“A vida não é medida pelo número de vezes que respiramos,
mas pelos lugares e momentos capazes de tirar nosso fôlego.”
(anônimo)

 

Partimos de Milão (Itália), em 13/05/2009, de trem, TRENITALIA, saindo da Estação Centrale de Milão, com destino a Veneza (Itália), numa viagem de 2 horas e 5 minutos, passando pelas estações Brescia, Peschiera del Garda, Verona Porta Nuova, Vicenza, Padova, Venezia Mestre, chegando à Venezia Santa Lucia (Stazione Ferroviaria Venezia Santa Lucia).
Venezia Mestre, a estação anterior, fica na periferia da cidade, portanto, é bom estar atento!!!  A estação do desembarque se situa no ‘sestiere’ (bairro) de Cannaregio.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

“Sereníssima Repubblica di Venezia”,
romântica por excelência.
Stendhal, em 1817, louvou com ênfase a beleza
da “mais civilizada de todas as cidades”.

Seguindo à pé para o Hotel Zecchini, Rio Tera’ Lista di Spagna, 152, bem próximo da estação.

 

 

 

http://www.hotelzecchini.com/

 

“Venezia è più bella, vista da una Suite.”

 

Após nos acomodarmos, almoçamos numa trattoria próxima ao hotel, Trattoria Povoledo.

 

No caminho entre o hotel e a estação, a Ponte degli Scalzi, de onde parte o caminho para a Piazza San Marco, o coração de Veneza.
“Em Veneza, sê veneziano.”
A atual ponte foi construída em 1934 em substituição à ponte de ferro levantada pelos austríacos em 1858.

 

Atravessamos a ponte e caminhamos beirando o canal.

 

“O olho nesta cidade adquire a autonomia semelhante à de uma lágrima. A única diferença é que ele não se separa do corpo, mas o subordina totalmente. Depois de algum tempo – no terceiro ou no quarto dia – o corpo começa a se ver como o meio de transporte do olho, espécie de submarino, com seu periscópio ora dilatado, ora recolhido. Naturalmente, para todos os alvos, suas explosões são invariavelmente auto-infligidas: é o seu próprio coração, ou ainda sua cabeça, que afunda; o olho esbugalha até a superfície.” (Joseph Brodsky, poeta russo)

 

Em frente ao terminal central de trem, do outro lado do canal, a Chiesa di San Simeone Piccolo (Chiesa dei Santi Simeone e Giuda), construída em 1738, com sua cúpula verde, inspirada no Pantheon de Roma, com altíssimas e imponentes colunas.

 

Adentramos, então, o emaranhado de vielas, andando sem direção definida por um autêntico labirinto, conhecendo a Chiesa di San Simeone Grande (Parrocchia di San Simeone Profeta) e Chiesa di San Giacomo dall’Orio (século IX).

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Já tendo atravessado de volta, a Chiesa di Santa María in Nazaret-de los Scalzi, conhecida como Chiesa de los ‘Scalzi’. A construção do Convento e desta Igreja das Carmelitas Descalzos começaram em 1656 e na primeira metade do século XIX foi demolido o convento para construção da estação ferroviária. Esta igreja é um esplendido exemplar do barroco em Veneza.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Sobre Veneza

 

O povoamento da região teve origem por volta do ano 570, século VI d.C., quando populações vindas do norte da Itália, numa apressada fuga dos lombardos, optaram por sentar arraial nas ilhas da Laguna de Veneza.

 

200 anos depois, esta comunidade elegeu seu primeiro doge*, encontrando-se a cidade sob influência bizantina.

 

*doge, palavra vêneta do latim dux, comandante, denominação do chefe ou primeiro magistrado eleito das antigas repúblicas de Gênova e Veneza.

 

No século IX iniciou-se a construção da Basílica de São Marcos, patrono da cidade. A partir de então, começou a expansão da cidade como potente força comercial em toda aquela zona do Mediterrâneo.

 

Nos séculos seguintes, a cidade – que ganhou o nome de Sereníssima – teve participação ativa nas Cruzadas, ao mesmo tempo em que apoiava o Império Bizantino, tirando, obviamente, grandes benefícios comerciais.

 

Desde o século XIV, o nome Sereníssima ilustrava perfeitamente a atmosfera da cidade, que conheceu a paz interior, a serenidade. Sem revoluções sangrentas, sem repressões brutais, sem pilhagens por exércitos conquistadores, sem ditadores, sem habitantes apavorados. O emprego do termo no feminino era particularmente apropriado, porque os venezianos consideravam sua cidade uma mulher de grande beleza.

Entre 1140 e 1160, a cidade se tornou uma República.

No século XIII, utilizando toda sua influência, as autoridades venezianas conseguiram alterar o rumo da 4ª Cruzada, deslocando-a para Constantinopla, tomando o poder sobre a cidade e colocando lá um imperador italiano, ao mesmo tempo em que Veneza aproveitou para desenvolver sua base comercial na Ilha de Creta.

 

Mas, em 1261, com a ajuda dos genoveses, os bizantinos derrubaram o imperador, um primeiro baque na situação privilegiada de Veneza.

 

Em 1453, Constantinopla cai e com ela o Império Bizantino, passando a força dominante na região ao Império Turco-Otomano.

 

Com a descoberta do caminho marítimo para as Índias, Veneza perdeu influência no trafego comercial do Mediterrâneo.

 

Em meados do século XVI a cidade sofreu com a peste, que levou grande parte de seus habitantes.

 

No século seguinte, começou a perder também sua força e importância, entrando em declínio.

 

Em 1797, tomada por Napoleão Bonaparte, passou ao domínio da França e depois dos Habsburgos (Áustria).

 

Quase um século mais tarde, em 1866, foi anexada ao reino da Itália, constituído apenas cinco anos antes.

 

Com o chegar do século XX, industrializou-se e ao mesmo tempo ganhou reputação como destino turístico, vocação até então desconhecida.

 

Originalmente, a região era uma sequência de 118 ilhas junto ao Mar Adriático, que, conectadas por 150 canais e por cerca de 400 pontes, passaram a ter construções erguidas sobre as palafitas ‘plantadas’ nas partes mais rasas da laguna, o que fez com que permanecesse com sua pitoresca formação entre canais e impediu que a região crescesse, mantendo-se, desta forma, intacta.

 

Sem carros nem ruas, a vida se locomove em barcos, os ‘vaporetti’ e nas tradicionais gôndolas.

 

Andar a pé em Veneza exige boa dose de paciência e bom humor. As ruas mudam de nome, terminam de repente num canal, viram labirintos e somem num passe de mágica.

 

http://www.actv.it/ (transportes)
. dia 14/05/2009

 

Partimos em direção à Murano e Burano, deste modo, se for do seu interesse nos siga no respectivo roteiro.
De volta, jantamos no Bar – Ristorante – Pizzeria Pedrocchi, no Campo S. Geremia 278/A.
. dia 15/05/2009

 

O leão alado, símbolo de Veneza, pode ser visto em diversos monumentos.

 

Um leão alado, com a pata sobre um livro aberto, no qual se pode ler: ‘Pax tibi Marce evangelista meus’, palavras estas pronunciadas por um anjo que apareceu a São Marcos quando ele, em viagem com destino a Roma, se encontrava perto do atual bairro do Rialto.

 

Marcos pregava o Evangelho no Egito, morrendo em Alexandria, tendo sido enterrado pelos cristãos.

 

Por volta do ano 800, dois comerciantes venezianos raptaram o corpo para transportá-lo para Veneza. A posse do despojo teria reforçado o poder da cidade e a teria transformado em rival de Roma.

 

Escondida em meio à carne de porco, que impedia aos muçulmanos qualquer investigação, a preciosa relíquia chegou a Veneza em 829. Uma igreja que possui as relíquias de um santo gozava de certo prestígio. É assim que Veneza se torna célebre depois de Roma, que abrigava os despojos de São Pedro.

