APARECIDA – PINDAMONHANGABA (SP)  – MAIO 2024

Princesa do Norte’

Chegou a hora do Congresso Mariológico deste ano, o XVII – “TODAS AS GERAÇÕES ME CHAMARÃO BEM-AVENTURADA” (Lc 1,48) – A MARIOLOGIA E AS MARIOFANIAS ATUAIS. E lá fomos nós: eu, José Roberto e nosso amigo Eduardo Magalhães.

Embora o Congresso tenha se realizado no período de 15 a 18 de maio, chegamos a Aparecida em 13/05/2024, para usufruir de toda aquela energia, que só em Aparecida encontramos. Também sempre procuramos conhecer um pouco mais da região a cada viagem.

Chegando na 2ª feira, 13/05/2024, fomos direto para o Hotel Rainha do Brasil. Depois de nos organizarmos em nossos quartos, fomos dar uma caminhada até a Cidade do Romeiro, pequeno shopping com algumas poucas lojas e algumas opções de alimentação: o Obelisco Café Bar e a Pizzeria Tutti i Santi.

Na 3ª feira, 14/05/2024, tivemos por cicerone o nosso amigo Felipe Callipo, escultor e restaurador de primeiríssima qualidade.  Oficina Barro Felipe Callipo / (12) 99784-2628 / instagran felipe.callipo   Juntou-se a nós naquela manhã a também amiga e guia de turismo Maria Jovita(12) 99662-8555 / instagran jovita3378  Amigos que Maria nos deu nos diversos Congressos de que participamos.

Felipe Callipo reside em Pindamonhangaba, a 30 minutos (31 km) de Aparecida e fomos até lá encontrá-lo.

Pindamonhangaba é um nome indígena e significa ‘lugar onde se fazem anzóis’, com data de ocupação aproximadamente do final do século XVII (1643). No local havia grande quantidade de um tipo de palmeira cujo espinho era utilizado para fabricar pindás (anzóis).

Em 1680, o povoado era vinculado ao Termo (Município) de Taubaté e dessa época data a construção da Capela de Nossa Senhora do Bom Sucesso. Em 10/07/1705, o povoado recebeu foros de vila, por ato da Rainha Dona Catarina, ficando, politicamente emancipado de Taubaté e, por não ter uma data de fundação, essa se tornou a data magna de Pindamonhangaba. 

O cultivo do café foi iniciado no município a partir dos anos de 1820 e duas décadas depois Pindamonhangaba era um grande centro cafeeiro, apoiado em suas terras férteis e na mão-de-obra escrava. Nessa época foram construídos o Palacete 10 de Julho; o Palacete Visconde de Palmeira; o Palacete Tiradentes, sede da Câmara Municipal; a Igreja de São José e outros grandes e belos casarões.

Pindamonhangaba, que ganhou do cronista e poeta Emílio Zaluar o título de ‘Princesa do Norte’, foi elevada a cidade em 03/04/1849.

Em fins da década de 1920, o ciclo do café se extinguiu pela exaustão das terras, libertação dos escravos e crise econômica mundial, passando a se apoiar na constituição de uma bacia leiteira, em extensas culturas de arroz e na produção de hortigranjeiros. No final da década de 1950, o município entrou no ciclo pré-industrial e de 1970 a 1985, observou uma fase de crescimento industrial acelerado, que mudaria a face do município. Em 2021, a Revista Exame, apontou o município como o quarto melhor município brasileiro para receber investimento industrial, a 49ª melhor cidade em investimento no segmento agropecuário e a 94ª melhor colocação para o setor comercial.

A cidade conta com muitas opções de pesqueiros no estilo ‘Pesque e Pague’, incluindo a pesca esportiva. O clima natural favorece principalmente a pescaria de trutas, tilápias, pacu, entre outras espécies.

