GRAVATAÍ (RS) e GRAMADO (RS)

Essa foi mais uma viagem pra lá de especial, para começar pelas companhias, meus tios Marco Aurélio & Regina.

Tudo começou quando eles resolveram visitar a neta Bruna em Gravataí (RS), onde ela integra o grupo de futebol feminino sub-20 do Grêmio, certamente uma promissora titular. Uma vez estando em Gravataí pensaram numa esticada até Gramado (RS) e nos convidaram a nos juntarmos a eles, o que imediatamente recebeu um ‘sim’, afinal porque não, este é o maior benefício da aposentadoria, ser livre para ir e vir quando se quer e para onde se quer.

E lá fomos nós quatro …

Voo Azul AD 4402 decolando do Aeroporto Santos Dumont às 9 horas rumo a Porto Alegre Aeroporto Internacional Salgado Filho, onde chegamos às 11:05 horas.

Daí seguimos por 23 km até Gravataí, almoçando no caminho, no Graal, onde experimentamos o Sagu, sobremesa originária da Serra Gaúcha, feita de bolinhas de fécula de mandioca cozidas no vinho tinto, ou no leite, ou em diferentes sucos, servido acompanhado por um suave creme de baunilha e canela. Uma delícia!!!

Em seguida, o Hotel Intercity Shopping Gravataí, junto ao Shopping Gravataí. Rua Maurício Cardoso, 146 – Passo das Pedras – Gravataí – RS – +55 (51) 4042-1403

Gravataí em tupi-guarani significa ‘io dos gravatás’, espécie de bromélia que se tornou símbolo da cidade.

E o que, a partir dessa viagem, ficamos sabendo sobre Gravataí? A história de Gravataí começa oficialmente em abril de 1763, com a fundação da Aldeia de Nossa Senhora dos Anjos.

Texto retirado da página da Câmara Municipal de Gravataí nos conta que como a Coroa Portuguesa estava expandindo seus domínios ao sul do continente americano, costumava povoá-lo concedendo cartas de sesmarias a quem já habitava essas terras. Foi o caso de Pedro Gonçalves Sandoval, natural de Lima, no Peru, que recebeu a primeira sesmaria, pois já habitava o chamado rincão de Gravataí. Ainda na mesma época, o capitão João Lourenço Veloso também recebia autorização de posse das terras que habitava no mesmo rincão, mais a nordeste, próximo do morro de Itacolomi. Parte destas terras seria comprada pela coroa portuguesa para assentamento da Aldeia dos Anjos. Era o primeiro arranchamento da aldeia, posteriormente, transferido para as atuais terras centrais de Gravataí.

A fundação da Aldeia dos Anjos, está inserida no ambiente de disputa ibérica pela posse do território ao sul da América.

Portugal e Espanha, desde tempos pré-coloniais, abancavam um em território do outro. Chegavam assim, ao Tratado de Madrid, de 1750, que estipulava que Portugal devolveria a colônia de Sacramento, fundada em território espanhol, em troca dos Sete Povos das Missões, mais a nordeste. Para ocupar a região trocada, os portugueses trariam colonos do arquipélago dos Açores. O Tratado não se efetivou pois os índios que habitavam os Sete Povos negavam-se a sair de suas terras.

Da mesma forma, os portugueses não estavam interessados em cumprir o tratado, querendo mesmo, era povoar a região e evitar o avanço espanhol. Sendo assim, aproveitaram a confusão entre os índios que saíram da região dos Sete Povos e estavam acampados nas proximidades de Rio Pardo.

Aproximadamente mil índios guaranis, que estavam entre estes índios das Missões Jesuíticas, foram trazidos pelo Capitão Antônio Pinto Carneiro para formarem a então Aldeia dos Anjos, em 1763.

Os colonos que não puderam deslocar-se para os Sete Povos das Missões foram se fixando em vários pontos do Rio Grande do Sul, desde o Vale do Rio Jacuí até o litoral norte. As primeiras concessões de terras em território gravataiense, por açorianos, datam de 1772. A Aldeia dos Anjos teria seu período de apogeu a partir de 1769, com a chegada de José Marcelino de Figueiredo, que urbanizou o aldeamento, construindo escolas, olarias e um moinho. Em 1795, foi desmembrada da Freguesia de Nossa Senhora da Conceição de Viamão, elevada à categoria de Paróquia. Em 1806, era considerada Freguesia, ou seja, distrito de Porto Alegre.