 

São Teodoro, então, perdeu seu título de protetor da cidade, sem, entretanto, cair no esquecimento. A estátua de São Teodoro sobre seu crocodilo é visível sobre uma das colunas da Piazzetta, pendente sob o Leão de São Marcos.

 

Por necessidade de unidade, atributos dos quatro Evangelistas foram escolhidos em referência a uma das primeiras frases de seus textos. Marcos, evocando João Batista, compara-o a uma voz clamando no deserto. Para os primeiros cristãos, semelhante ao rugido do leão, daí o atributo destinado. O leão traz asas, sem dúvida para evitar confundi-lo com o de São Jerônimo, mas também para unificar os símbolos dos evangelistas.

 

Neste dia, qualquer caminho que escolhessemos tinha um objetivo principal, atingir a Piazza San Marco, coração de Veneza.

 

Seguimos pela rua do hotel em que nos hospedamos, Rio Tera’ Lista di Spagna, até o Campo San Geremia, visitando a Chiesa dei Santi Geremia e Lucía, Cannaregio 335.

 

 

 

Lucía
Vergine di Siracusa
martire di Cristo
in questo templo riposa
all’Italia al mondo implori
luce e pace.

 

Santa Lúcia tem raízes pagãs e veio da cidade de Siracusa, na Sicília. Morreu como mártir em 304 d.C., depois de rejeitar um casamento arranjado e doar seu dote aos pobres. O ex-futuro marido, humilhado, difamou Lúcia, dizendo que ela era cristã. Colocaram-na no tronco para queimar, mas ela, misteriosamente, não pegou fogo. Então, a mataram com uma espada.

 

Nesta igreja está o Precioso Relicario de Santa Lucía‘: “El Cuerpo de Sta. Lucía, milagrosamente conservado intacto desde 13/12/304 hasta nuestros días, después de haber sido cedido a Constantinopla (1040) fue nuevamente traído a Italia durante la cuarta Cruzada. Desde hace más de siete siglos, Venecia lo guarda celosamente. En 1955, por expreso deseo del Patriarca Cardenal Roncalli (que luego sería Papa Juan XXIII), el rostro de la Santa fue cubierto con una artística máscara de plata.”

 

 

O glorioso San Geremia, nostro protettore e patrono, stendi la tua destra su di me, o amico dei tuoi fratelli, che innalzi molte preghiere per il popolo e la città santa di Cristo, la sua chiesa: Impetrami da Dio l’aiuto che ti chiedo …, la liberazione dal male, la salvezza dell’anima e il sollievo da ciò che mi angustia. O Dio, Padre nostro, concedici di aver parte alla vita eterna insieme alla Vergine Maria, a San Geremia, a Santa Lucía e a tutti i santi, e in Gesù Cristo tuo Figlio canteremo per sempre la tua gloria: Egli vive e regna nei secoli dei secoli. Amen.

 

O gloriosa Santa Lucía que a la profesion de la fe juntaste la gloria del martirio, consíguenos profesar abiertamente la verdad del Evangelio y seguir caminando fieles a las enseñanzas del Divino Salvador. O Virgen de Siracusa sé luz a nuestros ojos, modelo en toda acción nuestras, asì que habiendore imitado en esta tierra, podemos juntos a Ti gozar de la visiòn del Señor. Y asì sea.

 

Ainda no Campo San Geremia, o Palazzo Labia. Neste palácio, de 1750, se encontra o mais bonito salão de dança de Veneza. Antigamente, local de ostentação de famílias ricas, nele encontram-se os afrescos da história de Cleópatra, do artista Tiepolo, atual sede da RAI, rede de televisão italiana.

Atravessamos a Ponte delle Guglie, seguindo pela Rio Terra San Leonardo, chegando ao Campo dell’Anconeta.

Seguindo, então, pela Rio Terra Maddalena, pela Strada Nuova, chegando ao Campo S. Felice.

 

Continuando pela Strada Nuova até o Campo dei SS. Apostoli e daí seguindo pela Slz. San G. Crisostromo.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Chegando ao Campo San Bortolomio.

Uma lojinha pela qual me apaixonei, na San Marco 5547/A, exatamente próxima ao Campo San Bartolomio, foi a La Carta s.n.c. di Vianello Elio & C. Foi como se tivesse entrado numa papelaria da Idade Média. Indicada para os amantes da escrita, com papéis artesanais marmorizados (a carta marmorizzata) e derivações, como cadernetas, agendas, álbuns, que também podem ser encontradas na:

Il Papiro, Calle del Piovan, 2764, que confecciona papéis decorados desde 1976 e possui várias lojas espalhadas pela Itália, a mais tradicional delas na Via dei Tavolini, em Florença, que propicia ao público a demonstração do processo de marmorização das folhas, sua marca registrada. Primeiro, a tinta oleosa é misturada à água; depois, o artesão faz os desenhos característicos usando um pentinho fino; e só então o papel poroso é apoiado sobre a tinta, absorvendo as cores de um jeito nada cartesiano, o que garante que um desenho nunca seja totalmente igual ao outro. As folhas marmorizadas da Il Papiro são o perfeito suvenir chique ! É o que garante a Revista Vogue Explora.

Carteria Tassotti, Calle de la Bissa, 5472

Antica Legatoria Piazzesi, Campiello della Feltrina, 2511-c, datada de 1851, é a mais antiga papelaria da Itália. http://www.legatoriapiazzesi.it/

 

Magasins Alberto Valese, Salizzada San Samuele, 3135, Campo Santo Stefano, 3471 e Calle della Fenice, 1920.

Luna, Campo San Cassiano no Rialto.

Il Pavone, Fondamenta Venier, 721, Dorsoduro, perto do Museu Guggenheim.

Linda Gonzales, San Marco, 1854.

Seguindo pela Merceria; 2 Aprile; Calle San Salvador; M.S.Zulian e M. dell’Oro.

Após esta longa caminhada, contornando o Grande Canal, para enfim fazer uma constatação, antes de atingir a estonteante Piazza San Marco:

 

Veneza é uma cidade de proporções medievais,
que segue idêntica ao que era no século XV.

San Marco é o núcleo da cidade desde a sua fundação. Exatamente na Piazza San Marco os fundadores da cidade se estabeleceram, construindo o Palácio Ducal, fortaleza da cidade, e a Basílica de San Marco.

 

 

 

A Piazza San Marco é a única da cidade que merece o nome de ‘Piazza’, as outras praças de Veneza se chamam ‘campi’ (campo). É, sem dúvida alguma, o espaço público mais importante de Veneza, onde se celebram as festas mais importantes da cidade.
A Piazza San Marco é a ‘Sala de visitas da Europa‘, como a chamou Napoleão Bonaparte, quando invadiu a Itália no fim do século XVIII e pôs fim à República de Veneza.
A praça tem seus bichos de estimação: pombos (palomas), que não se sabe ao certo de onde vieram, e que se tornaram parte do cenário do filme ‘Os pássaros’ de Alfred Hitchcock. Recentemente, a Prefeitura proibiu a venda de milho na praça e o número de pombos caiu significativamente.
No domingo se tem boas chances de assistir a um ‘Corso’, desfile carnavalesco de grupos folclóricos de comunidades italianas e até vindos da África, com suas roupas de época coloridas, bandas barulhentas e alguns instrumentos curiosos, como apitos acoplados a galhos de madeira que imitam saxofones, trompetes e outros metais. Muito alegre.

Tida por muitos como ‘a mais bonita do mundo‘, a praça é o centro da vida veneziana, onde estão as atrações mais concorridas da cidade, a grande maioria dos prédios públicos, assim como duas das edificações mais belas e importantes: a Basílica di San Marco e o Palazzo Ducale.

 

A praça, que data do século IX, nessa época ficava em uma ilha chamada ‘Morso‘, e para onde confluíam as principais vias de água. Por ela passava o Rio Batario que a dividia em dois: de um lado estavam a Basílica de San Marcos e a Igreja de San Teodoro; do outro, a Igreja de San Geminiano e o Convento de San Zaccaria; estando o Palacio Ducal separado da praça por um canal.