Começamos nosso tour pela Igreja Matriz, parada obrigatória para quem gosta de arte e história, inaugurada em 1707, reedificada em 1841. Em 1988 foi elevada à categoria de Santuário Mariano Diocesano. O acesso a Igreja se dá através de três portas que lembram as virtudes teologais: Fé, Esperança e Caridade. A porta central apresenta a inscrição “Domus mea domus oriationis” e as portas laterais apresentam vitrais representando São Paulo e São Pedro. O teto da nave maior e central apresenta quatro claraboias com vitrais retratando importantes símbolos eucarísticos e painéis da Criação do Mundo, da Anunciação, da Crucificação e da Ressurreição. Fiquei em choque ao ver a imagem original de Nossa Senhora do Bom Sucesso junto a porta de saída lateral da igreja, por se tratar de uma imagem em que se tem uma Nossa Senhora tida como ‘gorda’. No altar uma Nossa Senhora dentro dos padrões estéticos desejados. Rua Deputado Claro César, s/nº

 

Seguindo para o Palacete 10 de Julho, antiga sede da Prefeitura Municipal, projetado para ser residência do Barão de Itapeva, à época ‘Solar de Tetequera’, com arquitetura típica das residências da aristocracia cafeeira do Vale do Paraíba, vigentes na ‘corte’. Todo restaurado, belíssimo, é atualmente sede da Secretaria de Cultura e Turismo e do Centro de Informações Turísticas, onde fomos extremamente bem recebidos, gentilmente ciceroneados. Quatro estátuas enfeitam a parte superior do prédio e serão restauradas pelo  nosso amigo e escultor/restaurador Felipe Callipo. Possui uma área de 1180m², com porão (moradia dos escravos, capela e também onde se guardavam as carruagens), andar térreo e pavimento superior. Além da escadaria que é vista desde a porta principal, outra na parte interna dá acesso ao segundo pavimento, onde uma lindíssima claraboia ovalada e ornada permite a passagem da luz. No salão de festas o teto é o destaque, forro de madeira com pintura policromada. Tombado em 1969 pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo -CONDEPHAAT e levado à categoria de Monumento Histórico, tem por localização a Rua Deputado Claro César, 33 – Centro.

Passamos pelo Mercado do Produtor Rural para, então, seguir até a Igreja de São José da Vila Real de Pindamonhangaba, fechada porque em processo de restauração, quase nunca vista aberta em razão do estado precário de sua estrutura. Inaugurada em 1848, em substituição à primitiva, de 1680, foi construída pelo Padre João de Godoy Moreira e outros membros de sua família. A técnica construtiva é a taipa de pilão, usando argila e cascalho, forro em tabuado de madeira e piso em ladrilho hidráulico. Passou por várias reformas e restaurações que lhe permitiram a existência secular. Abriga o templo, num túmulo, as cinzas do Comandante da Guarda de Honra do Príncipe D. Pedro, por ocasião do Brado do Ipiranga (1822), Barão de Pindamonhangaba, Coronel Manoel Marcondes de Oliveira Mello e outros treze Pindamonhangabenses. Segundo Paulo Rezzutti, aquele 20 de agosto de 1822 não seria a única vez que Dom Pedro I descansaria em Pindamonhangaba, mas a última em vida. Em 1972, quando os restos mortais do primeiro imperador do Brasil voltaram para o país, por ocasião do aniversário de 150 anos da Independência, Pedro voltaria à cidade, onde pernoitaria de 2 para 3 de setembro, junto com seus antigos companheiros, antes de retomar seu caminho para São Paulo. Tombada pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico – CONDEPHAAT, em 1994, tem por localização a Praça Brandão do Rio Branco.

 

Um momento especial estava por vir, nosso almoço na Fazenda Vera Cruz, em Ribeirão Grande, onde degustamos deliciosas trutas, criadas lá mesmo, na pedra e/ou fritas, num local aprazível, um pesqueiro e restaurante. Funciona das 9 às 16 horas, de 3ª feira a domingo e também nos feriados. O Pesque Truta Ribeirão Grande também oferece serviço de hospedagem e um programa de educação ambiental para grupos organizados.  km 109,5 Rodovia SP 50

No retorno do almoço, fomos conhecer o Museu Histórico e Pedagógico Dom Pedro I e Dona Leopoldina, localizado no Palacete Visconde da Palmeira, construído com a técnica da taipa de pilão em três pavimentos no período entre 1850 e 1864, reunindo cerca de 18 mil itens catalogados, que contam a história da cidade e da nobreza rural cafeeira paulista.  Originalmente, todo o pavimento superior era ornamentado com afrescos pintados sobre as portas internas, que foram retirados e substituídos por réplicas em azulejos, que dão um toque belíssimo a edificação. Não se sabe o destino dado aos afrescos originais, já que no museu sobrou apenas um. De 1913 a 1929, funcionou como sede da Escola de Pharmácia e Odontologia. Durante a Revolução de 1932, funcionou como hospital e, posteriormente, abrigou grupos escolares.