Outra data significativa para os destinos da antiga Aldeia dos Anjos, foi 1880, quando emancipou-se de Porto Alegre, ganhando a condição de Vila, passando a chamar-se Nossa Senhora dos Anjos de Gravataí.

As últimas décadas do século XX, registraram um significativo desenvolvimento para Gravataí, sobretudo, à partir do cultivo da mandioca, sendo inclusive a farinha, exportada para outras partes do país e também para o exterior, através do Passo das Canoas.

A farinha de mandioca, garantiu poderio econômico para o município até a primeira metade do século XX. Na década de 30, Gravataí conheceu uma nova fase desenvolvimentista, com a implantação do sistema de energia elétrica, o alargamento e calçamento das primeiras ruas, a construção da faixa ligando Gravataí à Porto Alegre e o projeto urbanístico do centro da cidade.

Novo marco na história municipal viria nas décadas de 60 e 70, com a instalação das primeiras indústrias e criação do distrito industrial e construção da freeway, com acesso à Gravataí. Outra grande conquista para o município, foi a instalação do complexo industrial da General Motors, uma das indústrias mais bem estruturadas do mundo.

Gravataí se encontra numa situação privilegiada, como um dos maiores e mais importantes municípios da Região Metropolitana.

Caso você queira conhecer um pouco sobre os Sete Povos das Missões, acesse:

https://www.nossosroteiros.com.br/circuito-internacional-tesouros-jesuiticos-guarani-brasil-argentina-paraguai-2016/

Depois de nos acomodarmos fomos conhecer o Gravataí Shopping Center, junto ao hotel. Avenida Centenário, 555

Sempre que tínhamos tempo livre, íamos até o shopping, sua área de alimentação e supermercado, Supper Rissul. Sentimos falta de uma farmácia e um salão no shopping.

06/10/2021 – 4ª feira

Com Bruna já tendo se juntado a nós, fomos ao centro da cidade e o primeiro lugar que fomos conhecer foi exatamente a Igreja Matriz Nossa Senhora dos Anjos, aberta das 8 às 19 horas. Rua Cônego Pedro Vagner, 717 – Centro – Gravataí – RS

Os ofícios religiosos na antiga Aldeia dos Anjos, durante seus primeiros tempos, eram realizados na Capela de Viamão, uma vez que na referida aldeia, não havia templo. Em 1760, antes da fundação da aldeia, foi construída uma capelinha de pau a pique. Em 1772, começaram as primeiras tratativas para a construção da nova capela, ainda de taipa (barro socado e taquara), porém o início de sua construção data de 1774, no local onde se encontra o templo atual. A construção da igreja atual teve início em 1855, concluída em 1888, com a instalação dos primeiros sinos vindos das Missões Jesuíticas, numa longa e difícil viagem. Na frente da igreja eram realizadas as antigas Festas do Divino Espírito Santo, de origem açoriana.

Oração a Nossa Senhora dos Anjos, Padroeira de Gravataí

Augusta Rainha dos Céus e Senhora dos Anjos,

vós que recebestes de Deus o poder e a missão de esmagar a cabeça da Serpente, 

humildemente vos rogamos:

enviai vossos Santos Anjos, para que, às Vossas ordens,

protejam-nos de todos os males, ajudando-nos a combatê-los por toda parte.

Quem como Deus?

Santos Anjos e Arcanjos, defendei-nos e guardai-nos.

Ó Maria, Rainha dos Anjos, mandai a São Miguel defender-nos em todas as ocasiões de perigo da alma e do corpo.

Amém!

As primeiras iniciativas de urbanização da região central de Gravataí começaram exatamente a partir da construção da Igreja Matriz, com o projeto urbanístico do centro da Vila, abertura da Rua Osvaldo Aranha (rua da Rodoviária), dividindo a praça em duas: a Borges de Medeiros, em frente à Prefeitura Municipal e a Dom Feliciano, em frente a Igreja Matriz, cujo nome homenageia o Bispo, filho de Gravataí.