 

No século XII, por decisão do doge Segastiano Ziani, para celebrar a visita do Papa Alejandro III e do Imperador Barbaroja, a praça foi reformada: o Rio Batario foi aterrado; ao redor do Palácio Ducal se construiu uma praça, onde se ergueram as colunas de São Marcos e San Teodoro, patronos protetores da cidade; a Igreja de San Geminiano foi demolida e reconstruída na parte contrária e começaram a construção das “Vecchie Procuratie“.

 

Nos séculos XIV e XV, modificaram o Palacio Ducal e a Basílica, respeitando o novo gosto pelo estilo gótico; construiu-se a Torre del Reloj e modificaram as “Vecchie Procuratie“.

 

No século XVI, Jacopo Sansovino e depois Scamozzi construíram a Libreria Vecchia, que atualmente abriga a Biblioteca Marciana, a Loggetta, ao pé do Campanile, e as Procuradorias Nuevas.

 

Os cafés abriram a partir de 1683, contribuindo para que a praça se tornasse ainda mais especial. O Quadri (Ristorante Gran Caffè Quadri) de 1638; o Florian Tea-Room (Caffé Florian), de 1720 e o Lavena, de 1750, são cafés do século XVIII, que seguem abertos e oferecem como plus a apresentação de uma mini-orquestra.

 

Nossa escolha recaiu sobre o Quadri, onde repusemos nossas energias.

 

 

 

 

 

 

A Basílica di San Marco, também conhecida como Chiesa d’Oro (Igreja de Ouro), a maior e mais rica entre as igrejas da cidade.

 

A igreja original foi construída como uma capela privativa para o doge e um relicário para os restos de San Marco em 830.

 

A grande estrutura que se vê atualmente, data do século XI e sua arquitetura mescla elementos do Ocidente e do Oriente, sendo a terceira igreja neste mesmo local. A primeira construção tomou por modelo a Basílica dos Doze Apóstolos de Constantinopla e foi destruída no ano de 976 por um incêndio. Foi, então, construída uma segunda igreja, que em 1063 foi demolida e substituída por uma terceira, respeitando o modelo das basílicas da antiga cidade imperial de Bizâncio (dos Santos Apóstolos e Santa Sofia). Tornando-se uma catedral em 1807.

 

Nela permancem guardados os restos de São Marcos, num sarcófago situado sob o altar-mor. O corpo de São Marcos teria sumido no incêndio de 976 d.C. e reaparecido quando a nova igreja foi consagrada em 1904.

 

A partir de 1075, os navios que voltavam do exterior eram obrigados por lei a trazer um presente precioso para enfeitar a ‘casa de São Marcos‘.

 

Concebido sobre o plano de uma cruz grega, a basílica é cortada por cinco cúpulas/domos (entre elas a da Ascensão e de Pentecostes), uma no centro e uma sobre cada ala. A de Pentecostes mostra a vinda do Espírito Santo como uma pomba. Os cinco grandes portais que lhes correspondem são ricamente decorados por esculturas e mosaicos. A principal arcada mostra a translação do corpo de São Marcos para a igreja, único que pertence à decoração original da fachada e réplicas dos cavalos de bronze roubados do Hipódromo (antiga pista de corrida de cavalos) de Constantinopla (atual Istambul), durante as Cruzadas (os cavalos originais estão no Museu Marciano, dentro do templo), mas sua origem romana ou helênica, continua a ser um mistério. De origem grega (séculos IV ou III a.C.) ou latina (século IV d.C.), os cavalos eram de tal forma associados a Veneza, que Napoleão mandou retirá-los para levá-los a Paris, quando conquistou a cidade.

Do lado direito da entrada da basílica, um grupo escultural de quatro personagens abraçados, conhecidos como Tetrarcas, de porfiro vermelho, de origem cristã (século IV), que supõe-se que representem os imperadores Diocleciano, Maximiano, Valeriano e Constantino, nomeados por Diocleciano para ajudá-lo a governar o Império Romano. Ultrapassando o portal central, as esculturas representam alegorias dos ofícios venezianos tradicionais, a porta de bronze com a cabeça de leão data do século XI e é de inspiração bizantina. Pelo portal principal, penetra-se no átrio, cujos mosaicos das cúpulas ilustram cenas do Antigo Testamento. As mais antigas são as da cúpula da Criação, à direita. Sua superfície interior, coberta por 2.800 m² de mosaicos, estendidos sobre um leito de folhas de ouro, a maior parte feita entre os séculos XI e XIII e um baldacchino (dossel sobre o altar) com colunas de alabastro, conta, ainda, com o Tesouro da Basílica, peças trazidas de Constantinopla em 1204. Sem falar do Pala d’Oro, um grande retábulo, em que artesãos usaram e abusaram de ouro maciço e pedras preciosas para recontar cenas bíblicas. Encomendado em Bizâncio pelo doge Pietro Orseolo, sua execução começou no século X e durou cerca de 400 anos. Esmaltes vindos de pilhagem de Constantinopla foram acrescentados depois de 1204; outros acréscimos completaram o retábulo em 1345. O Tesouro, que leva para fora do transepto sul, possui uma das mais ricas coleções de obras de arte bizantina. O Batistério abriga o túmulo do doge Andréa Dandolo (morto em 1354) e principlamente belos mosaicos destacando a célebre ‘Dança de Salomé‘.

 

Uma escadaria leva ao Museu Marciano e ao terraço, que oferece uma magnífica vista da praça.

 

de 2ª feira à sábado, das 9:45 às 17 horas

aos domingos das 14 às 16 horas

 

As luzes da Basílica bizantina se acendem entre 11:30 e 12:30 horas, durante a semana, nos sábados à tarde e nos domingos durante todo o dia. Neste horário, suas abóbadas douradas reluzem ainda mais.

http://www.basilicasanmarco.it/

 

Campanile di San Marco (Campanário) é ao mesmo tempo o mais antigo e o mais recente dos grandes edifícios da cidade. O mais antigo, porque sua construção começou no século IX sobre fundações romanas, só tomando sua forma final entre os anos de 1511 e 1514. E o mais recente, porque esta torre desmoronou em 1902, tendo sido reconstruída exatamente como a original, ‘dov’era e com’era’ (onde era e como era). Com 99 metros de altura, foi concluída em 1912. Quatro dos cinco sinos, cada um deles anunciava uma atividade diferente do dia*, que haviam quebrado, foram refundidos, presente do Papa Pio X. Na queda, foi esmagada a Loggetta, muito habilmente restaurada, fragmento por fragmento. A primeira torre teria sido construída para ser um farol e ajudar os navegadores da laguna. Assumiu, contudo, papel bem diferente na Idade Média, quando infratores eram aprisionados e às vezes abandonados à morte em uma gaiola pendurada perto de seu topo. Do alto da torre, a vista da cidade é extraordinária.
* ‘Marangona’, o maior, tocava quando começava e terminava a jornada de trabalho; ‘Malefico’, o menor, anunciava as condenações a morte; ‘Nona’, tocava às 9 horas; ‘Trottiera’, tocava para chamar os membros do ‘Maggior Consiglio’ e ‘Mezza Terza’, anunciava sessão do Senado.

 

Formando o imponente conjunto da Piazza San Marco, além da Basílica di San Marco e da Torre do Campanário:

 

a Torre dell’Orologio, obra iniciada em 1496. Em cima do arco se pode admirar um enorme relógio esmaltado de azul e dourado, que marca as horas, as fases da lua e as fases zodiacais. No ponto mais alto da torre duas esculturas de mouros vestidos com pele de carneiro, em bronze, que a cada duas horas ‘batem’ as horas. Diz a lenda que, quando o relógio foi concluído, os dois inventores do complexo mecanismo tiveram seus olhos arrancados para que não o copiassem.

