do Corpo de Deus. Em 2003 esta volta a percorrer as ruas da Baixa onde outrora se realizava e em 2005 estabeleceu-se o trajeto que se retomará este ano: da Praça do Município (lugar da antiga Patriarcal) à Sé.

 

É necessário continuar a caminhar ‘partindo’ de Cristo, ou seja, da Eucaristia. ‘Comer este pão é comunicar, é entrar em comunhão com a pessoa do Senhor vivo’ afirma o Papa Bento XVI. Caminharemos com generosidade e coragem, dispostos a ser fermento da comunhão e decididos a servir todos, sobretudo os mais pobres.

 

(prospecto Paróquias da Baixa-Chiado)

 

Casa dos Bicos, Rua dos Bacalhoeiros, construída entre 1521 e 1523. O terremoto de 1755 provocou a destruição dos dois pisos superiores desta casa. Classificada em 1910 como Monumento Nacional. Escavações arqueológicas e obras de reconstrução e ampliação entre 1981 e 1982 e onde a partir de 2003 passou a funcionar a Secretaria Municipal de Cultura.
Em 02/07/2012, uma reportagem especial de Ricardo Viel para o Segundo Caderno do Jornal O Globo, sob o título ‘Memorial do amor’, noticiava que, em 18/06/2011, numa cerimônia que lembrou o primeiro ano da morte do Nobel português, José Saramago, os restos do escritor foram depositados em frente à esta casa, na Baixa Lisboa.
No prédio, de cinco séculos de história, funciona a sede da Fundação José Saramago, que conta com a biblioteca e o acervo pessoal do escritor e que serve de centro cultural, realizando exposições, lançamento de livros, exibição de filmes e de palestras.
Uma oliveira, quase centenária, foi trazida de Azinhaga, aldeia do escritor, por um motivo muito especial: fazer sombra às cinzas de José Saramago.
De Lanzarote, ilha onde ele e Pilar del Río, jornalista, viveram foi trazida a terra.
Do romance ‘Memorial do convento’ foi extraída a frase que está gravada na calçada da Rua dos Bacalhoeiros: ‘Mas não subiu para as estrelas, se à terra pertencia: José Saramago 1922-2010’.
“Não sei como será uma morte que chega a destempo.
Uma mãe que tem que enterrar um filho, por exemplo.
Tem que ser terrível.
Agora, vida que chega ao seu término natural …
dói muito, muito, muito, há um vazio, uma dor,
mas também há uma enorme serenidade,
porque são vidas cumpridas.
Uma morte com a vida cumprida traz paz.
Com o José foi assim.
Ele deitou a cabeça para trás e me disse
Pilar, deixa-me descansar um pouco.”
(Pilar del Rio)
Museu do Fado, Largo do Chafariz de Dentro, 1, inaugurado em 1998, reabilitando o edifício do Recinto da Praia, a primeira estação elevatória de águas de Lisboa, em frente ao Largo do Chafariz de Dentro e porta de entrada para o histórico Bairro de Alfama.

 

A exposição permanente convida a conhecer a história do fado, os seus locais de origem na Lisboa oitocentista, a divulgação através do Teatro de Revista, da Rádio, da Gravação Discográfica, do Cinema, os grandes intérpretes e instrumentistas.

 

Nele funciona a Escola do Museu, contemplando as áreas de instrumento, voz e criação de repertórios. Os alunos dispõem de cursos de Guitarra Portuguesa e Viola de Fado.

 

E, também, um Centro de Documentação, integrado por coleções de fotografias, periódicos, repertórios, cartazes e documentação diversificada, alusiva a esta expressão musical, intérpretes, instrumentistas, poetas e compositores.

 

 

Igreja São João da Praça (São João Batista). Nesta praça havia uma guilhotina e por ocasião da construção da Igreja ela foi assim denominada por ter São João Batista morrido guilhotinado.

 

Igreja da Sé Patriarcal de Lisboa, ou Igreja de Santa Maria Maior, no Largo da Sé. Data do século XII e foi mandada construir após a conquista de Lisboa aos mouros, em 1147, por D. Afonso Henriques, primeiro Rei de Portugal.

 

A Catedral sofreu com vários tremores de terra que abateram a cidade de Lisboa, especialmente com o de 1755, tendo sido restaurada no século XX.

 

Igreja de Santo Antônio
. dia 09/06/2006

 

Começamos este dia indo à Rua São Bento, descendo a partir do Largo do Rato, percorrendo os inúmeros antiquários, algo que adoro, em busca de uma imagem de Nossa Senhora de Belém ou de Santa Maria de Belém ou ainda de Nossa Senhora da Estrela. Mas para minha surpresa nada havia e percebia que causava surpresa minha busca.