Demos uma volta nos quarteirões próximos, chegando a Praça Major Teodolino Costa, mais conhecida como Praça do Museu, por ali encontrar-se o Museu Municipal Agostinho Martha, um prédio histórico de estilo colonial português, construído em 1870, aproximadamente. Em seu acervo, a história do município e regional, a antropologia regional, aberto de 2ª a 6ª feira, das 9 às 17 horas. Rua Nossa Senhora dos Anjos, 541 – Gravataí – RS

Caminhamos pelo centro e fomos até o Quiosque da Cultura, um espaço público dedicado à exposições de arte e mostras culturais, de 2ª a 6ª feira, das 9 às 18 horas. Lá encontramos um texto sobre o Movimento da Legalidade: Na manhã de 25 de agosto de 1961, o Presidente da República, Jânio Quadros, no cargo há apenas sete meses, apresentou inesperadamente uma carta de renúncia, provocando um grande impasse político. Pela constituição, quem o substituiria era o vice-presidente, João Goulart, em viagem oficial à China. No entanto, os ministros militares da Guerra, Odélio Denys; da Aeronáutica, Gabriel Grun Moss e da Marinha, Silvio Hack, se opunham à posse de Jango, considerando o vice-presidente simpatizante do regime comunista. O veto da cúpula militar agravaria ainda mais o impasse. No Rio Grande do Sul, o governador Leonel Brizola, informado da manobra dos militares para impedir a posse de Jango, reuniu forças e passou a comandar uma mobilização em defesa da posse a fim de garantir o cumprimento da Constituição. A reação brizolista ficou conhecida como Movimento da Legalidade, levando milhares de simpatizantes para a Praça da Matriz em apoio à mobilização. O levante ganhou força a partir da decisão do Comandante do 3º Exército, General José Machado Lopes, de defender a posse do vice-presidente, descumprindo ordens do Comando Militar de Brasília para abafar o movimento rio-grandense. Para dar voz à mobilização, Brizola montou uma rede de rádio a partir de uma central instalada no porão do Palácio Piratini, emitindo de lá as ordens e discursos. E, para fazer face às despesas econômicas foi criada uma moeda, as Brizoletas. As transmissões da Rede da Legalidade iniciavam com um hino de autoria de Lara de Lemos e Paulo Cesar Peréio. Em meio à crise, o Deputado Federal mineiro, Tancredo Neves, articulava no Congresso uma emenda à Constituição criando o regime parlamentarista, onde o poder ficaria concentrado no Congresso, com limitações ao presidente. Jango e os militares aceitaram a solução. Em sete de setembro, o então presidente interino, Reniere Mazzili, dava posse a João Goulart, pondo fim ao impasse.

Avante brasileiros de pé,

Unidos pela liberdade,

Marchemos todos juntos com a bandeira

Que prega a igualdade

Protesta contra o tirano

Recusa a traição

Que um povo só é bem grande

Se for livre sua Nação.

Almoçamos na Churrascaria Perdigão, Avenida Centenário, 6 – Passo das Pedras – Gravataí – RS, um tanto decepcionante.

07/10/2021 – 5ª feira

Eu e meu marido fomos até o município de Triunfo, basicamente para visitar o Museu Farroupilha, instalado na casa onde nasceu o grande herói Bento Gonçalves da Silva. Nesse Museu encontramos uma pessoa muito especial que nos apresentou o museu e saiu nos apresentando a Igreja, a Capela, o encontro dos rios, nos contando histórias dos personagens, da cidade e dela mesma e ainda nos brindou com uma dezena feita de fuxico. Somos só agradecimentos.

De acordo com a Prefeitura de Triunfo, a cidade nasceu de duas sesmarias doadas pelo então Governador Geral da Capitania do Rio Grande do Sul, General Gomes Freire de Andrade, no ano de 1752, localizadas entre o rio Taquari e seu afluente arroio Capote e o antigo arroio da Ponte. Pertenciam a Manoel Gonçalves Meirelles e a Francisco da Silva, ambos casados com filhas de Jerônimo de Ornellas Menezes e Vasconcellos, povoador inicial de Porto Alegre e que para aí seguiu por volta de 1754, logo após a instalação dos casais açorianos em suas terras desapropriadas no Porto de Viamão.

Em 1757, Jerônimo de Ornellas veio com seus familiares morar no rossio da Freguesia do Senhor Bom Jesus do Triunfo, onde faleceu em 1771.

Manoel Gonçalves Meirelles se casou com Antônia da Costa Barbosa, filha de Jerônimo de Ornellas em Viamão, onde seus seis primeiros filhos, nascidos no Porto do Dornelles, também seriam batizados, entre 1743 e 1754. A sexta filha, Perpétua da Costa Meirelles casou-se com o Capitão Joaquim Gonçalves da Silva, português da Santa Marinha Real, desse casamento nascendo Bento Gonçalves da Silva.

Em 1754, foi requerida a criação da Capela do Senhor Bom Jesus do Triunfo. Em 1756, Jerônimo de Ornellas levantou a Igreja Matriz, dando origem ao povoado que teria importante papel na história do RS. Em 1757, o lugar começou a se chamar Freguesia do Bom Jesus do Triunfo, antes denominado Forquilha, em razão do encontro dos rios Taquari e Jacuí. Em 1831 foi elevado a categoria de Vila e em 1938, à categoria de cidade.