 

 

e, ainda, os museus Correr, Arqueológico Nacional, as salas monumentais da Biblioteca Nacional Marciana e o  Musei Civici Veneziani.

 

Ao lado da Basílica o Palazzo Ducale, Palácio dos Doges, onde eram coroados os doges, governantes da cidade, e que também serviu como escritório para vários órgãos do governo da época.

Do ano 804 ao ano de 1554, 66 doges governaram Veneza.

 

Terceiro edifício construído neste mesmo local. O primeiro, construído no século IX, era um verdadeiro castelo forte, com planta quadrada, com altas muralhas de defesa, uma ponte levadiça, da qual nada mais resta. Reformado entre os séculos XIV e XV, quando passou a ter a aparência que exibe atualmente. É impressionante tanto por fora como por dentro.

 

Dois grandes incêndios devastaram o edifício, em 1574 e 1577, o que significa que a decoração interior é posterior ao século XVI.

 

O palácio possui duas fachadas, uma voltada para a laguna e outra abrindo-se sobre a Piazzetta. Atenção aos detalhes da Porta della Carta, do século XV, onde eram afixados os decretos. A estátua que dela pende, que representa o doge ajoelhado diante do Leão de Veneza, é uma cópia do século XIX, uma vez que a original foi destruída por Napoleão. Passando sob o Arco Foscari, verdadeiro arco do triunfo, cercado de estátuas, se alcança o pátio interno. O corpo principal da construção, de mármore rosado trazido de Verona, foi erguido sobre um rendilhado de arcadas de pedra e um pórtico suportado por colunas. Todas as salas do Ducale ficam em volta de um belo jardim central, onde há uma linda escadaria do século XV (Scala dei Giganti) enfeitada por estátuas de Netuno e de Marte. No topo desta escadaria, o novo doge era coroado com a ‘zogia‘, o barrete ducal.

 

Durante séculos era o único edifício de Veneza considerado palácio, todos os demais eram conhecidos como ‘Ca‘, abreviação de casa.

 

É possível visitar a Sala do Grande Conselho (Maggior Consiglio), onde os cidadãos se reuniam para eleger os doges e decidir as diretrizes de governo, chegando a reunir em torno de 2 mil integrantes, ricamente ornamentada com pinturas, como Paradiso (inspirada no Paraíso de Dante), de Tintoretto, medindo 7,45 m x 24,65 m, uma das maiores pinturas do mundo; a do Conselho dos Dez; a do Senado e a Sala do Collegio, onde o doge recebia embaixadores e que guarda 11 telas de Veronese. Da varanda da Sala do Grande Conselho pode-se admirar a Bacia de São Marcos. Na Sala della Bussola, os infratores aguardavam sua sentença perante o Conselho dos Dez. A ‘bocca di leone‘ (boca de leão) da sala era usada para fazer denúncias secretas.

 

Nele há, também, um extenso labirinto interno, com direito a um caminho que leva a Câmara de Tortura e uma prisão de onde fugiu o famoso aventureiro e conquistador Casanova*, em 1755, por um buraco no teto.

 

Na realidade, a prisão fica num outro prédio, acessada de dentro do palazzo pela Ponte dos Suspiros (Ponte dei Sospiri). Construída em 1600, embora o nome a princípio possa inspirar certo ar de romantismo, de romântico não tem nada. O nome é este porque das janelas gradeadas da ponte, os prisioneiros viam a cidade pela última vez e certamente suspiravam, antes de serem jogados na úmida e fria prisão.

* foi condenado a cinco anos de prisão por crime contra o Estado: havia convencido dois jovens nobres a se tornarem franco-maçons.

 

diariamente, de abril a outubro, das 9 às 19 horas

 

e de novembro a março, das 9 às 17 horas

 

 

Nos arredores, há, ainda, o Museo Correr, com um acervo que reúne valiosos quadros e esculturas de artistas venezianos como Canova e a família Bellini, além de mapas, moedas, louças, armas e armaduras que contam a história da República de Veneza, além, de lojas das mais fantásticas grifes e das que vendem as coloridas peças de cristal de Murano.

 

Biblioteca Marciana, biblioteca da cidade, à qual se tem acesso pelo Museu Correr.

 

Passando pelos Giardini Ex Reali, pela Capitaneria di Porto, atingindo a Fondamenta delle Farine, entrando na Calle Vallaresso, 1323, para encontrar outro símbolo de Veneza, o Harry’s Bar. Data de 1931, tendo por lá passado Ernest Hemingway, Pablo Picasso, Winston Churchill, Aristóteles Onassis, Sophia Loren e Maria Callas, entre outros. Experimentamos uma deliciosa invenção desse bar, o coquetel Bellini, uma homenagem ao pintor renascentista veneziano Giovanni Bellini, mistura de polpa de pêssego com ‘prosecco di Conegliano’.

 

Chiesa di San Zulian, na M. S. Zulian, já fazendo o caminho de volta para o hotel.

 

Chiesa di S. Giovanni Crisostomo, Santuario da Madonna delle Grazie, na SLZ San G. Crisostomo.

 

Uma pizza formaggi na Trattoria Povoledo.

 

. dia 16/05/2009

 

Atravessamos a Ponte degli Scalzi e caminhamos margeando o Canal, pela Fondamenta San Simeon Piccolo, pela Fondamenta D. Croce, contornando o Giardino Papadopoli, em frente a Piazzale Roma, onde ficam os pontos de taxi e de ônibus.

Seguimos caminhando até o Campo dei Tolentini, fazendo uma visita à Chiesa di San Nicola da Tolentino.

 

 

 

 

 

 

 

Nossa caminhada seguiu pelas Calles Amai, Sacchere, Chiovere, até os Campos San Rocco e del Frari, para visitar a Chiesa di Santa Maria Gloriosa dei Frari, a Chiese di San Rocco e a Scuola Grande di San Rocco.

 

 

 

No Campo San Rocco, a Chiesa di San Rocco, construída entre 1478 e 1494, onde descansam as relíquias de São Roque. A fachada atual, parecida com a da Scuola Grande di San Rocco, data de 1765-1771, apresentando vários estilos arquitetônicos. No interior da igreja pinturas de Tintoretto retratam a vida de São Roque: ‘Anunciação‘, ‘São Roque apresentado ao Papa‘, ‘São Roque levado prisioneiro‘, ‘A piscina de Bethesda‘, ‘São Roque curando as vítimas da praga‘, ‘São Roque reconfortado por um anjo‘, ‘São Roque na solidão‘ e ‘São Roque curando os animais‘, além de ‘São Cristóvão e São Martinho a cavalo‘, por Pordenone.
No mesmo Campo San Rocco, a Scuola Grande di San Rocco, uma referência a São Roque, padroeiro das doenças contagiosas, surgiu em 1515, concluída 34 anos depois por Scarpagnino, inicialmente como uma instituição de caridade. Décadas depois, Tintoretto, que nasceu em Veneza, foi contratado para decorar as paredes e os tetos do lugar com mais de 50 pinturas, entre elas, a Crucificação (1565), que cobre uma parede inteira da ‘Sala dell’Albergo; a Glória de São Roque; Cristo diante de Pilatos; a ‘Anunciação e a Ascenção, e as obras do piso térreo, que contam episódios da vida da Virgem Maria e que foram realizadas entre 1583 e 1587, quando Tintoretto já tinha mais de 60 anos de idade.