 

Outra rua que concentrava antiquários, mas esta não tivemos oportunidade de percorrer, era a Rua D. Pedro V.

 

Fundação Amália Rodrigues – Casa Museu, na própria Rua São Bento, 193, casa em que Amália Rodrigues viveu por 44 anos.

 

D. Amália, uma rainha, um museu.

 

Sou Amália Rebordão

 

Uma nova cantadeira

 

Por amar esta canção

 

Da raiz do coração

 

Sou fadista verdadeira.

 

Amália Rodrigues nasceu em Lisboa, a 23 de julho de 1920, na Rua Martim Vaz, freguesia da Pena. Seus pais eram do Fundão, em cuja Igreja Paroquial foi batizada.

 

Com apenas 15 anos começou a cantar nas marchas de Lisboa. Estreou como fadista no Retiro da Severa. Foi, então, convidada para o Solar da Alegria. Depois, José de Melo contratou-a, tendo dado um decisivo impulso à sua vida artística.

 

Fez carreira teatral na Revista e na Opereta. Também fez cinema, estreando com ‘Capas Negras’, em 1946; fez depois ‘Fado’ e ‘O Vendaval Maravilhoso’, de Leitão de Barros.

 

Em 1944 veio ao Brasil pela primeira vez, mas já tinha atuado em Madri em 1943. Foi o início de uma carreira internacional, aclamada pelo público mais diverso e a crítica mais exigente.

 

Amália Rodrigues recebeu um vasto número de prêmios, condecorações e distinções, quer em Portugal quer no estrangeiro.

 

Faleceu em Lisboa em 06/10/1999 e o funeral se realizou no Cemitério dos Prazeres. Em 08/07/2001, por resolução da Assembléia da República, seus restos mortais foram transladados para o Panteão Nacional.

 

Subimos de volta a Rua São Bento até o Largo do Rato, sempre visitando os antiquários.

 

Torre do Tombo, Alameda da Universidade, 1600, Instituto dos Arquivos Nacionais, centro de fotografia de acontecimentos políticos.

 

 

Universidade de LisboaFaculdade de Direito

 

Retornamos ao hotel, consegui localizar o telefone da Editora Livros Horizonte, cujo contato foi bem produtivo, fiquei sabendo que os livros que eu procurava poderiam ser encontrados numa feira de livros que estava acontecendo relativamente perto do hotel, o que definiu imediatamente nosso próximo destino.

 

Parque Eduardo VII76ª Feira do Livro de Lisboa, onde comprei os três volumes anotados no Arquivo Histórico: Inacreditável, não ???

 

E a noite prometia: Adega Machado, Rua do Norte, 91, Bairro Alto, Restaurante Típico Fado & Folclore, além de pratos típicos da cozinha portuguesa.

 

‘Lisboa tem uma canção típica o Fado. O Fado tem em Lisboa um bairro de eleição o Bairro Alto. No Bairro Alto há um restaurante de ambiente próprio para ouvir o Fado: a Adega Machado.’

 

Com o seu delicado acompanhamento de guitarra e viola, o Fado fala de amor e saudade, de ciúme e de antigas recordações.

 

O espetáculo compreende outros números de autêntico folclore português, cantigas e bailaricos, cantados e bailados por raparigas trajadas a rigor. Obedecendo à tradição, a noite termina com uma animada Marcha, igual às que percorrem as ruas de Lisboa durante as festas populares de junho, com seus arcos iluminados e a sua comunicativa alegria.

 

Maria Severa, uma cantadeira cigana que foi a mais célebre intérprete do Fado, do seu tempo, século XIX, filha de uma portuguesa e de um cigano, cedo surpreendeu Lisboa com sua beleza exótica e seu cantar expressivo. Por ela se apaixonou o 13º Conde de Vimioso. Este amor condenável satisfez as intrigas da corte e inspirou dramaturgos e poetas.

 

Há quem julgue triste a alma portuguesa, porque o Fado é geralmente triste, porém, supor que uma canção possa encerrar a psique de um povo é o mesmo que procurar, num copo de água, a imagem do mar.

 

Fadistas que se apresentaram: Carlos Bucinho, Ana de Carvalho, Fernando Souza e Marina da Rosa.

 

Acompanhantes: Guitarra – João Alberto e Viola – Carlos Lopes.

 

. dia 10/06/2006

 

Nosso destino, Sintra, saindo e retornando de Sete Rios pela Tranvia. Se for do seu interesse, nos siga em Nosso Roteiro em Sintra.

 

continua …