A partir do século XIX, considerada uma das melhores Vilas da Província, deu-nos heróis como Bento Gonçalves da Silva.

Durante a Revolução Farroupilha foram travados violentos conflitos nos campos de Triunfo, onde o General Bento Gonçalves seria preso em outubro de 1836.

Guerra dos Farrapos ou Revolução Farroupilha foi um movimento regional, de caráter republicano, contra o governo imperial do Brasil, ocorrido na então, província de São Pedro do Rio Grande do Sul e que resultou na declaração de independência da província como estado republicano, dando origem à República Rio-Grandense, estendendo-se de 20 de setembro de 1835 a 1º de março de 1845. Recebeu inspiração de movimentos republicanos da Itália, na pessoa do Capitão Giuseppe Garibaldi. Influenciou movimentos que ocorreram em outras províncias: em São Paulo em 1842, a Revolução Liberal; na  Bahia em 1837, a Sabinada; em Laguna, a República Juliana, atingindo ainda o Uruguai e a Argentina.

Linha do Tempo da Guerra dos Farrapos:

20/09/1835 – início da guerra com a entrada dos revolucionários em Porto Alegre

10/09/1836 – combate nos campos do Seival

11/00/1836 – proclamação da República Rio-Grandense pelo General Netto

04/10/1836 – Bento Gonçalves da Silva é preso e encaminhado ao RJ, após combate na Ilha do Fanta, em Triunfo. Na prisão, torna-se presidente da República Rio-Grandense.

15/03/1837 – Bento Gonçalves é levado para prisão na Bahia

02/08/1837 – Os farrapos conquistam Triunfo, que estava sob domínio legalista. Bento Gonçalves foge da prisão na Bahia e em 16/12, toma posse da presidência.

22/07/1839 – Laguna foi tomada pelos republicanos

29/07/1839 – proclamação da República Juliana

15/11/1839 – retomada de Laguna pelos imperiais

10/02/1840 – assembleia para criação da constituição da república Rio-Grandense

04/08/1843 – Bento Gonçalves renúncia a presidência e Gomes Jardim a assume

08/02/1844 – conclusão da constituição

26/02/1844 – duelo entre Onofre Pires e Bento Gonçalves

14/11/1844 – combate de Porongos

01/03/1845 – Tratado de Poncho Verde, acordo que pôs fim à Revolução Farroupilha

Em frente ao Museu Farroupilha, Rua Luiz Barreto, 170, está o Parque Bento Gonçalves e a Igreja Senhor Bom Jesus do Triunfo.

 

Ao lado da Igreja a Capela do Divino Espírito Santo, Rua Antônio Ferreira Canabarro – Vila Olaria – Triunfo – RS, casa onde viveu José Joaquim de Campos Leão, criador do Teatro do Absurdo.

Há na cidade uma praça monumento, senão vejamos as fotos abaixo:

Ao retornarmos a Gravataí, fomos almoçar no Armazém Scottino, Avenida José Loureiro da Silva, 975 – Centro – Gravataí – RS, local agradável, comida saborosa, cardápio composto por entrada, prato principal e sobremesa, pães artesanais, bolos, antepastos. Recomendamos.

08/10/2021 – 6ª feira

Bruna tinha revisão da recente cirurgia e fomos todos levá-la a Porto Alegre e uma vez estando lá fomos ao Mercado Público de Porto Alegre, no Largo Jornalista Glênio Péres, 1 – Centro Histórico – Porto Alegre. Inaugurado em 1869, sobre o primeiro aterro da cidade, com 106 estabelecimentos, um mix diferenciado de atividades e aproximadamente 1.200 pessoas trabalhando diretamente nele.

Almoçamos no Restaurante Naval, um bar que se confunde com a história da cidade. “Segundo conta o próprio restaurante, as águas do Guaíba eram mais próximas. O porto, com navios cargueiros e enxame de estivadores e marinheiros, imprimia um novo ritmo na pequena cidade que já se ensaiava cosmopolita. O velho Mercado fervilhava como o mais importante centro de abastecimento da metrópole naquele novo século, um imponente prédio desproporcional ao tamanho de Porto Alegre, cercado por bondes, mulas. Ali, em 1907, de frente para onde se ergueria outra majestosa construção, o Paço Municipal, surge aquele que se tornaria lenda na vida boêmia, o Bar e Restaurante Naval. Seu primeiro timoneiro foi o italiano Ângelo Crivelaro. Aquela época o cardápio era em forma de poesia, antecipando a ligação poética do bar com a literatura, jornalismo, música, política, que décadas mais tarde seriam características do bar e seus fiéis frequentadores.