 

Pertinho da Scuola, a imensa e singela Basilica Santa Maria Gloriosa dei Frari, no Campo dei Frari, é um deslumbre. Mais conhecida como Frari, uma derivação de ‘frati’ ou irmãos. Começaram a construí-la os frades franciscanos em 1250, contudo, foi demolida e substituída pela construção que se vê hoje, do século XV. Com seu campanário de 83 m de altura, segundo mais alto da cidade, depois do de San Marco, e obras-primas de mestres como Giovanni Bellini, Donatello, do escultor Antônio Canova e de Tiziano (que aí se encontra enterrado), autor das peças Assunção da Virgem (1518) e Madonna di Ca’Pesaro (1526), que decora o altar-mor. Nela encontram-se uma estátua de mármore de São João Batista feita por Sansovino e outra de madeira (1450), única obra de Donatello em Veneza. O templo, em forma de cruz, disputa com a enorme Santi Giovanni e Paolo, onde está o Pantheon de Veneza, monumento funerário de 25 doges, o título de mais bela igreja gótica da cidade e abriga o arquivo estatal. A seu lado, um monastério, construído ao redor dos claustros da Santíssima Trindade e de Santo Agostinho.
aberta das 9 às 18 horas de 2ª feira à sábado

 

e das 15 às 18 horas, aos domingos e feriados

 

Seguimos pelas Calles Frari, Rio Terra, Saloneri, Salizz, San Polo, chegando, então, ao Campo San Polo, onde fica a Chiesa di San Polo, construída no século IX e restaurada nos séculos XV e XIX, guarda as 14 pinturas da Via Crucis de Giandomenico Tiepolo. A igreja possui também pinturas de Veronese, Palma il Giovane (o Moço) e uma linda Última Ceia de Tintoretto. Destacam-se, ainda, o belo portal gótico e o campanário do século XIV com dois leões românicos na base, um segurando uma serpente e outro uma cabeça humana.

Percorremos a Calle Madonnetta, passando pelo Campo Meloni, continuando pela Calle di Miezzo até o Campo San Aponal, com uma visitinha à Chiesa di San Aponal.

 

Seguindo pelas Calles D’Olio, Ruga Vecchia S. Giovanni e Ruga di Orefici, chegando à Ponte di Rialto, uma prova incontestável do quanto a cidade é imune ao tempo.

 

 

 

 

Projetada por Antonio da Ponte, a mais antiga estrutura que cruza o Grande Canal.

 

Um dos participantes/perdedores do concurso para construir esta ponte foi ninguém menos que Michelangelo, acreditam ???

 

Erguida entre 1588 e 1591, em substituição a uma ponte de madeira, esta ponte de pedra é um marco da arquitetura renascentista, com um único arco de 28 m, elevando-se a uma altura de 7,5 m, um dos cenários prediletos de cineastas, pintores e poetas.

 

 

 

Até 1854, antes de se construir a Ponte da Academia, esta era a única ponte pela qual se podia cruzar o Grande Canal a pé.

 

Em frente à Ponte de Rialto, o Grand Hotel, conhecido mundialmente por hospedar estrelas de cinema e não apenas na época do prestigiado Festival Internacional de Cinema de Veneza (ago./set.).

 

A região do Rialto (margem alta) vive do comércio há cerca de mil anos. Há boas e caras lojas que vendem relógios, jóias, esculturas, trabalhos com madeira e roupas, entre outros itens, e dúzias de barracas ao ar livre, onde são encontradas camisetas máscaras de carnaval, gravatas de seda italiana, peças de cristal de Murano (mais grosseiras) e toda sorte de souvenires.

 

Aproveitamos para almoçar no ‘Antico Caffè Ristorante Al Buso‘, onde se escolhe o peixe, que é pesado para se chegar ao preço do prato.

Após um delicioso almoço, retornamos a Piazza San Marco e à Basilica di San Marco para visitar a Terraza e o Museu.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Nosso retorno ao hotel se deu refazendo o caminho da vinda, com uma parada no Atelier Marega Machere e Costumi, no Campo San Rocco, 3046/a.

 

 

As máscaras de Carnaval, item com mil anos de tradição, também podem ser encontradas:

 

 

no Ca’Macana, Calle delle Botteghe, 3172, Dorsoduro, que produziu as que aparecem na célebre cena de orgia do filme ‘De Olhos Bem Fechados’, de Stanley Kubrick. http://www.camacana.com/

 

No mesmo ‘sestiere’ (bairro), Mondonovo, Rio Terrà Canal, 3063, que oferece uma variedade de máscaras, bastante inspiradas na ‘commedia dell’arte’.

 

E,ainda, na La Bottega dei Mascareri, San Polo, 80, onde se encontram algumas das mais bonitas.

 

Curiosidade: o tricórnio é uma longa máscara, ornada de um bico, usado antigamente pelos médicos, quando das epidemias de peste.

. dia 17/05/2009

 

Mais uma vez, atravessamos a Ponte degli Scalzi e caminhamos margeando o Canal, pela Fondamenta San Simeon Piccolo, pela Fondamenta D. Croce, contornando o Giardino Papadopoli, desta vez, atravessando a ponte para a Piazzale Roma, onde ficam os pontos de taxi e de ônibus, indo até a Campazzo Tre Ponti e seguindo pelas Fondamentas Tre Ponti, Pagan, Cazziola e Calle del Forno, chegando ao Campo Santa Margherita.

 

O Campo Santa Margherita é o centro do ‘sestiere’ Dorsoduro (coluna dura), assim chamado pela dureza e elevação de seu solo, região preferida dos estrangeiros para viver, o maior espaço aberto desta parte de Veneza.
Seguimos, então, pela Calle Rio Terrà Canal, passando pelo Campo San Barnaba, acessando a Calle del Lotto, Fondamenta Toletta, Calles Toletta, Contarini e Corri, chegando ao Campo Carità, onde fica a Ponte dell’Accademia, à qual voltaríamos e atravessaríamos.
No Campo Carità fica a Gallerie dell’Accademia, que funciona nestas mesmas instalações desde 1807, transferida por Napoleão Bonaparte. Ocupa três edifícios antigamente religiosos: um convento fundado em 1134, dos Cônegos de Latrão; a Igreja de Santa Maria della Carità, do século XII e a escola homônima, Scuola della Carità, do ano de 1260. Conta com cinco séculos de arte veneziana, com quadros de Paolo e Lorenzo Veneziano, Michele Giambono, Giovanni Bellini*, do século XV; Tiziano**, Veronese**, Tintoretto**, do século XVI; Tiepolo, Piazzetta e Longhi, dos séculos XVII e XVIII; caderno de esboços de Canaletto; entre outros pintores.
* Os Bellini, Jacopo, o pai (1400-1470), Gentille (1429-1507) e Giovanni (1430-1516), os filhos – notável dinastia de artistas.

 

** Tiziano, Tintoretto e Veronese, três nomes que resumem a pintura veneziana no apogeu da Renascença. Tiziano Vecellio, chamado Ticiano, tornou-se o pintor oficial da Sereníssima, encarregado especialmente de pintar os diferentes doges que se sucederam. Paolo Caliari, conhecido pelo nome de Vernoese (pois nascido em Verona), executou uma série de Ceias grandiosas para os refeitórios dos conventos venezianos.

 

às 2ª feira, das 8:15 às 14 horas

 

de 3ª feira à domingo, das 8:15 às 19:15 horas

 

 

Neste momento, apenas passamos pela Ponte dell’Academia, seguindo pelas Calles San Agnese, P. Forner, della Chiesa, para chegar à Fondamenta Vernier, Calles San Cristoforo, Bastion e Mori, para visitar a ex Chiesa San Gregorio e, em seguida, a Basílica de Santa Maria della Salute, no Campo della Salutes, construída sobre uma plataform elevada que repousa sobre mais de um milhão de pilotis, estreitamente apertados uns contra os outros.

Construída entre 1630 e 1687, como ex-voto* dos habitantes venezianos, em decorrência da peste que, em 1630, dizimou a população.

 

Foi comparada pelo escritor norte-americano Henry James a ‘uma grande dama na entrada do salão de sua casa’.

Sua nave octogonal simboliza a estrela de Maria e a imensa cúpula representa sua coroa.

 

Sobre o altar uma Virgem com o menino, proveniente de Creta, simbolizando a Saúde e defendendo Veneza da peste.

 

À esquerda do altar, São Marcos reinando cercado de santos.