Enfim, um dia encantador, com visitas surpreendentes, pela qualidade inquestionável dos espaços, cuidados, bonitos, cheios de riquezas artísticas, culturais, históricas, arquitetônicas, em companhias mais do que especiais, em particular, a do amigo Felipe Callipo, que ano passado havia me dito, reserve um dia para uma programação que vou fazer com vocês.

De volta a Aparecida.

Na 4ª feira, 15/05/2024, após o café da manhã, nos dirigimos ao Caminho do Rosário, um trajeto de 1300 metros que liga a Cidade do Romeiro ao Porto Itaguaçu, um caminho de fé, um percurso de oração e de contemplação dos mistérios da redenção, que nos conduz ao local da pesca milagrosa, origem da devoção do povo brasileiro à sua Rainha e Padroeira. O percurso é composto de 20 cenários, com um total de 128 esculturas que apresentam cenas da vida de Jesus. Cerca de 90 espécies de plantas compõem o paisagismo local, pensado de acordo com cada mistério contemplado no terço. Ainda no Porto Itaguaçu, uma visita a Igreja São Geraldo, local em que em 1717, três pescadores encontraram a milagrosa imagem de Nossa Senhora Aparecida e onde construíram seu primeiro oratório. Retornamos pelo mesmo caminho só que no Trem do Devoto, um passeio muito agradável e a oportunidade do caminho visto por um outro ângulo.

 

Às 17 horas, já no Centro de Eventos Padre Vitor Coelho, no Santuário Nacional de Aparecida para o início da programação do Congresso 2024, encerrada no sábado, 18/05/2024, às 12 horas, com pronto retorno ao Rio de Janeiro.

O tema central do XVII Congresso Mariológico tomou como ponto de partida a profecia de Maria em Lucas, capítulo 1, versículo 48: “Todas as gerações me chamarão de bem-aventurada!” O objetivo, verificar e discernir como nossa geração está cumprindo essa profecia mariana, refletindo sobre os fenômenos das aparições marianas, tendo por referência o documento de São Paulo VI “Marialis Cultus”, no cinquentenário de sua publicação. Discutindo ainda a importância dos santuários e da devoção mariana, bem como o surgimento de novas modalidades da Piedade Mariana, como o terço dos homens, rosários da madrugada, medalhas e consagração, incluindo um histórico desses surgimentos. www.a12.com/congressomariologico

O Congresso é uma realização da Academia Marial de Aparecida – AMA, Associação Pública de Fiéis – A12.com/academia e da Faculdade Dehoniana de Taubaté, www.dehoniana.edu.br instituição que ministra cursos de graduação em Teologia, Filosofia e Administração de Empresas, cursos de pós-graduação e cursos de extensão.

No dia da abertura do Congresso, uma surpresa da Academia Marial, através da pessoa de Eliane Dias Cassiano, que nos atribuiu a mim e a meu marido a honra de uma caminhada com a imagem de Nossa Senhora Aparecida até o pedestal designado a participação de nossa Mãe no palco do evento. Uma grande honra e uma grande benção.

No sábado, 11/05/2024, foi inaugurado o revestimento da Fachada Sul do Santuário Nacional com passagens bíblicas relacionadas à Páscoa Cristã, mais um passo de uma caminhada que se iniciou em 2018, quando foi pensado o Projeto Jornada Bíblica, prevendo o revestimento das quatro fachadas do Santuário com mosaicos, representando passagens bíblicas. Foram previstas quatro etapas uma para cada fachada. Ao revestir as quatro fachadas do Santuário com passagens bíblicas, pretende-se renovar o compromisso de amor pela Bíblia. A Casa da Mãe Aparecida quer ser o Santuário da Palavra viva de Deus, da Aliança, da Eucaristia e da Vida. Em 2019, a jornada teve início pelo lado norte, a primeira etapa, com figuras representativas das principais passagens do Livro do Êxodo. As próximas fachadas do Santuário serão revestidas com mosaicos que vão retratar o Gênesis e o Apocalipse.