Mostrando que veio para ser um marco da resistência na cultura e no imaginário boêmio da cidade, o Naval sobreviveu a incêndios, enchentes e até ameaças de demolição do próprio Mercado, tornando-se uma instituição da cidade. Tradicional e riquíssimo em historias, ficou famoso pelo seu chopp, muito apreciado especialmente pelos, então, recentes imigrantes alemães, especialistas no assunto. Compondo o cenário boêmio do centro da cidade, logo tornou-se ponto obrigatório de músicos, como Túlio Piva e Lupicínio Rodrigues, o mais importante compositor gaúcho, que lá almoçavam praticamente todos os dias. Nas mesas do Naval, Lupe escreveu muitas das suas famosas canções para Elis Regina, Carlos Gardel, Thedy Corrêa. Sempre plural e democrático, acolheu políticos, como Flores da Cunha, Leonel Brizola, João Goulart, Getúlio Vargas, dentre outros líderes do estado e do país. O Jornalista Glênio Peres trouxe com ele intelectuais, cineastas, poetas, historiadores, artistas, todos atraídos pela música e pelo folclore que se criou em torno do Naval.

Como um verdadeiro bar, o Naval tem muitas histórias e muitos administradores. Depois de Crivelaro, passaram mais dois proprietários, ambos alemães, até que em 1953 veio o português Antônio Lopes Branco. Em abril de 1961, dois novos timoneiros assumem a navegação do Naval, João Fernandes da Costa e seu irmão Manoel da Costa. João Fernandes manteve a tradição do bacalhau e do chopp, bem como, do mocotó, feijoada, peixes e frutos do mar, cardápio inspirado na cozinha luso brasileira. Manteve também os florões, os afrescos no teto, que contribuíram para aumentar a aura e magia do Naval. Uma história secular acompanhando gerações e gerações. Forte reduto popular, democrático, com seus frequentadores anônimos e famosos, cenário de filmes, de encontros e desencontros, o Naval fez história ao longo do tempo como um espaço de convívio e cidadania, uma referência histórica, cultural e sentimental de Porto Alegre.

Como dizia o poeta, o tempo não para. E o Naval, sem perder sua origem, continua sua história, agora mais condizente com os tempos atuais. Passou por um processo de restauração, nos florões, afrescos e trabalhos de arte do teto, e, após sua recuperação e pintura, destacou-se o lindo trabalho que reflete a riqueza da arquitetura do Mercado Público, os arcos originais, mostrando e valorizando os tijolos ali existentes, quando da sua construção. Também foi criado um revestimento em madeira para as paredes, que remete ao clima dos mais antigos bistrôs, restaurantes, cafés e bares europeus do século XVIII e XIX, Por sua vez, os espelhos com facetes e piso preto e branco foram recriados com o mesmo formato, remetendo um olhar ao passado. O Naval buscou assim a qualificação dos serviços e o melhor conforto ao cliente, sem perder de vista os aspectos históricos que sempre estiveram vivos naquele espaço. O Naval faz parte da história de Porto Alegre, junto com seus frequentadores, testemunhas dos fatos dos últimos cento e poucos anos e sua restauração é a garantia de que estará junto da cidade por muito tempo.”

09/10/2021 – sábado

Dia em que nos despedimos de Bruna e de Gravataí, seguindo viagem para Gramado, onde nos hospedamos no Sky Palace Hotel, com vista para o Vale do Paranhana. Rodovia RS 115 km 38 – Três Pinheiros – Gramado – RS. www.skypalacehotel.com.br / www.skyhoteis.com.br

Essa é uma b0nita estória de sucesso: Quando começou a trabalhar num hotel em Gramado, Hilário Darci Krauspenhar não imaginava que a hotelaria faria parte de sua vida. Já na adolescência fez parte do quadro de funcionários de um grande hotel da região. Abriu seu primeiro negócio com a esposa, a Tecelagem Sky. Por algum tempo manteve o emprego na hotelaria paralelamente com a tecelagem. Em 2001, decidiu construir um hotel, ao lado da tecelagem, que recebeu o mesmo nome do primeiro empreendimento, Sky. Segundo Hilário, o diferencial de sua rede de hotéis é que sempre busca estar unido com os empresários vendendo a marca Gramado e depois a marca de sua empresa: “Fortalecer cada vez mais a nossa cidade é o nosso destino, pois todos ganhamos com isso.”