 

No teto, três obras de Tiziano: ‘Morte de Abel‘, ‘Sacrifício de Abraham‘ e ‘David e Golias‘, cenas violentas do Antigo Testamento, pintadas com extremo realismo.

 

Nas capelas laterais telas de Luca Giordano e a ‘Descida do Espírito Santo‘ de Tiziano (1555).

 

Na Sacristia, ‘São Marcos no trono, com os santos Cosme, Damião, Sebastião e Roque‘ e ‘As Bodas de Caná‘.

 

A ‘Festa della Madonna della Salute‘ acontece em 21 de novembro, juntamente com a ‘Festa dello Redentore‘, uma das celebrações religiosas mais tradicionais de Veneza.
aos domingos, às 16 horas, há apresentações gratuitas de órgão.

 

das 9 às 12 horas e das 15 às 17:30 horas

 

* ex-voto, do latim, por força de uma promessa, de um voto. Pode ser um quadro, pintura ou objeto a que se conferiu uma intenção votiva, ou seja, religiosa. Ou ainda placas com inscrições, figuras esculpidas em madeira ou cera, muitas vezes representando partes do corpo que estavam adoecidas e foram curadas. Colocados numa igreja ou capela para pagamento de promessa ou agradecimento pela graça alcançada.

 

 

 

 

 

 

 

Retornamos ao Campo Carità para, desta feita, atravessar a Ponte dell’Accademia, que a princípio era de ferro, construída em 1854 pelos austríacos, mas como era muito baixa para permitir a passagem dos vaporettos, foi substituída por uma de madeira em 1932, que por sua vez foi substituída em 1985, pela que se vê atualmente.

Caminhamos até o Campo San Vidal, onde visitamos a Chiesa di San Vidal, na verdade, transformada numa belíssima sala de ‘Concerti’.

 

Seguindo em direção ao Campo San Stefano, visitando a Chiesa di San Stefano, desconsagrada seis vezes devido ao sangue derramado em seu interior, hoje um local sereno e uma das mais belas igrejas de Veneza.

Pelas Calles San Stefano e Frati até o Campo San Angelo, onde fica o Oratorio dell’Annunciata.

 

Pelas Calles Speziér, Mandola e Cortsia até o Campo San Manin.

 

Pela SLZ. San Paternian até o Campo San Luca.

 

Pela Calle dei Fabbri até, mais uma vez, a Piazza San Marco, visitando o Campanário da Basílica di San Marco e o Palazzo Ducale.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Saímos da Piazza San Marco pela Calle 2, seguindo a Strada San Moisè até o Campo San Moisè, onde visitamos Chiesa di San Moisè, erguida em finais do século VIII, incialmente dedicada a San Vittor e depois, então, a San Moisè; reedificada em 1520, novamente em 1632 e pela última vez em 1668. Paróquia desde o século XII, foi suprimida, em 1808, em decorrência da reforma napoleônica e reconstruída em 1967. Destaque para um grande quadro de Nicolò Bambini, século XVIII, que representa ‘Mosè che fa scaturire l’acqua dalla roccia’ (Moisés fazenda agua jorrar da rocha).

 

O Dio,
che per mezzo di Mosè hai liberato il tuo popolo dalla terra di schiavitù,
e gli hai consegnato la tua santa legge,
spezza le catene che ci tengono schiavi del peccato,
perché possiamo aderire in libertà di spirito
al comandamento nuovo dell’amore.
Per Cristo nostro Signore.
Amen.

 

Prosseguimos pela Calle Larga 22 Marzo e Calle di Ostreghe, atingindo o Campo San Marina Zobenigo, onde está a Calle di Piovan um dos endereços da Il Papiro, paradinha inevitável nesta papelaria, que já havíamos mencionado anteriormente, e onde compramos duas unidades de um mapa que auxilia montar uma árvore genealógica, muitíssimo interessante e facilitador para que eu possa vir a montar nossa árvore genealógica, outro assunto pelo qual tenho grande atração.

 

‘Le carte marmorizzate sono decorate a mano con il metodo ‘a bagno’ del XVII secolo, gli oggetti ed i libri sono anch’essi eseguiti a mano usando le carte da noi realizzate ed i materiali tradizionali migliori (pelle, pergamena, tela, etc.).

 

Le carte da lettere ed i biglietti sono da noi creati e stampati con il massimo della cura, con tecniche di tipografia, litografia e rilievo con incisione e stampa a mano su carta filigranata e cartoncino di altissima qualità.’

 

Passando pelo Campo San Maurizio, seguindo pela Calle Spezièr, chegando ao Campo San Stefano, pelo qual havíamos passado na nossa ida para a Piazza San Marco.

 

Próximo ao Campo San Stefano, a Calle Bottegh, onde fomos à Ca’Macana, Maschere per il Teatro, il Carnevale e l’Arredamento, também já citada anteriormente e onde comprei o livro ‘Maschere Veneziane e della Commedia dell’Arte‘. http://www.camacana.com/

 

Daí para frente, nosso itinerário de volta ao hotel reproduziu o de ida, diferenciando-se apenas por uma pizza no Caffè Ristorante Roma.

 

 

 

 

. dia 18/05/2009

Um carroceiro pegou nossas malas no hotel, levando-as de barco, até a Piazzale Roma, onde tomamos um táxi até o Aeroporto Marco Polo para embarcamos para Paris e, na sequência, para o Rio de Janeiro.

 

Ainda sobre Veneza …
Sempre que o nível do Mar Adriático sobe mais de 90 cm, ruas e praças da cidade são invadidas por água salgada.

 

Erguida sobre um grupo de ilhas pantanosas, no século V, e atravessada por canais, a cidade inteira sofre com enchentes periódicas, causadas por marés altas (‘acqua alta’).

 

Alguns canais ficam tão cheios que os barcos têm que mudar suas rotas para não bater nas pontes.

 

O fenômeno ocorre, principalmente, de outubro a março e a Praça San Marco, de frente para a laguna, é um dos primeiros lugares a alagar.

 

Sem contar que as águas salgadas do Mar Adriático corroem as fundações dos palácios e igrejas.

 

A cidade afundava em média 7 cm por século, desde 1900 já afundou 23 cm. Contudo, um par de galochas resolve o problema e por isso, assim que a maré de outuno/inverno começa a subir, soam as sirenes para que as pessoas dêem meia-volta, antes de a água alvançá-las, assim como logo aparecem os vendedores de galocha. Além disso, a prefeitura organiza os caminhos com estrados.

 

No início do mês de dezembro/2008, o mar subiu 105 cm acima de seu nível normal, o nível mais alto dos últimos 30 anos, até então.

 

Vários sites informam o movimento das marés em Veneza, entre eles:

 

 

 

Há, o passeio de gôndola !

 

Guiada por condutores trajando típicas camisas listradas e chapéus com fitas coloridas, às vezes cantando ópera, é o primeiro tour que vem à cabeça, afinal a gôndola é uma embarcação típica da Lagoa de Veneza.

 

Com sua forma de lua crescente, as gôndolas deslizam pelos canais de Veneza desde o século XI.
Pouco se sabe da origem do design das gôndolas, tradicionalmente de um negro brilhante. Sua cor preta, entretanto, decorre de um decreto de 1562, que visou impedir que as pessoas demonstrassem riqueza e poder por meio de pinturas na embarcação.

 

Ao longo da sua evolução, aliando objetivos estéticos e de navegabilidade, as gôndolas se tornaram uma embarcação única em todo o mundo.

 

Diz-se que sua forma se inspira na cornucópia (corno mitológico, que simbolizava a abundância) dos doges que governaram Veneza, símbolo, portanto, de fortuna e abundância.

 

Os seis dentes que surgem na proa referem-se aos bairros em que está dividida a cidade, da mesma forma que o dente que aponto em direção da popa representa a ilha de Giudecca, a mais próxima do coração de Veneza.
Um dos grandes pontos de partida oficial é próximo a Piazzale Roma.

 

Percorre-se canais onde o ‘vaporetto’ não chega, pequenas vielas aquáticas muito românticas.

 

Em 26/06/2009, Giorgia Boscolo se tornou a primeira gondoleira mulher certificada na cidade italiana de Veneza. Primeira gondoleira em mais de 900 anos desta tradição, herdou a profissão de seu pai, também gondoleiro.

 

 

Grande Canal, Canalasso, em veneziano
e Canal Grande, em italiano,
‘a rua mais bela do mundo’ (Carlos VIII).

 

Entre todos os canais, o mais famoso é o Grande Canal, com seus quatro km de extensão e profundidade média de 5 m, cortando a maior parte da cidade, a partir da laguna, perto da estação de trens, para fazer uma curva em formato de ‘S’ pelos distritos centrais, ‘sestiere’*, terminando junto à basílica barroca de Santa Maria della Salute (Santa Maria da Saúde), no Campo della Salute, próximo à Piazza San Marco.

 

Desde os dias da fundação do Império, o Grande Canal atuou como principal via de comunicação da cidade. Usado, antigamente, para travessia das grandes galeras que faziam comércio, abrindo caminho pomposamente até a Ponte do Rialto, vive hoje repleto de ‘vaporettos’, lanchas, balsas e gôndolas.

 

Entretanto, os relances de seu glorioso passado nunca estão distantes demais. O desfile de palácios que ladeiam a sinuosa via marítima, construídos durante um período de cerca de 500 anos, apresenta algumas das obras arquitetônicas mais refinadas da República. Historicamente, é como uma lista de chamada de antiga aristocracia veneziana, já que cada palácio tem o nome de uma nobre família de outrora.

 

Estes palácios possuem todos duas entradas, uma do lado da terra e outra que se abre diretamente sobre o Canal. Aí se encontra um píer, dotado de estaca ou poste de amarração, para prender as gôndolas.

 

A luminosidade dos afrescos (técnica de pintura aplicada em paredes e tetos) pode ter se embaçado, preciosos mármores podem ter se desgastado e seus alicerces podem ter sido fragilizados pelas marés, mas o Grande Canal é, ainda, para citar Carlos VIII, ‘a rua mais bela do mundo’.

 

A área que ladeia a Ponte do Rialto* é o quarteirão mais antigo e mais movimentado da cidade. Tradicionalmente, um centro de comércio, o canal ainda é orlado, ao sul da ponte, por ancoradouros repletos de embarcações e coloridos mercados de gêneros alimentícios.

 

* rialto, deriva dos termos rivo alto, alta margem

 

Navegando pela famosa ‘La Volta’, esplêndida curva que há muitos anos era a reta de chegada da Regata Storica anual.

 

O trecho localizado ao sul, que se alrga após a Accademia é ladeado por um variado desfile de ricos palácios.

 

Próximo à boca do canal, eleva-se a magnífica Igreja de Santa Maria della Salute e, além, a movimentada Bacia de São Marcos.

 

* sestieri – bairros de Veneza: o coração da cidade é San Marco. Para leste está Castello, bairro dos negócios e residências. Para o sul, o boêmio-chique Dorsoduro, com seus muitos tesouros artísticos. Ao norte, o tranquilo Cannaregio, com igrejas fora do circuito turístico e bem na lagoa, Santa Croce e San Polo, com inúmeros monumentos e lugares ideais ara uma caminhada.

 

– de olho na margem esquerda:

 

. passando pela Ponde degli Scalzi, construída em 1934 em substituição à ponte de ferro levantada pelos austríacos em 1858, a Igreja de Santa Maria Degli Scalzi, a Igreja de San Geremia, que abriga as relíquias de Santa Lúcia, antes guardadas na Igreja de Santa Lúcia, onde agora fica a estação de trem, e o Palazzo Labia, com salão de baile decorado por Giambattista Tiepolo, entre 1745 e 1750, com cenas da vida de Cleópatra;

 

. mais adiante, a Igreja de San Marcuola, de 1730, não concluída, e o Palácio Vendramin-Calergi, concluído em princípios do século XVI, que hospedou personalidades ilustres como Richard Wagner, que aí morreu em 1883;

 

. na esquina com o Rio de Noale, o Palacio Gussoni-Grimani della Vida, reconstruído em meados do século XVI e que teria tido sua fachada coberta com afrescos de Tintoretto;

 

. ao lado o Palacio Ca’d’Oro, construído entre 1420 e 1440, em estilo gótico, restaurado em várias ocasiões, por seus diferentes donos, até ser doado ao Estado em 1916. Teria tido a fachada decorada em ouro. Seus três andares abrigam importantes obras de arte.

 

. um pouco mais adiante, o Palacio Sagredo, uma mescla de estilos, típica da arte veneziana, tanto vêneto-bizantino como gótico;

 

. mais adiante, o edifício Ca’da Mosto, de estilo vêneto-bizantino, do século XIII, no qual nasceu o navegador Alvise da Mosto, um dos monumentos mais antigos do Grande Canal;

 

. logo após, o Fondaco dei Tedeschi, usado pelos mercadores alemães como armazém/depósito e alojamento, atualmente, sede dos serviços dos correios;

 

. passando por baixo da Ponte de Rialto, o Palacio Dolfin-Manin, construído entre 1538-1540, do qual só se conserva a fachada clássica, onde viveu e morreu, em 1797, o último doge de Veneza, Ludovico Manin;

 

. depois, o Palacio Loredan e o Palacio Farsetti, um de frente para o outro, em estilo vêneto-bizantino, do século XIII, e que também passaram por muitas reformas, hoje abrigando a sede do município;

 

. logo depois, o Hotel Leon Bianco e o Palacio Grimani, este último construído em estilo renascentista, em 1556, pelo Procurador Girolamo Grimani, atualmente, sede da Corte de Apelação de Veneza;

 

. continuando, o Palacio Corner-Spinelli, construído em finais do século XVI;

 

. justo depois da ‘Volta del Canal’, ponto mais estreito, em que o canal gira buscamente, estão quatro palácios, todos juntos, que pertenceram a família Mocenigo, uma das mais famosas de Veneza. Conserva decoração e mobiliário originais do século XVIII, tendo sido doado à cidade em 1954, quando morreu Alvise Mocenigo. Podem ser visitados a Biblioteca e o Museu del Tessuto e del Costume (tecidos e trajes italianos e franceses, alguns dos séculos V ao VII). Segundo a lenda, num destes palácios (Palacio Mocenigo Viejo), viveria o fantasma de Giordano Bruno, que teria sido denunciado por Giovanni Mocenigo ao Vaticano e por isso condenado à fogueira no ano de 1600;

 

. outro palácio importante, que se encontra depois, é o Palacio Grassi, construído em meados do século XVIII, um dos raros palácios construídos por não-venezianos, era residência da família Grassi, originária de Bolonha, comprado pela Fiat em 1984, usado para exposições e conferências;

 

. logo depois, está Ca’del Duca, palácio construído no século XV, nunca terminado;

 

. passando pela Ponte dell’Accademia, que a princípio era de ferro, construída em 1854 pelos austríacos, e substituída por uma de madeira em 1932, o Palacio Cavalli Franchetti, edificado no século XV e restaurado em finais do século XIX, e os dois Palacios Barbaro, dos séculos XV e XVI, respectivamente, num dos quais teria vivido Claude Monet;

 

. justo depois, se chega a ‘Casina delle rose’, uma das menores casas do canal, onde viveu o poeta D’Annunzio durante a 1ª Guerra Mundial e que também teria sido estúpido do artista Canova em 1770;

 

. ao lado, o Palacio Corner della Ca’Grande, projetado em 1545 para Giacomo Cornero, membro de uma das famílias mais ricas de Veneza, hoje sede da Prefeitura;

 

. chegando ao final do Canal, antes dos Jardines Reales construídos por Napoleão, o Palacio Gritti-Pisani, do século XV, antiga residência da família Gritti, hoje o luxuoso Gritti Palace Hotel, o estreito Palacio Contarini-Fasan, de meados do século XV, a lenda faz dele a morada de Desdêmona, a infortunada esposa de Otelo, e o Palacio Giustinian, também do século XV, que foi um hotel luxuoso e hoje é a sede da Bienal.