Mal chegamos, mal nos acomodamos e fomos ver a cidade e que linda cidade!!!

A rede de hotéis também está associada a Agência e Operadora de Turismo Gramado Receptivo para passagens, transfers, hospedagem e passeios. 24 horas 7 dias por semana gramadoreceptivo.com.br

 

Almoçamos no Galeto Itália, na Avenida das Hortênsias, 707 – Gramado, abre para o almoço e o jantar das 11:30 às 15:30 e das 19 às 23 horas, de 2ª feira a domingo. Você pode inclusive solicitar transporte gratuito do seu hotel ao restaurante: (54) 3286-3375.  www.galetoitalia.com.br Chamou atenção a espetacular coleção até então com 264 rádios dos mais variados modelos expostos ao redor de todo o restaurante.

 

 

Passeamos ao longo da Avenida Borges de Medeiros uma das Avenidas mais bonitas do Brasil, com toda fiação subterrânea, o que torna o visual mais limpo, menos poluído visualmente. Encerramos o dia com um chocolate quente com licor de chocolate na Lugano.

Linda a Paróquia São Pedro Apóstolo, inaugurada em 1942, em pedra basáltica, vitrais com imagens sacras e torre de 46 m, inspira todos a uma prece. Aberta diariamente das 7 às 20 horas. www.saopedrogramado.com.br

Um clima de Natal em alguns pontos da cidade e lojas / galerias …

10/10/2021 – domingo

Dia de Tour, com o guia Henrique, passando por alguns dos principais pontos turísticos da região.

Muito curiosa a Rua Torta, que atrai um sem fim de pessoas para fotografá-la e fotografar-se nela. A Rua Torta é o nome popular da Rua Sorgetz,  idealizada por arquitetos da Prefeitura Municipal de Gramado, originalmente batizada como ‘Ladeira Florida’, lembra uma das mais famosas ruas da Califórnia, a ‘Lombard Street’.

A Ice Ban atração no gelo; Casa do Capitão Jack, museu da 2ª Guerra Mundial e miniaturas de carros. No museu algumas replicas, a começar pela ‘Arca de Noé’, construída a mando de Deus, 3000 a.C., para salvar a si mesmo, sua família e um casal de cada espécie de animais do mundo, antes que viesse o Grande Dilúvio; ‘La Pinta’, construída no século XVI, uma das caravelas que integrou a expedição do Almirante Cristóvão Colombo na viagem que o trouxe ao continente americano em 1492, junto com a ‘Nau Santa Maria’ e tantas outras embarcações.

O Museu de Cera e o Bar temático da Harley Davidson compõem o Dreamland Gramado, diariamente das 8 às 18 horas, Avenida das Hortênsias, 5507 – Gramado.

Lembrando da infância, quando meu apelido era Olivia Palito. kkk

Almoçamos no Pampas Hotel Fazenda by Mantra Group, pertencente ao Vaticano, um antigo mosteiro, funcionou como Seminário até 2009, quando, então, foi arrendado e adaptado para funcionar como hotel. A Capela do Seminário foi preservada. Nesse hotel existem antigas pipas, centenárias,  onde se produzia originalmente vinho transformadas em chalés, algumas são triplex, com um mirante envidraçado no teto. www.hoteispampas.com.br

E, então, uma visita ao Parque Estadual do Caracol de Canela, formado por matas fechadas e pelo regato do Caracol, que despenca 131 m em queda livre por rochas basálticas, formando a Cascata do Caracol, segundo ponto turístico mais visitado do sul do Brasil. Imperdível o Observatório Ecológico, elevador panorâmico que conduz a uma plataforma envidraçada a 27 m de altura, oferecendo uma vista de 360º do parque. Existem trilhas que dão acesso ao rio e às corredeiras da parte superior onde se forma a cachoeira, a maioria delas pavimentadas e sinalizadas. Lamentavelmente, não fizemos o passeio nos bondinhos aéreos, em função de filas para comprar e para andar. Este passeio permite contemplar o vale e a Cascata do Caracol. O passeio compreende três estágios de subida com mirante em todos três. Aberto todos os dias das 9 às 17:30 horas, sendo que a bilheteria dos bondinhos fecha as 17 horas. Rodovia RS 466 – Caracol – Canela wwwparquesdaserra.com.br / www.parquedocaracol.com / www.observatorioecologico.com.br

O encerramento do tour foi no Lago Negro, aberto diariamente 24 horas. Fizemos toda a volta do lago num veículo elétrico, já que dispúnhamos de pouco tempo. Inicialmente, esta área se chamava Vale do Bom Retiro. O local em que se encontra o lago foi destruído por um incêndio em 1942. O Sr. Leopoldo Rosenfeld iniciou a construção da barragem e o reflorestamento do entorno por volta de 1953. As mudas foram trazidas da Floresta Negra da Alemanha, motivo pelo qual, tempos depois, Rosenfeld teve a ideia de trocar o nome do Vale para Lago Negro. Os pedalinhos funcionam de 8:30 às 18 horas. Rua A. J. Renner – Planalto – Gramado

Fim de tour, retornamos ao centro de Gramado para explorar um pouco mais a Avenida Borges de Medeiros, onde no número 2697 passamos em frente ao Palácio dos Festivais, sede de exibição dos filmes participantes do Festival de Cinema de Gramado, que lança no mercado filmes de curta, média e longa metragem, que concorrem ao ‘Kikito‘ de ouro, que pode ser visto na Rótula das Bandeiras.

Do outro lado da rua, em frente ao prédio do Festival de Cinema, a Rua Coberta de Gramado, cenário de eventos e apresentações, liga a Avenida Borges de Medeiros à Rua Garibaldi e é uma ótima alternativa em gastronomia.

Ainda na Avenida Borges de Medeiros, 2123, a Loja Kukos, relógios cucos que se tornaram objetos de desejo, verdadeiramente fascinantes. www.kukos.com.br

11/10/2021 – 2ª feira

Dia escolhido para uma ida ao jardim da Serra Gaúcha, à Alemanha brasileira no pequeno município de Nova Petrópolis. Apenas caminhamos pela rua principal e almoçamos no Restaurante e Churrascaria Plátano Grill, na Avenida 15 de Novembro, 1883, na Galeria do Imigrante. www.platanogrill.com.br

Gostaríamos de ter conhecido as Esculturas Parque Pedras do Silêncio, a história da imigração germânica contada no silêncio das pedras. Rua Emílio Dinnebier, 500 – Linha Brasil – Nova Petrópolis

No retorno, um passeio imperdível ao Castelinho Caracol, Museu e Casa de Chá, uma das primeiras residências de Canela, construção iniciada em 1913 por Pedro Carlos Franzen, esposa e 6 filhos, habitada até 1980 e transformada em museu em 1985. Toda construída em madeira de araucária, pinheiro típico da região, com sistema de encaixes e longos parafusos, sem uso de pregos. A edificação de 2 andares foi projetada pelo construtor berlinense Schubert, que veio da Europa acompanhar a execução do projeto. A casa possui 18 cômodos, pé-direito de 4,35 mm que abrigam objetos preservados da família de origem alemã, retratando a vida da época. No primeiro pavimento estão os quartos, sala de jantar, sala de música, o banheiro e a cozinha. No segundo pavimento o destaque fica para o quarto de costura. A casa possuía energia gerada através de uma roda d’água de um moinho localizado as águas do regato Caracol. Ainda no parque do Castelinho encontra-se a residência anterior, ‘Casa da Vó’, onde o casal morou até a finalização da construção. O APFELSTRUDEL (torta de maçã) com creme de leite fresco (nata) ou sorvete de creme, servido nas charmosas salas de chá da residência, é FANTÁSTICO. Aberto todos os dias das 9:30 às 13 horas e das 14:20 às 17:40 horas, última entrada às 17:30 horas. Estrada do Caracol, km 3 – Canela www.castelinhocaracol.com.br

Uma paradinha obrigatória na Avenida Borges de Medeiros para fotos desta curiosa unidade do Mac Donald e arredores.

12/10/2021 – 3ª feira

Nosso dia começou indo conhecer o Gramado Golf Club, um campo de 9 buracos, que como todo campo de golfe é muito bonito e bem cuidado. E nesse dia estava tendo início o Festival de Golfe de Gramado de 12 a 17 de outubro.  Estrada do Mato Queimado, km 7 – Gramado

Nossa segunda visita do dia, que recomendo, foi no Le Jardin Parque de Lavanda, inspirado nos parques de lavanda da Europa e EUA, um amplo jardim, diferentes tipos de lavanda, uma loja que é um mimo e um Bistrô onde também se pode saborear um Apfelstrudel. De 3ª feira à domingo, das 9:30 as 17:30 horas. Rodovia RS 115 km 37 – Várzea Grande www.lavandas.com.br

De volta a Avenida Borges de Medeiros e à Rua Coberta para o almoço no restaurante de cozinha italiana Pastasciutta, que também recomendo.