 

– de olho na margem direita:

 

. o primeiro edifício que chama atenção é a Igreja de San Simeone Piccolo, de 1738, com sua cúpula verde, inspirada no Pantheon de Roma;

 

. passando a Ponte degli Scalzi, se vê a parte final da Plazzo Campo San Simeone Grande, o Palacio Gritti, o Palacio Donà-Balbi, o Palacio Giovanelli e o Fondaco dei Turchi (armazém/depósito dos turcos), construído no século XIII, que foi uma casa comum até o século XVII, quando os mercadores turcos da cidade a compraram e mantiveram até 1838. Em meados do século XIX passou por uma grande reconstrução, que a modificou completamente, abrigando, inicialmente o Museo Correr e, a partir de 1924, o Museo di Storia Naturale (Museo de Historia Natural).

 

. Ao lado Fondaco, há um edifício do século XV, os Depósitos del Megio, e ao seu lado o Palacio Belloni-Battagia, do século XVII, da família Belloni.

 

. Seguindo pelo Canal, aparece a Igreja de San Stae, ricamente adornada com estátuas, local de realização de muitos concertos e um pouco mais adiante o Palacio Ca’Pesaro, que foi a casa da família Pesaro e que resulta da reunião, no tempo, de três palácios. Construído em meados do século XVII, com um lado de pedra, incomum nos edifícios venezianos, que, normalmente, são de ladrilho, permitindo construir um ao lado do outro, aproveitando melhor o espaço. No século XIX, a Duquesa de Bevilacqua la Massa criou uma fundação para que os jovens artistas venezianos pudessem expor suas obras. Em 1902, fundou-se o Museu de Arte Moderna, com uma mostra permanente de artistas italianos, sendo, ainda, sede do Museu de Arte Oriental mais importante da Europa, com objetos artesanais chineses e japoneses.

 

. Segue-se um grande edifício, Palacio Corner della Regina, desenhado em 1720, e que, atualmente, é sede dos arquivos da Bienal.

 

. Mais adiante, os Mercados de Rialto, as Fábricas Nuevas de Rialto e as Fábricas Viejas de Rialto, do século XVI.

 

. Um pouco antes de passar a ponte, o Palacio dei Camerlenghi, construído em 1528, sede dos escritórios financeiros e das prisões dos devedores do Estado. Do outro lado, o Palacio dei Dieci Savi, sede dos escritórios do ministro da Fazenda.

 

. Continuando pelo canal, se chega ao Palazzo Papadopoli, antigamente conhecido como Coccina-Tiepolo, construído em 1560, cujo estilo foi seguido pelos mercadores venezianos.

 

. Depois de passar pelos palácios que estão ao lado, Palacio Dona e Palacio Dona della Madonnetta, se chega ao Palacio Cappello-Layard, do século XVI, que foi residência do arqueólogo Henry Layard.

 

. Ao cruzar a curva do canal, outros magníficos palácios, com destaque para o Palacio Balbi, projetado em 1580, primeiro barroco em Veneza, sede da Região do Vêneto. Do outro lado do rio, o Ca’Foscari, do ano de 1437, construído pelo doge Francesco Foscari, sede de uma parte da Universidad Ciudadana. Henrique III hospedou-se aí quando de uma visita a Veneza em 1572. Ao lado, os Palacios Giustinian, construídos em meado do século XV, por dois irmãos que queriam viver juntos porém separados. Em um destes palácios viveu Wagner, compositor de ‘Tristán e Isolda’.

 

. Um pouco mais adiante, o Ca’Rezzonico, palácio da 2ª metade do século XVII, um dos mais bonitos de Veneza, construído em 1667 para a família Bon, que não teve recursos suficientes para terminá-lo e se viu obrigada a vendê-lo em 1751 para a rica família de genoveses dei Rezzonico, que investiu grande parte de sua fortuna para terminá-lo e decorá-lo. Em 1888, a família Rezzonico o vendeu para o poeta Robert Browning e seu filho Pen. Em 1934, passou a ser propriedade da cidade, que o transformou no Museo del Settecento Veneziano. Os principais atrativos são a sala de baile de Giorgio Massari, que ocupa toda a extensão do palácio; as Bodas de Ludovico Rezzonico e de Faustina Savorgnan, no teto da sala alegoria nupcial (1758); a sala de los pasteles, com obras de Rosalba Carriera e a sala dos tapetes, com muitas obras flamencas. No piso superior, há uma reconstrução de uma farmácia do século XVIII.

 

. Depois de passar um par de canais, se vê o Palacio Loredan, do século XV, no qual viveu, em fins do século XIX, o pretendente ao trono da Espanha, Don Carlos di Borbone. Surge, então, os palacios Contarini-Corfú e Contarini degli Scrigni, construídos no século XVII.

 

. Pouco antes de passar pela ponte, a Galeria de la Academia, que no passado foi igreja e escola de caridade e hoje conserva os quadros venezianos mais importantes do mundo.

 

. Justo depois da ponte, o edifício da família Contarini, Palacio Contarini dal Zaffo, maravilhoso palácio renascentista do final do século XV.

 

. Continuando pelo Canal, se passa pelo Palacio Barberigo, ao lado da Plaza Campo San Vio. Depois se vê o Palacio Venier dei Leoni, cuja construção se iniciou em 1759, destinado a ser o palácio da família Venier, porém dado o custo exagerado, construíram só o primeiro piso, onde se encontra a Coleção Guggenheim de arte moderna. Segundo a lenda, os Venier teriam guardado um leão no pátio interno, daí o nome do palácio.

 

. Um pouco mais adiante, o Palacio Dario, edificado em finais do século XV (1487), por Giovanni Dario, representante da república veneziana em Constantinopla. Dizem que o lugar é amaldiçoado.

 

. Mais adiante, o Palacio Salviati, construído em 1924, como sede central da vidraçaria Salvati, razão da decoração com cristais coloridos.

 

. Chegando ao final do Canal, destaca-se a igreja barroca de Santa Maria della Salute, construída sobre uma plataforma elevada que repousa sobre mais de um milhão de pilotis, estreitamente apertados uns contra os outros.

 

. Ao final da margem direita do Grande Canal, a Aduana (Dogana di Mare), ponto de encontro entre a Bacia de São Marcos, o Grande Canal e o Canale della Giudecca, onde os navios vindos do mar desembarcavam suas mercadorias para que fossem taxadas. A torre, situada na extremidade da ponta data de 1677. Ela é dominada por uma estátua móvel, como um catavento, e simboliza a fortuna, destacando-se sobre um globo dourado representado o mundo, sustentado por dois atlantes.

 

observação 1: Ca’, abreviação de casa, significando de fato um palácio.
observação 2: O nome latino ‘dux’, no dialeto veneziano se transformou em ‘doge’, traduzido por ‘duque’. Cargo vitalício, porém, objeto de vigilância constante e estrita de seus pares, tanto que, no início do século XV, sete entre eles foram assassinados, um decapitado, doze precisaram abdicar e dois desttituídos.

 

Quatro pontes atravessam o Grande Canal: Ponte de Rialto, Ponte degli Scalzi, Ponte da Constituição e Ponte dell’Accademia. A Ponte da Academia era a única outra ponte a transpor o Grande Canal. A original, construída pelos austríacos em 1854 era de ferro. Mas como era muito baixa para permitir a passagem dos vaporettos foi substituída por uma ponte de madeira em 1932. Esta última por sua vez substituída em 1985, pela que se vê atualmente.

 

Grande controvérsia trouxe a inauguração, em 2008, de uma nova ponte sobre o Grande Canal, desenhada pelo badalado arquiteto espanhol Santiago Calatrava, ligando a estação de trens à Piazzale Roma, terminal de veículos de Veneza.