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O passeio no Fumacinha é uma excelente opção, muito agradável.  Um passeio pela cidade, com uma parada de 20 minutos no Lago Negro. www.fumacinhaturismo.com.br

Encerramos o dia no Show Noite Gaúcha Churrascaria Garfo e Bombacha, ERS 466 km 02 – Estrada do Caracol – Canela. Muito aquém do que esperávamos, torcemos para que seja tão somente falta de sorte nossa. O esquema buffet para o jantar vem acompanhado de filas para se servir tanto dos acompanhamentos quanto a carne. O show num palco pequeno não favorece os números de dança. Em dado momento, a apresentadora começa a anunciar aniversariantes, casamento, lua de mel, bodas até divórcio, muito chato. www.garfoebombacha.com.br

13/10/2021 – 4ª feira

Dia de tour, desta vez com o objetivo principal de fazer o Passeio de Trem Maria Fumaça. Assim, seguimos para as cidades de Garibaldi e Bento Gonçalves acompanhados pelo excelente guia Ricardo Reginato. Começamos o tour com uma visita à Vinícola Aurora, Rua Olavo Bilac, 500. www.vinicolaaurora.com.br

Muitíssimo interessante a visita ao Parque Cultural Epopeia Italiana, a trajetória teatralizada de Lázaro & Rosa, casal que atravessou o oceano para escrever um belíssimo e inspirador capítulo da história da imigração na Região da Uva e do Vinho. Recomendo.

Fizemos também uma visita a G’Dom para conhecer a linha de produção da marca, empresa familiar especializada em tecelagem e comercialização de malhas de tricot, com mais de 39 anos de atuação. Rua Tietê, 568 – Bento Gonçalves. gdom.com.br

Nosso almoço foi extraordinário, local e comida, Cantina Del Vanucci Ristorante, Alameda Champenoise, 44 – Lote 4 – Garibaldina, Garibaldi, uma cantina italiana no coração do Vale dos Vinhedos.

No caminho de volta, plantações de uva e uma curiosidade: as rosas plantadas no inicio das carreiras dá o alerta em caso de praga, evitando que ela atinja a plantação.

O passeio no Trem Maria Fumaça, locomotiva de 1941, movida a vapor, parte da estação de Bento Gonçalves, para na estação de Garibaldi e segue viagem até a estação Carlos Barbosa. Um passeio muito agradável e com boa música italiana.

“Santo Antônio casamenteiro, conta-se que antigamente as moças casavam-se muito cedo, pois precisavam gerar um número grande de filhos devido à falta de mão de obra nas lavouras. As que não conseguiam casar-se logo costumavam afogar uma imagem de Santo Antônio de cabeça para baixo em poços, que normalmente ficavam nas propriedades, somente retirando o mesmo após terem sido atendidas. Dizem alguns antigos que existem muitos Santos Casamenteiros ainda afogados … ” >>>>>>>

Encerrando o tour, fizemos uma visita a Tramontina Factory Store, Rua Maurício Carlos Barbosa, 193 – Carlos Barbosa

14/10/2021 – 5ª feira

E chegou o dia de voltarmos para casa. Confesso que já saí querendo voltar. Foram ótimos dias, ótimas companhias, garantia de bons papos e muita risada.

Saímos de Gramado e seguimos até Novo Hamburgo, onde nossa primeira parada foi na Catedral Basílica São Luiz Gonzaga. Inaugurada em 21/03/1954, no dia seguinte foi demolida a capelinha de 1924. Em 1956, foi instalado o órgão tubular ‘Bohn’. Em 1959, foi contratado renomado pintor italiano para fazer as pinturas sacras de São Luís Gonzaga. Com a criação da Diocese de Novo Hamburgo em 30/03/1980, foi elevada à Catedral, consagrada em 12/10/1991. Entre 1994 e 1995, foi feita uma grande restauração com iluminação externa nas torres e laterais.

A segunda parada foi no Bourbon Shopping Novo Hamburgo, Avenida Nações Unidas, 2001 – Rio Branco – Novo Hamburgo, onde almoçamos na Praça de Alimentação para seguir viagem para Porto Alegre.

Voo Azul AD 2601 decolando do Aeroporto Internacional Salgado Filho às 19:30 horas rumo ao Aeroporto Santos Dumont, onde chegamos às 21:20 horas